BIOTECNOLOGIA:Da telinha da TV para a realidade proporcionando novas perspectivas de qualidade de vida ao homem
1 INTRODUÇÃO
É comum em nossos dias observarmos, ouvirmos e participarmos das discussões acerca dos impactos que a biotecnologia, trouxe ou trará para os segmentos os segmentos agrícolas/alimentícios, bem como, as implicações no setor industrial de insumos . Todavia, pouco se tem dado ênfase aos benefícios que a biotecnologia já trouxe e que ainda poderá trazer para as diversas áreas de produção, até os consumidores finais, neste caso, o ser humano.
Ao adentrarmos neste novo cenário, deparamo-nos com situações que nos inquietam e ao mesmo tempo nos instiga, onde as mutações das ciências e a tecnologia avançam sobre o planeta de maneira considerável. Tudo está sendo mudado em alta velocidade. Da descoberta do fermento para produção de pães e vinhos a.C até o rompimento das barreiras do intercâmbio de matérias genéticos à nível de moléculas de DNA.
Não se pretende aqui, hastear bandeiras contra ou a favor da disseminação da biotecnologia, pretende-se apenas, analisar de modo consciente sua evolução e suas possibilidades nas diferentes áreas de produção e perceber a sua importância para o homem do presente século XXI, numa perspectiva futurista, já que a população do planeta tende aumentar estrondosamente.
O objetivo deste contexto é justamente, imprimir uma visão mais sistêmica às discussões acerca da biotecnologia, enfocando seus potenciais dos segmentos agrícolas até o consumidos final, analisando sua estada em alguns setores que se julga de importância para o homem, como por exemplo, na medicina, tomando como ponto de partida o mapeamento do Genoma do Câncer que ocorrem no Brasil, a Terapia Gênica, as vacinas, os valores nutricionais e a resistência aos fatores bióticos a melhores adaptações externas, bem como, a possibilidade de uma maior qualidade de vida ao ser humano.
2 BIOTECNOLOGIA: DO HUMOR DAS TELINHAS PARA A REALIDADE
Há algumas décadas passadas, a biotecnologia fora motivo de piada nas telinhas da TV. Em um programa humorístico, de uma famosa emissora, um apresentador de renome e grande senso de humor e crítica, interpretava um cientista alemão que fazia cruzamentos malucos, onde, o arame farpado, por exemplo, era obtido a partir do acasalamento de um porco espinho com uma minhoca e, o xarope para tosse, do cruzamento do agrião com uma abelha. Todavia, a biotecnologia passa da ficção para a realidade em um piscar de olhos.
Estudos revelam a existência da biotecnologia desde aproximadamente, 1.800 a.C. quando se descobriu o fermento para a fabricação do pão e do vinho. De lá para cá, o processo de descobertas e o melhoramento genético cresceu deliberativamente. Mas, embora ocorresse a evolução do homem e a evolução da agricultura, foi a partir do Monge Gregório Mendel que se registrou os primeiros estudos sobre cruzamentos genéticos.
(...) De maneira delicada, abriu cada flor ainda não completamente desenvolvida e amadurecida, extraiu todos os seus estames com a ajuda de uma pinça e, depois, com um pincel minúsculo e bem macio, recobriu os estigmas com o pólem de outra variedade escolhida para o cruzamento (...) (GAROZZO, 2004, p.91)
A partir de então, a ciência e os curiosos voltaram-se a olhar com maior criticidade e interesse para situações que possam promover o melhoramento genético das espécies encontradas na natureza.
Será sempre assim? Agora com os progressos da ciência, até o inocente e genial trabalho do monge parece destinado a servir de base para um novo e aterrador ataque à obra da natureza. As novas descobertas da biologia e da genética, de fato, visam amarrar sua fantasia, obrigando-a a trabalhar com combinações predeterminadas e limitando sua sabedoria com a sabedoria discutível de suas próprias criaturas. Bem feito, para a natureza! Quem mandou criar o homem. (GAROZZO, 2004, p.121)
De fato! A modernidade remeteu à biotecnologia muita precisão e uma incrível rapidez quanto ao desenvolvimento de novas variedades. Romperam-se assim, as barreiras do intercâmbio gênico imposto, até então, pelas diferentes espécies. A partir daí, as moléculas de DNA são submetidas a processos genéticos, onde, os cientistas classificam e transferem os melhores genes entre espécies não compatíveis sexualmente e procedem ao melhoramento genético em microorganismos, em plantas, em animais e, porque não citar aqui, o homem.
