Gestão com Inteligência Emocional: Porque as Empresas Estão Apostando Tanto Nisso



Introdução

Este trabalho objetiva demonstrar que em uma empresa, toda atividade está associada a trabalhos em equipe. Aquele profissional que pretende ser auto-suficiente, que despreza valores de companheiros, clientes, fornecedores e subordinados, que pretende trabalhar sozinho, não apenas irão ao fracasso, mas será também um grande gerador e frustrações. Sabe-se que nenhum grande gênio suplanta a força da união de talentos de uma equipe. Inteligência Emocional está relacionada a habilidades tais como: motivar-se a si mesmo e persistir em face a frustrações; controlar impulsos, canalizando emoções para situações apropriadas; gratificação pessoal, motivar pessoas, ajudando-as a liberarem seus melhores talentos e conseguir seu engajamento a objetivos de interesses comuns.

Daniel Goleman mapeia a Inteligência Emocional em cinco áreas de habilidades:
1. Auto-Conhecimento Emocional: reconhecer um sentimento enquanto ele ocorre, a falta disso deixa-nos a mercê de nossas emoções.
2. Controle Emocional: habilidade de lidar com seus próprios sentimentos, adequando-os para a situação. Pessoas são dotadas dessa habilidade permanecem na incerteza continua.
3. Auto-Motivação: Manter a mente sempre criativa na busca das soluções.
4. Reconhecimento de emoções em outras pessoas: Empatia, permitindo conhecer necessidades e desejos dos outros, facilitando o relacionamento.
5. Habilidade em relacionamentos interpessoais: a arte do relacionamento, habilidade de gerenciar sentimentos em outros. E a base de sustentação da popularidade e liderança.

Segundo Pichon Sivieri existem dois tipos de grupos: Primário: familiar, de amizade, esporte e Secundário: grupos profissionais, escola, grupos de estudo e de trabalho.

Nesses dois grupos são desenvolvidos cinco tipos de papéis:
a> Líder de Mudança: é aquele que sempre puxa o grupo para frente, aponta sempre uma saída, enfrenta o novo e promove mudanças.
b> Líder de resistência: Positivo: busca enfrentar o novo, sonha alto demais, dá os parâmetros de mudança, alerta para a realidade mas não breca a mudança. Negativo: é do contra, é o que sempre levanta o negativo, é improdutivo, breca crescimento, aprendizagem. Se nega a tudo.
c> Porta voz: participante, que por características pessoais sente e percebe as coisas no ar , (as vezes porta voz de si mesmo e as vezes do grupo todo).
d> Bode expiatório: resolve aquilo que o grupo não consegue resolver, geralmente recebe as culpas do grupo.
e> Silencioso: por omissão, participação de elaboração (pensamento), fala oca, fala muito e não diz nada, ele resolve os problemas dos falantes (não sabe escutar o outro).
Temos que ter clareza do nosso papel!.

O que pode ser feito para não tomarmos decisões erradas

a> Não se apresse ao tomar decisões importantes, raramente elas precisam ser tomadas imediatamente, pense durante pelo menos vinte quatro horas, você conseguirá ser mais objetivo
b> b> Todas as decisões têm conseqüências, reflita muito bem sobre quais serão estas conseqüências para a tomada de decisão correta.
c> Certifique-se de que colocou a decisão no seu devido contexto, pois elas não são iguais, não supervalorize questões sem importância.
d> Ninguém pode decidir por você, nunca deixe que ninguém tome decisão por você, se fracassar você irá sentir-se irresponsável e inconseqüente, se der certo, não sentirá merecedor do mérito desta decisão.
e> Raramente as decisões são irrevogáveis, se errar, tente voltar atrás e corrigi-las.

Estabelecer metas é concentrar seus pensamentos e energias no que deseja conseguir, e se você realmente deseja conseguir um determinado objetivo, você consegue sem sombra de dúvida.

Definição de metas

Existem quatro elementos para definir metas:
1. Declare clara e objetivamente o que você deseja realizar: é muito importante anotar sua meta profissional ou pessoal, ajuda a memorizar, tornando o nosso pensamento mais claro e a lembrança exata do que desejamos fica mais intensa escrevendo, estudando e memorizando.
2. a meta não precisa ser longa, limite-se a escrever uma ou duas frases, basta estar compreensível, não se pode deixar confuso algo tão importante.
3. Trace um plano para alcançar sua meta: se não tiver um plano para atingir sua meta, não é meta é um sonho.
4. Um plano tem metas específicas e definidas e terá que ser atingida a curto, médio ou longo prazos. Cada atividade o levará em direção ao seu objetivo ou o afastará dele, elimine atividades desnecessárias, ( sabendo administrar seu tempo) que não levam você a lugar nenhum, concentre-se nas atividades geradoras de êxito.
Como administrar seu tempo

