Ditaduras do neoliberalismo



(*) Nelson Valente
Sou democrata, adepto do sistema representativo da interdependência dos poderes, de eleições secretas e livres, dos mandatos a prazo determinado, dos intangíveis direitos individuais, da liberdade de pensamento.
Não acredito nas ditaduras do neoliberalismo.
As exercidas em nome de uma classe, traem-lhe as prerrogativas mais elementares. Negam-lhe a liberdade de trabalho. Destroem-lhe os sindicatos. Proíbem-lhe a luta pelo acesso legítimo. Convertem em crime o que é de direito. Cerceiam a livre expressão do pensamento. Suprimem as assembléias. Desmancham a família. Subtraem, ao convívio humano, o calor da amizade e a ternura da confiança.
As ditaduras exercitadas a pretexto de interesse nacional cometem as mesmas ferocidades, incidem em violências idênticas.
O século XXI têm sido um crematório implacável de filosofias políticas, e é preciso, para que encontremos o justo caminho, que, servidos por mente arejada, animados de ideais amplos e generosos, guiados por espírito de luta e afirmação, dispostos a encarnar a soberania da Nação, ávidos de liberdade e só entendendo a política em função do amor ao povo – não nos metamos, por vontade própria, em prisões que por toda a parte estão sendo arrebentadas.
O Brasil não deve mentir à esperança de outros povos. Mas, via de conseqüência, não pode mentir à esperança de seus próprios filhos. Não recuaremos, porque chegamos até aqui. Não recuaremos, porque estamos dispostos a todos os sacrifícios para atingir o completo desdobramento da potencialidade do nosso solo e subsolo e da capacidade da nossa gente.
As dificuldades naturais de desbravamento de um País de porte gigantesco como o nosso, só podem ser superadas mediante a aplicação sistemática dos seus recursos, em obediência a uma hierarquia de prioridades. A ausência da Administração nos problemas da educação e da saúde, agravando, criminosamente a grande chaga da nossa atualidade, realizou, também, um dos maiores escândalos dos nossos dias.
Ao governo não lhe será lícito, a qualquer título, ainda que sonoro ou pomposo, procrastinar o atendimento das necessidades basilares de saúde, educação e cultura.
A Federação deverá constituir uma expressão vigorosa e harmônica no seu conjunto, elidindo-se as fundas arritmias de seu crescimento.
Dar atenção especial para agricultura e à pecuária, que tudo nos tem dado para ser o que somos, tratamento generoso de assistência técnica e financeira, a fim de que prossigam com vigor renovado na marcha do nosso enriquecimento.
Para a indústria em geral e, sobretudo, a indústria de base, para o comércio interno e o de exportação, alinharemos todos os estímulos de que carecem, na sua missão fecunda de produzir e distribuir riquezas.
Aos trabalhadores além da aposentadoria e assistência médico-hospitalar dos Institutos, tornadas efetivas, além das vantagens de uma previdência social escoimada de compadrio, de filhotismo, de corrupção, tranqüilidade mediante a garantia de salários hábeis a mantê-los, e a suas famílias, em padrões crescentes de bem-estar, participando da evolução do País.
Esta nação não precisa propor-se moratória moral, concordata política, falência de qualquer ordem ou natureza.
É uma grande Nação, tão afortunada nas suas riquezas morais, quanto no inesgotável patrimônio ético-espiritual da sua gente.
Povo livre, que, livre de medo, conduz o seu destino.
(*) é jornalista
Autor: Nelson Valente


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