Os Sistemas de Informações Contábeis devem Contemplar as Organizações como um Conjunto de Atividades.



O mundo contemporâneo dos negócios tem evoluído com imensa rapidez. Com o advento da globalização – remoção das barreiras ao livre comercio e maior integração entre as economias -, aumentou ainda mais o ambiente competitivo e acirrado entre as empresas, gerando grandes avanços tecnológicos, transformando, criando novos mercados, ou até mesmo destruindo antigos mercados, a partir da visão estratégica para a transformação das estruturas.
É a visão institucionalista-schumpeteriana sendo posta em prática, onde a empresa e seu ambiente e ou sua estrutura industrial estão em permanente troca, instituindo-se inovações, que podem ser tão radicais, que são seguidas sempre de inovações organizacionais e até mesmo institucionais. Dentro deste contexto, as informações apresentadas pela Contabilidade Gerencial têm que ser fornecidas a tempo, com cunho estratégico para tomada de decisões.
A Contabilidade Gerencial é de suma importância no âmbito interno das organizações, pois fornece informações de desempenho econômico, como custos e lucros sobre os produtos, serviços e clientes e também das atividades, além de gerar feed-back aos funcionários de todos os níveis, desde os operacionais, até os de alto escalão sobre seu desempenho, para fins de melhorias. E mais, a Contabilidade Gerencial tem o poder de mensurar o desempenho das unidades operacionais decentralizadas, a fim de melhorar o processo de gestão das organizações e criar valor para os clientes. Os Sistemas de Informações Contábeis têm o poder de orientar os gerentes das empresas para decisões operacionais e estratégicas, na busca de atingir o cumprimento das metas traçadas pelo planejamento estratégico.
Em função da pouca capacidade dos sistemas de custeio tradicionais, apurar os custos de maneira correta, as organizações estão implantando o Sistema de Custeio Baseado em Atividades (ABC), que evita distorções na apuração, atribuindo-se os custos dos recursos às atividades, e a partir daí estes custos são atribuídos aos produtos, serviços e clientes.
Assim, os Sistemas de Informações Contábeis devem contemplar as organizações como uma seqüência de atividades (unidade de trabalho com objetivo específico), e executar o controle organizacional ao estimar o desempenho de uma cadeia de valores, já que esta cadeia acrescenta valor ao produto em função das necessidades dos seus clientes.
As atividades em seqüência de valor estão divididas em quatro classes, sendo a primeira, as Atividades de Entrada, com a preparação para a fabricação do produto, e que estão relacionadas a P&D, mão-de-obra, compras, contratação e treinamento de funcionários. A segunda classe é a classe das Atividades de Processamento do produto, como operação das máquinas, movimentação de produtos em elaboração, estoque; A terceira classe de Atividades é a de saída, que inclui as negociações com os clientes, as vendas, as entregas, cobrança aos clientes, e por último, a quarta classe de Atividades são as classes administrativas, de apoio às anteriores, como pessoal, contabilidade.
As atividades na cadeia de valores são definidas a partir do foco no cliente e suas expectativas e, como cada cliente é o funcionário da próxima cadeia, ao mesmo tempo em que será o fornecedor da cadeira seguinte, este processo faz gerar uma avaliação constante na melhoria do desempenho, constituindo-se este tipo de operação em controle de processo.
Desta forma, o ABC, constitui-se em uma poderosa ferramenta para os gerentes avaliarem os custos das atividades e dos processos, da lucratividade dos produtos, serviços e clientes e as suas informações geradas servirão de base para tomada de decisões, consistindo-se em Gestão Baseada em Atividades (ABM).
Dento desta ótica são analisadas as atividades das empresas, para que se possa geri-las separando-as em atividades que geram ou não valor à empresa, dando condições de tomada de decisões de melhoria contínua, com o desenvolvimento de técnicas mais eficazes apuração de custos dentro de uma visão estratégica para fins de alcançar melhorias na qualidade de atendimento às necessidades dos clientes, num processo de interação entre clientes e fornecedores, ao par em que busca o aumento da lucratividade da empresa, ao aperfeiçoar o desenho de produtos e serviços, dar maior eficiência à execução das atividades e na redução dos custos, na execução das atividades críticas, como definição de melhores métodos de trabalho, melhores equipamentos.
Sendo o foco do ABM o aprimoramento cada vez maior ao atendimento às necessidades do cliente e a maximização dos lucros, é que muitas empresas, agindo proativamente, estão utilizando o ABC como base para seus orçamentos na previsão dos custos para os períodos subseqüentes, de tal forma que se possa ajustar a oferta de recursos de períodos futuros em função das demandas estimadas para as atividades de processos em relação às previsões de quantidade e mix de produtos, serviços e clientes.
Diante disso, muitos custos organizacionais considerados como fixos, tornam-se variáveis, apesar da classificação tradicional entre custos fixos e custos variáveis afirmar que os custos fixos são os custos dos recursos das atividades que podem ser ajustados apenas no longo prazo. Pode-se constatar que isto não ocorre no ABC, pois se pode haver um ajuste na previsão de custos no longo prazo em função das mudanças do nível de produção, então estes custos não podem ser considerados como fixos, e sim variáveis.
Deste modo a empresa pode chegar a uma análise do ponto de equilíbrio - nível de produção em que as Receitas de Vendas cobrem os Custos Variáveis e os Custos Fixos, igualando-os ao Custo Total.
Autor: Maria Alice Porto


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