1. Tenha objetivos claros e definidos.
2. Estabeleça prazos para o término.
3. Faça a sua programação diária, semanal, mensal e anual.
4. Concentre-se nelas.
5. Estabeleça as prioridades.
6. Trabalhe em cima de soluções não de problemas.
7. Institua o "Tempo para Mim" (lazer).
8. Elimine o " Deixar para Depois ".
9. Faça bem feito uma única vez.
10. Cultive a delegação de tarefas.
Faça sempre um cronograma. Concluir um projeto com êxito dependerá de como você administra cada parte dele, a fim de terminá-lo inteiramente dentro do prazo.
O seu cronograma deve levar em consideração as outras pessoas que estarão envolvidas nele. Independentemente do quanto o projeto seja importante para você, talvez não seja de grande prioridade para os outros.
Reserve um tempo para revisão, modificação, participação das pessoas que estão interessadas realmente no projeto ou que seja afetado pelo resultado do mesmo.
Organize o tempo para cada atividade, reservando um tempo extra para imprevistos que sempre ocorrem.
Comprometa-se a alcançar a meta independente dos obstáculos a serem superado: nunca deixe de medir o seu progresso, usando o seu cronograma.
O fundador da multibilionária Carlson Companies, Curtis L. Carlson diz aos seus gerentes e funcionários "Tudo o que temos que fazer, e não perder de vista o objetivo", com tanta intensidade que fica próximo a obsessão.

As pessoas que estão construindo os negócios de sucesso do futuro são aquelas que reconhecem a importância dos relacionamentos. As empresas que trabalham para construir bons relacionamentos com todo o seu publico descobrirão que seus clientes, funcionários, fornecedores e investidores permanecem leais, mesmo em tempos difíceis. Executivos eficazes sabem tirar vantagem disso.

Análise da Linguagem Corporal

Alguns gestos, situações e traços de personalidade que podem ajudá-lo a entender e analisar certas reações e atitudes, das outras pessoas em relação aos argumentos por nós apresentados.

Receptividade e sinceridade:
1. Mãos e braços abertos.
2. Pernas e braços descruzados.
3. Paletó e gola desabotoados.
4. Leve inclinação para a frente na cadeira.

Posição defensiva:
1. Corpo rijo.
2. Pernas e braços firmemente cruzados.
3. Punhos cerrados.
4. Cabeça inclinada para baixo, pouco contato com o olhar.

Desinteresse, aborrecimento ou indiferença:
1. Mãos na face.
2. Coçando o queixo.

Suspeita, segredo, rejeição ou dúvida:
1. Mínimo ou nenhum contato com o olhar.
2. Esfregando o nariz.
3. Desviando-se do interlocutor.

Prontidão:
1. Mãos na cintura.
2. Sentando-se na ponta da cadeira.

Frustração ou oposição:
1. Beliscando a ponta do nariz.
2. Esfregando a nuca.
3. Passando várias vezes as mãos no cabelo.
4. Contorcendo as mãos.

Autoridade, confiança, superioridade ou domínio:
1. Sentado na cadeira, inclinando-se para trás.
2. Segurando as mãos juntas, de modo que apenas as pontas dos dedos se toquem.
3. Pés sobre a mesa.
4. Inclinando para trás, com os dedos entrelaçados através da cabeça.

Nervosismo:
1. Limpando a garganta.
2. Fumando um cigarro atrás do outro.
3. Cobrindo a boca quando fala.
4. Movimentando-se nervosamente, marcando compasso ou tamborilando com os dedos.

Claro que estes gestos devem ser analisados com responsabilidade. Nunca devemos afirmar ou julgar, caso não tenhamos certeza.

Analise de personalidades

Esta seleção de características de personalidades fraca e forte, servem como um roteiro para que seja feita uma analise.

Personalidade fraca:
1. Insere muitas perguntas no discurso
2. Sempre pede opiniões.
3. Gagueja ou titubeia ao expressar opiniões.
4. Seu tom de voz é mais baixo do que o normal.
5. Faz rodeios, enche o discurso de citações.
6. Não termina as frases ou as termina com reticências.
7. Acelera o ritmo da fala, atropela palavras.
8. Insere frases que põem em dúvida as suas afirmações ("não sei se estou certo, mas"...).
9. Ocupa pouco espaço físico ao falar (encolhe-se na cadeira, levanta pouco a mão ao pedir a palavra ).
10. Fica calado com freqüência, mesmo tendo algo a dizer.
11. Quando fala, costuma ser prolixo. Volta várias vezes ao mesmo ponto.

Personalidade forte:
1. Costuma dar declarações inques-tionáveis.
2. Não gosta de ser interrompido.
3. Expressa opiniões objetivas.
4. Seu tom de voz transmite segurança no que está afirmando.
5. É direto, e costuma analisar as opiniões alheias incorporadas ao seu discurso.
6. É incisivo na maioria das frases, seu discurso parece ter vários pontos de exclamação.
7. Fala pausadamente. A não ser quando quer encerrar a conversa rapidamente
8. Usa frases que marcam sua autoridade ( "como eu já disse antes" ou "este é o jeito correto")
9. "Espalha-se" ao falar, fazendo gestos mais abertos, sem no entanto "esparramar-se", denotando displicência
10. Fica calado com freqüência, por ver necessidade de analisar informações
11. Quando fala, costuma ser sucinto. 12. Irrita-se quando tem que explicar muitas vezes o mesmo ponto.
Não é uma regra geral, é preciso prestar atenção, pois nem sempre estas reações significam o que se estão expressando.

