Sobrevivendo às turbulências
A fusão é uma possibilidade latente que "assombra" os profissionais; poucas situações geram tanta ansiedade e angústia quanto uma fusão ou aquisição. Compreender conceitualmente o tema e as realidades psicológicas que o caracterizam nos permitem sobreviver melhor às turbulências e, conseqüentemente, maximizar o nosso saldo profissional durante e depois do processo. Três pontos essenciais:
1) Razões Sociais "fundem-se" até facilmente, Culturas não.
Fusões eqüitativas de culturas, raramente ocorrem. Normalmente ocorre um processo de aculturação da mais forte sobre a mais frágil, influenciado tanto pelas diferenças patrimoniais (incluindo marca) quanto pelas administrativas. Isto gera uma imposição de práticas e conseqüente recomposição de poder na nova empresa, causando desconforto e conflito, pois os profissionais se encontrarão frente à necessidade rápida de um reposicionamento que não segue a ordem natural da evolução da empresa à qual pertenciam e sim da gerada pela fusão.
Diante do novo estilo administrativo, os profissionais terão que reconfigurar sua atuação rápida e conscientemente, evidenciando seu sincronismo com o processo e garantindo, através de contribuições que agreguem valor, seu espaço na nova organização. A fase até o estabelecimento da "nova cultura" é muitas vezes dolorosa. Reformulam-se conceitos e valores; mudam os processos, muda a interação profissional-empresa e profissional-profissional.
O RH deve estar plenamente informado dos processos a serem implantados e ser convidado a participar das reuniões de reestruturação do organograma e planejamento estratégico, contribuindo para uma administração preditiva da "crise" com ações consistentes de comunicação, motivação e treinamento.
Em fusões, quanto antes começarmos a administrar tensões, expectativas e temores; melhores serão os resultados e o comprometimento dos profissionais dentro da nova organização.
2) Resquícios da "velha" cultura vão resistir.
Mudar uma cultura não é uma questão de decisão chancelada pela diretoria, e sim uma questão de comportamento envolvendo percepções e atitudes, que se não forem bem trabalhadas resistirão e, a longo prazo, podem gerar uma cultura "Frankenstein". A cultura empresarial só é passível de mudanças através das pessoas.
Uma transparente política de comunicação que sinalize com clareza para onde caminha o processo, permite a cada profissional exercitar reflexões sobre como as mudanças irão afetar o seu cotidiano profissional, planos pessoais e carreira.
3) A nova cultura
O terceiro grande desafio, já que culturas não se fundem com naturalidade, consiste em perceber que discussões sobre qual cultura será predominante não contribuem neste momento, é melhor estudar criteriosamente os pontos fortes de cada cultura e incorporá-los em um novo conjunto de "best practices".
O processo de aquisição ou fusão deve ser apresentado como um novo desafio que nos permitirá ampliar os horizontes. Devemos motivar oferecendo oportunidades e não permitir que boatos e falsas expectativas venham prevalecer sobre uma consciente estruturação do processo de transição.
Carlos Hilsdorf
Considerado pelo mercado empresarial um dos 10 melhores palestrantes do Brasil. Economista, Pós-Graduado em Marketing pela FGV, consultor e pesquisador do comportamento humano. Palestrante do Congresso Mundial de Administração (Alemanha) e do Fórum Internacional de Administração (México). Autor do best seller Atitudes Vencedoras, apontado como uma das 5 melhores obras do gênero. Presença constante nos principais Congressos e Fóruns de Administração, RH, Liderança, Marketing e Vendas do país e da América Latina. Referência nacional em desenvolvimento humano.
www.carloshilsdorf.com.br
Autor: Carlos Hilsdorf
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