3 PANORAMA DA BIOTECNOLOGIA BRASILEIRA
Graças ao financiamento da ONSA (Organization for Nucleotide Sequence and Analysis) , o Brasil se lança em um panorama promissor de estudos e descobertas no seqüênciamento de genomas, no estudo de bactérias e no sequënciamento do genoma do câncer humano. Segundo Neto (2000, p.124) “A entrada do Brasil em um projeto tão competitivo apenas foi possível com a disponibilidade de aplicação de uma técnica desenvolvida no Brasil”.
Esta descoberta, coloca o Brasil no mapa das descobertas científicas mundiais. Nota-se que os brasileiros participam efetivamente do corpo das pesquisas e realizam publicações em boas e importantes revistas científicas. Espera-se que logo mais, os brasileiros transformem os conhecimentos sistemáticos, seus estudos e pesquisas em referências para causar bem estar ao povo, pois através do estudo dos genes do câncer, poderá de repente, ser gerado um diagnóstico, com conseqüências favoráveis à prevenção ou erradicação do mesmo.
4 DA TERAPIA GÊNICA ÀS VACINAS, DAS CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS À RESISTÊNCIA A FATORES BIÓTICOS
A terapia gênica é o tratamento de doenças baseado na transferência de material genético. Em sua forma mais simples, a terapia gênica consiste na inserção de genes funcionais em células com genes defeituosos, para substituir ou complementar esses genes causadores de doenças. A maioria das tentativas clínicas da terapia gênica atualmente em curso são o tratamento de doenças adquiridas, como AIDS, neoplasias malignas e doenças hereditárias. Em alguns protocolos a tecnologia da transferência gênica vem sendo usada para alterar fenotipicamente uma célula de tal modo a torná-la antigênica e assim desencadear uma resposta imunitária. (DANI, 2000, p. 28)
Mediante inúmeros noticiários de TV, dentre outras divulgações, evidencia-se hoje, um cenário promissor no que se refere às vacinas. Foi através do avanço da tecnologia de desenvolvimento das vacinas, visando obter e produzir antígenos e/ou melhorar suas formas de administração e apresentação destes antígenos para as células do sistema imunológico, que notoriamente, cientistas dedica-se incansavelmente nesta última década.
O melhoramento genético é destinado justamente a melhorias dos produtos e/ou plantas visando proporcionar a estes uma maior resistência aos fatores bióticos bem como o melhoramento dos seus valores nutricionais.
Segundo Souza Junior (2000, p. 132) O mamão, por exemplo, é “superior em termos nutritivos a uma laranja, a uma banana ou a uma maçã”. A partir do melhoramento genético deste, o mamoeiro pode ser cultivado em fundos de quintais de diversas regiões sem perder suas propriedades nutritivas e sem qualquer interferência de fatores bióticos. Mediante aos pleitos da biotecnologia hoje, acredita-se que esta oferece-nos inúmeras possibilidades de maior qualidade de vida futura.
5 CONCLUSÃO
Frente ao exposto, é inegável o fato de que existem hoje grandes preocupações com os riscos da inserção de produtos geneticamente melhorados no ambiente e no consumo humano, porém, concluiu-se que, parece haver muito mais benefícios que implicações para a vida humana, visto que, a biotecnologia está incorporada à rotina do melhoramento genético, não do contrário, e sua importância para o homem, vai além dos patamares que abrangem as diferentes áreas de produção do qual o ser humano depende para a sua sobrevivência.
6 REFERÊNCIAS
DANI, S.U. Terapia Gênica. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento, Brasília – DF: Departamento Comercial e Edição: KL3, nº 12, p.28-33, Janeiro/Fevereiro 2000.
GAROZZO, F. Gregório Mendel/Filipo Garozzo. –2 . ed. – São Paulo: Editora Três: Editora Brasil 21, 2004. – (Os homens que mudaram a humanidade; 15)
NETO, E. D. Projeto Genoma do Câncer Humano. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento, Brasília – DF: Departamento Comercial e Edição: KL3, nº 12, p.124-129, Janeiro/Fevereiro 2000.
SOUZA JUNIOR, M. T. Mamão Transgênico. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento, Brasília – DF: Departamento Comercial e Edição: KL3, nº 13, p.132-136, março/abril 2000.
Autor: Gladenice T. da Silva
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