Quero minha parte do bolo



Quero minha parte do bolo



Estava saindo do trabalho, indo para casa almoçar. No meio do caminho, lembrei-me que em minha residência, não havia mais água para beber. Então, resolvi parar num armazém para comprar. Entrei no estabelecimento e ao colocar os olhos na etiqueta do preço fiquei abismado, hesitei e fiz menção em dar meia volta e ir embora sem aquela que saciaria minha sede. Porém, refleti mentalmente, percebi que “o bolo” tem que ser dividido e ninguém abre mão de sua parte. Não poderia ser diferente, é a lei do comércio. A partir do momento que o homem deixou de caçar e passou a comprar, é justo submeter-se aos “atravessadores”. Afinal, o consumidor é o último a colocar as mãos no produto, gerando lucro para todos os anteriores.
O lucro justo faz parte do negócio, não tenho a menor dúvida. Quando o consumidor, gerador de lucro, perde seu poder aquisitivo, todos perdem. Foi o que ocorreu com os Catarinenses do vale do Itajaí. Alguns perderam tudo que tinham, ficando apenas com a roupa do corpo. Foi então que entrou em cena a solidariedade do povo Brasileiro, o qual enviou e continua enviando donativos para amenizar ao menos um pouco a dor sofrida por aquelas famílias. Pessoas que talvez nunca passaram por nosso estado, se sentem na obrigação de ajudar os semelhantes por pura bondade, sem pedir nada em troca, sem obter lucro algum. Pessoas anônimas que, como único prêmio por estarem fazendo o bem, deitam em suas camas à noite e não se sentem culpados por estarem confortáveis, enquanto seus semelhantes dormem ao relento.
Contudo, nem todos são anônimos nesta história, ou pelo menos não querem ficar no anonimato. Enviam carretas lotadas de alimento, doam objetos pessoais para que se faça leilão, organizam shows beneficentes, entre outras coisas. É muito importante com certeza. Porém, atrás disso tudo há muita entrevista para televisão, jornais, rádio e mídia em geral, vangloriando o ato. Ou seja, querem sua parte do bolo e, conseqüentemente, obter lucro pessoal. A verdadeira generosidade aos infortúnios esta em fazer o bem sem esperar nada em troca, sem ostentação. A bíblia, o livro mais lido do mundo, em uma passagem relata: “Guardai-vos de fazer vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás não tereis galardão junto de vosso pai, que esta no nos céus.
Quando pois deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam seu galardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que fez a tua mão direita; Para que tua esmola seja dada ocultamente; e teu pai, que vê em segredo, te recompensará publicamente.(Mateus cap.6 vers.1 a 4).”
Sendo assim, se você pretende fazer o bem, vá em frente. E não espere recompensa material ou moral, faça por amor.
Autor: Maciel Brognoli


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