Rubem Alves: heresia ou devaneio?



O educador e escritor Rubem Alves, entre elucubrações, ilações e, principalmente, divagações, tem ocupado seu espaço na seção Aula Aberta da Revista Educação. Seu artigo “Sobre a inteligência e o pênis”, publicado no nº 138, de outubro de 200/8, extrapolou os beirais da sensatez. Como ele geralmente vive no campo do devaneio e não da praxe educacional brasileira, e diante de sua extrema simpatia, está desculpado.

No entanto, gostaria de fazer um comentário a respeito do artigo em questão.

Ele inicia justificando que o que vai escrever não saiu da sua cabeça, mas que encontrou nas Escrituras Sagradas. Segundo ele, elas “contam que no princípio de todas as coisas Deus estava infeliz”, pois a “mesmice da eternidade perfeita lhe dava tédio”. Aí o escritor continua contando que Deus sonhou com um jardim, resolveu plantar um e começou a criar todas as coisas. Na descrição do educador, era “o jardim das delícias, destino dos homens, destino do universo, o destino de Deus”. Então, extrapolando os limites da Bíblia, de qualquer exegese de um texto bíblico, afirma que o “paraíso era melhor que o céu”, e que “Deus abandonou os céus monótonos em que vivia e se mudou para o jardim”.

Daí em diante começa a tecer comentários sobre o descanso (gozo) e o trabalho, o dia bíblico do descanso e também críticas à Igreja (a Católica do imperador Constantino, provavelmente, pois foi quem instituiu o domingo como o dia em que as pessoas descansariam do seu trabalho semanal). Mas isso não vem ao caso.

O que merece comentar aqui é o início do texto de nosso educador e escritor. Não ousarei afirmar que as suas divagações chegar a ser uma heresia, pois quem a professa deve ser um exímio conhecedor da Bíblia, o que não é o caso. Está mais para um contra-senso, uma tolice. O que preocupa, entretanto, quem realmente é e está comprometido com a nossa Educação é o fato de a revista ser lida em nossas escolas por professores, coordenadores e diretores, nem sempre atentos, podendo isso vir a criar polêmica desnecessária nas salas de aula.

No que se refere à comparação que o nosso emblemático escritor tece entre a inteligência e o pênis, não vou gastar meu precioso tempo.

Para consulta:
- Bíblia de Jerusalém. Gênesis 1 e 2. Edições Paulinas.
- Revista Educação nº 138. Aula Aberta. Editora Segmento, pág. 82.
Autor: Prof. Maurício Apolinário


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