INFLAÇÃO



INFLAÇÃO

Muitos estudiosos em economia definem a inflação de um modo lastreado. Por isso, ela tem um conceito econômico representativo, do aumento desordenado de preços dos produtos em determinadas regiões, países, durante um período, ou por tempo indeterminado. O mais doloroso neste processo é que, sua moeda perde o valor e consequentemente sua renda pode se exaurir da noite para o dia. Outros afirmam que a moeda cai. A inflação corrói e diminui o poder de compra e aumenta a dívida externa dos países emergentes ou do terceiro mundo. A inflação é muito ruim para a economia de um país. Quem geralmente perde mais são os trabalhadores mais pobres que não conseguem investir o dinheiro em aplicações que lhe garantam a correção inflacionária. Os centavos de Real fazem a festa da inflação, visto que de um dia para o outro é quase imperceptível notarmos a diferenciação, somente no final de cada mês, quanto do anúncio do valor da cesta básica. Neste momento é que tomamos ciência de como é dolorosa a tal de inflação.
As causas da inflação são diversas tais como: Emissão exagerada e descontrolada de dinheiro por parte do governo; Demanda por produtos (aumento no consumo) maiores do que a capacidade de produção do país; Aumento nos custos de produção (máquinas, matéria-prima, mão-de-obra) dos produtos. No Brasil, existem vários índices que medem a inflação. Os principais são: IGP ou Índice Geral de Preços (calculado pela Fundação Getúlio Vargas), IPC ou Índice de Preços Ao Consumidor (medido pela FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), INPC ou Índice Nacional de Preços ao Consumidor (medido pelo IBGE) e IPCA ou Índice de Preços ao Consumidor Amplo (também calculado pelo IBGE). No ano de 2008, a inflação brasileira foi de 5,9 % (IPCA). A política antiinflacionária sempre teve participação ativa na política brasileira. Nos anos 60, mais precisamente durante as eleições presidenciais ela estava em alta e praticamente sem controle.

Eleito a presidente do Brasil o ex-prefeito e ex-governador de São Paulo o mato-grossense Jânio da Silva Quadros, populista de carteirinha e com grande respaldo para manobrar a classe trabalhadora com promessas mirabolantes de salvá-la dos problemas seriíssimos que aflitavam a população brasileira. Com um símbolo político assaz interessante usava uma vassoura que, segundo ele, serviria para varrer para distância incalculável a corrupção que graçava no Brasil. Todo candidato é apoiado por partidos políticos e naquela época a UDN (União Democrática Nacional) o apoiou e ele conseguiu suplantar os candidatos Adhemar de Barros (PSP) e o general Teixeira Lott (PTB-PSD) apontado por Juscelino. A UDN que sofrera derrotas fragorosas viu em Jânio a redenção. A sua eleição levava João Goulart à vice-presidência da República.

A inflação que Jânio herdou só crescia. E tinha como ponto principal as injunções que Juscelino fez para a construção de Brasília. Tensões sociais aumentavam e os reajustes salariais não condiziam com a realidade, pois ficava abaixo da inflação. A dívida de aproximadamente quatro bilhões de dólares com os credores internacionais, Jânio teria que pagar em seu governo uns dois bilhões e em 1961, saldar seiscentos. Redução de crédito estatal foi uma das alternativas, fim do apoio para importação do petróleo, do trigo e o pior, o congelamento dos salários dos trabalhadores. O FMI (Fundo Monetário Internacional) teve que apoiar a política econômica de Jânio, e mais empréstimos foram concedidos elevando em consequência a divida externa. Dois bilhões de dólares engordaram os cofres da nação e uma confiança, mesmo tímida melhorava e a confiança no país era vista de comunidade financeira internacional. Os empresários precisavam de crédito e pressionavam a todo instante o governo Federal. Os trabalhadores a cada dia ficavam mais nervosos e insatisfeitos com seus salários. O pior aconteceu, pois as forças que o apoiaram viraram oposição ao governo.


Mesmo com adoção de uma política externa independente com autonomia política para o Brasil procurou reatar as relações diplomáticas com a extinta União Soviética e com os países considerados socialistas. Apoio a entrada da China Comunista na ONU (Organização das Nações Unidas) e dar as mãos a Cuba contrariando a política Norte Americana. Cuba foi o grande foco da reação, visto que Jânio condecorou um dos líderes da Revolução Cubana, o comunista Ernesto “Che” Guevara. Talvez esta ação tenha sido o estopim para a sua renúncia ao governo brasileiro. O rompimento com a UDN e o mafioso Carlos Lacerda, declarava que Jânio queria dar um golpe e ficar no poder. Jânio tentou fazer um giro e caiu num jiral, pois pensava que com sua renúncia, militares, ministros não acatariam sua renúncia e trariam de novo ao governo. Os militares já se indispunham contra o vice-presidente João Goulart.


O Congresso Nacional, bem como os militares aceitaram sua renúncia e Jânio dançou feio e foi varrido com a mesma vassoura que o elegeu. Vejam com a inflação se torna cruel para determinados chefes de estado e governos. Com a chefia provisória entre a Raniele Mazzili presidente da Câmara dos Deputados nada podia ser feita até o retorno de João Goulart que estava em visita a China Comunista. O país estava prestes a aderir a sistema político comunista tanto pelo presidente Jânio como pelo vice João Goulart. E daí em diante os senhores tomaram conhecimento da história. O Brasil como país republicano jamais poderia aceitar um regime comunista. A inflação é dolorosa mesmo com certeza e ainda vai causar efeitos catastróficos em outras gestões com certeza.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ALOMERCE
Autor: Antonio Paiva Rodrigues


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