Saber ouvir e observar são poderosas armas!, use-as.

A última palavra na questão dos relacionamentos e a importância do saber ouvir. Ouvindo os clientes, funcionários, direção, etc, focalizando exatamente em que pontos deveremos conquistar a confiança e obter os resultados desejados.

A cultura latina enfatiza demasiadamente o “falar”, em contradição ao “ouvir”. É bom lembrar que: bons gestores são normalmente bons ouvintes e observadores, a produtividade de reuniões é maior quando as pessoas presentes sabem ouvir e principalmente tendemos a confiar mais em quem sabe ouvir.

O dom de ouvir nos traz experiências, táticas de como agir, mostram os pontos fracos das pessoas e principalmente nos dá confiança naquilo que vamos fazer ou falar. Quem sabe ouvir e observar, aprende e obtém proveito disso, certamente é dotado de inteligência emocional elevada. Lembrando uma célebre frase de quem tem o dom de ouvir e prever fatos: “Você os viu, mas eu os ouvi”.

Experimente alguns momentos de silêncio depois de falar, é um notável instrumento de comunicação, dá uma forte sensação de confiança e serve para observar e obter mais informações, desenvolvendo muito a sua intuição.

Seja claro ao perguntar

Uma pergunta bem feita já está quase que respondida, procure algo mais nas entrelinhas, observe o tom de voz, as expressões corporais e use isso para resolução de problemas e nunca para prejudicar pessoas.
Expandindo sua empatia, estabelecendo conexões emocionais elevadas e claras, ganhando a confiança dos que o cercam e principalmente aprendendo a entender, lidar e gostar das pessoas.

A insatisfação também pode ser benéfica

A insatisfação e o conflito aumentam a capacidade de realmente reconhecer o que importa e lutar por isso. A exposição dos problemas de forma clara, permite identificar os bloqueios no relacionamento, injustiças, desperdício de tempo, etc.
A insatisfação é usada construtivamente, quando faz com que o ser humano realize alguma coisa de valor, pois o que mais queremos é nos livrar desse sentimento que encomoda muito, para isso buscamos arduamente algo que nos satisfaça e que seja benéfico.

Saiba que o fracasso também é importante como aprendizado, renova nossa humildade e impede que levemos tudo muito a sério, “o fracasso molda a nossa objetividade”.
Quantas histórias trágicas todos nós temos para contar, sejam vivenciadas ou ouvidas, mas também quantos exemplos de homens que após uma grande tragédia, renovaram-se como pessoas e renascendo das cinzas como Fênix, valorizando a vida e ajudando ao próximo, tornando-se exemplos para a humanidade.

Os sentimentos propagam-se de pessoa para pessoa, temos que saber lidar com eles

Quantas vezes você sentiu-se deprimido ao ouvir de alguém da empresa que está vivendo um triste fato em sua vida, ou alegrou-se muito com alguém que está muito feliz, tudo isso demonstra que você têm a capacidade de colocar-se no lugar do outro, até mesmo viver as mesmas emoções.
Dentro de uma empresa um gerente dotado de QE elevado, percebe estes sentimentos, é solidário, reconhece e respeita a distância emocional, mas deve-se proteger para não envolver-se demasiadamente e esquecer que o principal propósito são os interesses da empresa.
Analisar com calma a situação e o ocorrido e tomar a decisão certa, no momento certo.

Conclusões

O objetivo geral deste artigo é proporcionar aos leitores informações básicas sobre reações emocionais e seus efeitos comportamentais, exemplificados em situações do cotidiano dentro das organizações..
A preocupação com qualidade e produtividade no trabalho do setor, departamento, diretoria ou empresa, certamente passa pela elevação do nível de Inteligência Emocional do gestor e das pessoas envolvidas.
Há mil atalhos para a navegação rumo ao conhecimento do ser humano, sua inteligência e suas emoções. E, por mais atraídos que estejam a navegar por todos esses atalhos, temos que selecionar, respeitando espaço, tempo e contexto.
Entretanto, tomar consciência, avaliar, controlar e monitorar as emoções em benefício da vida afetiva, familiar, social e comunitária, torna as pessoas mais inteiras e equilibradas.
Honestidade Emocional está na simplicidade das palavras e no olhar firme e sincero, onde lembramo-nos de pessoas que são dotadas de intuição criativa, compaixão e criatividade são consideradas emocionalmente honestas.

Bibliografia
[1] GOLEMAN, D. - Inteligência Emocional, Objetiva, Rio de Janeiro, 1995
[2] MORGAN, C.T. - Introdução à Psicologia, McGraw-Hill, São Paulo, 1977
[3] CYPERT, S.A.- Como se Fortalecer com o poder da auto-estima, Campus, Rio de Janeiro, 1995
[4] COOPER, R. e SAWAF, - Inteligência Emocional na Empresa, Campus, Rio de Janeiro, 1997
[5] Revista Exame Você S/A, Abril Cultural, ano 1, nº 5, novembro / 98.
Autor: Sandra Regina da Luz Inácio


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