SEGURANÇA PÚBLICA



SEGURANÇA PÚBLICA


A Segurança Pública transforma-se num grande calo nos pés dos atuais governadores estaduais. A ronda do quarteirão não é idéia nova, ela já foi testada em governos anteriores, quando as polícias faziam parte do primeiro escalão do Estado. Hoje, relegadas ao terceiro, perderam força e pujança. O governo atual não é o “pai da criança”, esse sistema foi apenas aprimorado, mas seu uso não pode ser restrito apenas aos grandes acumuladores do vil metal. Não é mudando comando e aumentando efetivo que a segurança vai respirar melhor. Com a municipalização do trânsito, extinguiram o BPTRAN (Batalhão de Policiamento de Trânsito). Criaram a guarda municipal e o poder de polícia ficou a céu aberto. E o mais hilariante é que somente o estado do Ceará não possui Bptran. Os índices de criminalidade continuam assustando e com táticas novas, os famosos arrastões e seqüestros com a participação de adolescentes. O viés para diminuir a violência passa por uma polícia bem paga, equipada, com homens fortes, auto estima elevada, sem preocupações com a família.

Do outro lado se faz necessário uma limpeza geral nas ruas das grandes cidades e metrópoles, retirando de circulação todos os adolescentes, pois lugar de criança é na escola. Enquanto existir a velha demagogia, a situação da pirâmide não mudará. Podem colocar em prática todas as artimanhas possíveis, mas a violência continuará, pois policial não vive somente de amor a profissão, e a família onde fica? Todo mundo sabe que o efetivo das duas polícias está defasado, é o mesmo de 1972. As polícias brasileiras carecem de efetivos, uma qualificação melhor de seus integrantes e estímulo para quem convive combatendo a violência e se torna vítima dela. Como a autoridade maior vai arcar com tal despesa, se não sobra dinheiro para pagar o funcionalismo? Tornar a polícia cidadã, amiga da população, criar atrativos para novos integrantes é um azimute que conduzirá a segurança a um lugar merecido.

Quem busca ingressar nos quadros da corporação normalmente não possui vocação, e se torna última opção de emprego. Esta nuança é deletéria e compõe o écran de todas as polícias do Brasil e de alguns países da América do Sul. Mesmo com uma formação rigorosa jamais será um policial exemplar. A grande alternativa para se diminuir a violência ainda é a educação, e se esta educação não surtir efeito, a “Tolerância Zero” tem que entrar em ação. Infelizmente! Se Fortaleza está assim: imaginem o interior do Estado e as demais cidades das principais capitais brasileiras. Se nos basearmos pelos informes da mídia, no geral a Segurança Pública está uma lástima, virou caso de polícia. O Brasil com sua violência crescendo a passos largos deixa a população pusilânime, e como opção primordial de proteção e defesa enjaula-se dentro de suas próprias residências e em muitos casos tem que pagar pedágio para sair.

Soluções existem para amenizar a violência no Brasil. Pesquisas feitas e estudos de especialistas chegaram a uma conclusão: a violência se embrenha com mais força nas camadas delineadas pobres, os favelados. Os meliantes procuram estes locais, visto que a topografia do local muitas vezes impede a entrada da polícia e normalmente os perturbadores da ordem pública lá se escondem. Com o tráfico de drogas em plena ebulição as famílias carentes esquecidas pelo governo são alimentadas por marginais e traficantes de drogas e o resultado geênico é a associação indesejada com os criminosos. A ONU (Organização das Nações Unidas) estabelece um efetivo policial em percentuais calculados em função dos habitantes de cada estado, mas as autoridades teimam em não cumprir a decisão.

Policial morto por bandidos é prato cheio para a mídia seja ela qual for. Os programas policiais aumentam dia a dia e são normalmente exibidos em horários inconvenientes. Toda cidade tem seu mapa e sua topografia baseando-se neste ponto poderíamos criar delegacias modelos com policiamentos integrados (civil e militar), viaturas, motos e até bicicletas. Um delegado civil, um oficial superior da Polícia Militar, um juiz e um advogado para defesa de causas públicas. Um centro de Operações com rádios, computadores e um mapa com os pontos mais perigosos da área. Um representante eleito pela população para agilizar os reclamos da população na área. Xadrezes seguros e palestras para a população da área pelo menos uma vez por mês. Integração população e policia são sinonímias de segurança forte e eficiente.

Tornar os vencimentos mais atrativos, pois os jovens que concluem o segundo grau não têm estímulos para ingressar nas forças policiais. A segurança deve ser vista com olhos de coruja, pois à medida que o tempo passa os meliantes se organizam mais rápido e já começam a assaltar os quartéis das Forças Armadas para subtrair armas pesadas. A segurança só surtirá efeito se as autoridades criarem um comando único, vencimentos padronizados, fardamento unificado, homens preparados, família estabilizada e apoio total das autoridades. O câncer maior é a procrastinação das decisões importantes, que são empurradas com a barriga ou arquivadas. Todo mundo sabe quem comanda o tráfico e o jogo do bicho. Estamos testemunhando o PCC tomar conta do Brasil e o Comando Vermelho fazendo suas incursões em preto e branco e deixando o rastro triste espalhado pelas ruas do Rio de Janeiro e São Paulo. Educando uma criança estaremos aniquilando um futuro marginal. Aqui encerro dizendo que coloquei alguns pontos negativos da minha cidade e das maiores capitais brasileiras. Juízo e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém.



Antonio Paiva Rodrigues/Membro da ACI/Alomerce.
Autor: Antonio Paiva Rodrigues


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