Meio Ambiente: questão política e ética



A crise ambiental está preocupando a todos desde o início do século XXI. Este é o século das decisões: o conjunto da comunidade humana precisa decidir se tem algo a fazer para enfrentar o problema. Está acontecendo agora o que estava previsto para um futuro distante, sinal de que chegamos ao limite. Os cientistas prevêem que o planeta teria de cortar até 2050 (portanto, em 41 anos), 50% da emissão de gases poluentes que vão para a atmosfera e provocam o aquecimento global. Trata-se, contudo, de um processo complexo: entra gente, poder...

Notem que estamos diante não de uma questão técnica, mas de questões políticas e éticas. É preciso fazer escolhas. Desde o século XIX, há pessoas que lutam contra esta idéia de que o crescimento material é mais importante, e que a economia gera o lucro. Hoje, contudo, existem questionamentos até por membros da iniciativa privada. Estamos sim, vivendo, na era dos limites! E é para chegar a uma nova realidade, chamada Desenvolvimento Sustentável, que é preciso mudar de atitude, de mentalidade, renovar a esperança de um mundo melhor e, principalmente, acreditar que é possível e que vale a pena mudar.

E essa consciência ambiental pode ser estudada pelos mais diversos ângulos. Todavia, a política precisa de maior atenção. E para aprofundar um pouco mais esta temática, lembre-se que sua vida se desenvolve em dois espaços distintos: o privado, como sua casa, por exemplo, e o público, onde todos se transformam numa coletividade, pois vêem que não vivem sozinhos e estão juntos para resolver os problemas. É neste espaço que deveríamos declarar os interesses, negociar com os demais e retirar um conjunto de idéias, que não estão focadas no interesse de ninguém, e sim no coletivo, em que todos cedem um pouco para que tudo funcione harmonicamente. É assim que deveria fluir um sistema representativo.

Estes pensamentos, por sua vez, se transformariam em leis públicas realmente voltadas ao interesse coletivo. Mas, é claro, sabemos que o caminho está cheio de nós: isso não ocorre. Temos uma democracia incompleta. A sociedade está adoecida por falta de significado e significação. O homem é um ser produtivo, criativo e sensível. Logo, a preservação não é incompatível com o desenvolvimento. É preciso um processo transversal, que seja realizado em conjunto com a sociedade, se não vira paternalista, que por sua vez, não é constitutivo do cidadão, que perde o papel de agente transformador da história.

Em suma, não podemos descrer da política e da nossa capacidade de mudar, de interferir, de desmontar o atual sistema político e fazer com que essa representação esteja realmente voltada para o interesse da sociedade. Na nossa consciência, deve estar sempre a idéia de que “política é igual a espaço público” (embora a sociedade do consumo nos leve ao individualismo e a uma solidão tamanha).

Entender também que no Brasil estão acontecendo diversas iniciativas para mostrar que é possível fazer uma política aberta, visível, sem corrupção e com fiscalização é essencial. Não podem ter pessoas ganhando rios de dinheiro e outras debaixo da ponte. É preciso instaurar o país. É uma missão bem complexa, mas a passividade não é o caminho. As futuras gerações não poderão assumir a doença do poder. Perceba que a solução para os problemas que estamos vivendo passa pela consciência da população e da organização. O pensamento deve ser global, mas as ações são locais.

Neste sentido, os jovens que precisam se empolgar com a idéia de serem revolucionários. Entretanto, a nova revolução não é da força, mas sim da consciência, da capacidade de compartilhar o poder e saber do que a sociedade precisa. É preciso respeitar o sentido coletivo da civilização humana.

Todas estas informações podem ser transformadas em mecanismos e alavancas para organizar uma comunidade que ganhe força política e mostre sua cara, pensando em meio ambiente global, tendo por base princípios de ‘solidariedade, igualdade e fraternidade’. Estamos nessa era: o direito à vida é de todos! O planeta está doente, e não podemos acompanha-lo nesta enfermidade.
Autor: Tiago Cosmo da Silva Dias


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