Garota Sociedade Machista
Como heterossexual, adoro olhar para as “Garotas ABCDE” e não me interessaria em olhar para “Rapazes ABCDE”. Mas às mulheres sim, seria muito interessante. Faço essa defesa feminista não por interesse próprio, mas por empatia e solidariedade.
Quem ainda não percebeu que em eventos, portais de internet, sites de torcidas de futebol, jornais e outros meios sempre há uma exposição de garotas de biquíni em poses sensuais? E quem das adolescentes e adultas não percebeu ainda que são bastante escassas as oportunidades dadas à exibição de homens bonitos e “sarados” de sunga?
Enquanto os homens têm todo o direito à excitação e estímulo sexuais e contam para esse propósito com um vastíssimo elenco de “mulheres gostosas” online e offline, as mulheres solteiras percebem que nunca ganharam esse “direito”, que não podem ter instintos sexuais ativos porque a sociedade não reconhece que elas também gostam de sentir atração sexual.
Garotas que procuram um estímulo pornográfico têm que recorrer a revistas dirigidas ao público gay masculino como a G Magazine. Por incrível que esse atraso pareça, falta uma revista de entretenimento erótico dirigida ao público feminino – se ela já existe, é muito pouco divulgada nos meios de comunicação.
O mandamento social para os homens é: “Excitem-se e regozijem de prazer.” E para as mulheres? “Posem sensualmente para que os homens sintam prazer.” Assim fica lógico perceber que elas estão condenadas a ser eternos objetos sexuais aos olhos dos brasileiros solteiros.
Estes estão acostumados em vê-las como objetos sexuais, em dois sentidos da palavra: como brinquedos de provocar masturbação e como pessoas opostas aos “sujeitos sexuais”, atributo que a sociedade dá ao homem e nega à mulher como se ela fosse incapazes de sentir desejo solteira.
O que se pode enxergar nessa realidade é que o povo brasileiro é adepto da falocracia, do machismo e da misoginia como convenções sociais. A pornocoisificação feminina é algo muito normal por aqui e infelizmente as mulheres não parecem ter tomado consciência dessa situação desfavorecedora.
O que me resta fazer é lhes sugerir que acordem e tomem alguma iniciativa que promova a igualitariedade não só social como também sexual. Bem que poderia começar com alguma equipe de mulheres criando e divulgando revistas de entretenimento erótico feminino e com o movimento feminista brasileiro demandando a abertura de espaços para “Rapazes ABCDE” pelos eventos, jornais e sites que hoje reservam espaço às “Garotas ABCDE”. Vocês também têm esse direito. Nós homens não deveríamos ser os únicos a gozar – em duplo sentido – da facilidade dos “colírios”.
Autor: Robson Fernando
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