DENGUE: À ESPERA DE UM MILAGRE



Os sucessivos equívocos cometidos sugerem isto.
As ações distorcidas nesta área são visíveis através dos números de casos, que só aumentam na maioria das cidades em todos os estados brasileiros, nas sucessivas epidemias de Dengue.
Outra terrível patologia em alta é a Leishmaniose, com números aumentando de forma preocupante, envolvendo casos de extrema gravidade.
O sistema público de saúde transfere a culpa das falhas cometidas para a população, que, agredida pelo mosquito e por estas acusações, fica a mercê de um milagre...
Ambientalistas dizem que a culpa toda é do aquecimento global, e, enquanto isso, o mosquito domina tudo, infectando milhares de pessoas a cada ano com um crescente número de óbitos.
Mas, o mais provável, a causa principal mesmo, seja a negligência e incompetência das autoridades envolvidas, tanto na prevenção quanto no combate e no tratamento dos pacientes infectados.
Depois da descentralização do controle, que era Federal, foram transferidas aos estados e municípios as ações de combate aos vetores, provocando o que temos ai: descontrole total!
Como bióloga que acredita na vida e que luto por ela, pergunto: onde estão os ecologistas que condenam o uso do inseticida correto para a eliminação dos vetores patogênicos, que fecham comodamente os olhos (e a boca) ante os milhões de toneladas de agrotóxicos pulverizadas nas lavouras?
Outro importante enfoque é o do Dr. Renan Marino, de Rio Preto-SP, alertando que o tratamento curativo da Dengue está matando a população, pois o uso excessivo do paracetamol, de alta ação tóxica ao fígado, já afetado pela Dengue(...). (CMI-CENTRO DE MÍDIA INDEPENDENTE).
Isto se pode confirmar acessando o site do CEATOX, onde o presidente do órgão, o doutor Anthony Wong fala sobre a agressão causada ao fígado pelo uso do paracetamol e, aproveito para recordar a presença desse princípio ativo em uma infinidade de medicamentos para dor, febre e gripe, à venda em ‘qualquer esquina’.

GESTANTES E DENGUE

No Rio de Janeiro, em 2002, mãe e bebê morreram de dengue no Hospital Estadual Azevedo Lima e, novamente outra gestante, em 2008, no 7º mês de gestação, morreu junto com seu bebê tão sonhado. E esses são apenas dois relatos, mas o número de casos não divulgados é bem maior.
A propósito, em antigos artigos já alertava que, a gestante, ao sofrer Dengue, seu filho está tendo a 1ª Dengue de sua vida, no que fui contestada, mas a realidade é esta: gestante ao ter dengue seu bebê também está sendo infectado e, aos 04 anos, poderá ter dengue novamente, a que será a segunda dengue de sua vida, com maior risco hemorrágico, portanto.
Está na hora de mudar enfoques equivocados e idéias milagreiras tipo ‘mosquitoeiras’. Se fosse rato, vá lá, mas mosquito!... Larvicida só funciona no local onde é colocado. E os milhares de criadouros que existem nos terrenos baldios? Circo montado em dia “D”, folhetos, etc., isto serve para “mostrar serviço”, mau serviço!
Se for feito uma análise, o oba-oba do tal dia “D” (afinal, no Brasil tem dia pra tudo), este dia sempre ocorre depois de centenas de pessoas terem sido infectadas. Assim, logo sai na mídia a redução dos números de casos, o que não é devido às ações do dia “D”, mas, sim, porque quem teve a dengue só irá ter novamente, depois de 4 ou 5 anos. Mas a mídia, mal informada, costuma publicar declarações tipo “caiu 80, 90 ou outro percentual qualquer, o número de casos de dengue”.... O que é desinformação.
Está certo o epidemiologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Roberto Medronho, que disse não querer ver chegar o fim da epidemia (2008) ouvindo as autoridades dizendo “que as medidas tomadas foram fundamentais para conter o surto”, pois, para ele, todas têm sido insuficientes para controlar a pior crise da história do país, devido ao Aedes aegypti.
Com isso parece claro que se não for feito o que tem de ser feito (usar o fumacê da maneira correta), novas e cruéis epidemias se aproximam...
Acabo de receber um e-mail do doutor Julio Castro, outro pesquisador do assunto, enviando noticias de “dengue em Santa Cruz de La Sierra”, que, pelos números relatados, se trata de uma epidemia de grandes proporções, fato que estaria deixando o Ministério da Saúde-MS brasileiro “em alerta”... Interessante se preocupar com os mosquitos dos outros! Temos aqui o suficiente, se preocupem, pois, com a eliminação deles!
E, daí sim, passe-se a prestar ajuda – recomendável – aos vizinhos, sem usar do problema deles para justificar o nosso.
Autor: Beatriz Antonieta Lopes


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