Bairros de Manaus – Japiim e Suas Histórias
Rodrigo B. Froés
Resumo: Esse artigo é um esboço que visa um esforço para a valorização dos bairros de Manaus no Amazonas, e tem o objetivo de incentivar novos alunos a escrever a realidade de seus bairros, a escolha do bairro de Japiim se fez importante por ser instalado juntamente com a Zona Franca de Manaus, fato esse que segundo os estudos desenvolveu a cidade, bem como economicamente e socialmente.
Palavras–Chaves: Manaus, Bairros, Japiim, Zona Franca de Manaus
Abstract: This article is an outline that seeks an effort for the recovery of the neighborhoods of Manaus in Amazonas, and aims to encourage new students to write the reality of their neighborhoods, the choice of district Japiim was important to be installed along with the Manaus Free Zone, a fact which according to studies developed the town as well as economically and socially.
Keywords: Manaus, Neighborhoods, Japiim, Zona Franca de Manaus
Japiim é o bairro mais populoso da Zona Sul de Manaus, capital do estado brasileiro do Amazonas, sendo colocado como o sexto mais populoso de Manaus. Possui uma grande variedade de estabelecimentos comerciais e desenvolveu-se graças à sua vizinhança com o Distrito Industrial (Manaus) baseado pelo Decreto Lei n° 288 de 28 de fevereiro de 1967 que criou a Zona Franca de Manaus para ajudar no desenvolvimento da região, trazendo indústrias, juntamente a esse fator o bairro do Japiim evolui e modernizou-se.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Professor de História formado pelo centro Universitário do norte- Uninorte Rodrigo Froés, o bairro do Japiim teve sua fundação no dia 31 de Março de 1969 juntamente com o processo de implementação do Parque Industrial de Manaus localizado em sua visinhança, por isso o Japiim I e II também são chamados de Conjunto residencial 31 de Março I e II, O bairro do Japiim tem suas origens em torno do conjunto residencial 31 de Março, construído pela antiga Cohabam (Companhia Habitacional do Amazonas), que na época, no final da década de 1960, geria a política habitacional do governo estadual, com recursos da União. O nome 31 de Março foi escolhido para homenagear a data da revolução de 1964, ou golpe de Estado, que levou os militares ao poder, entretanto, O conjunto só foi inaugurado em 1970, quando as casas, construídas de um, dois ou três quartos, ficaram prontas e foram entregues aos moradores, depois de sorteados pela agência governamental.
A Cidade nesse Contexto
Nas décadas de 60 e 70, segundo análise de autores, os fluxos migratórios estavam associados, em grande parte, não apenas a uma visão de ocupação, expansão e integração populacional, mas também de segurança. Era uma visão de desenvolvimento econômico e social que teve como ápice a criação da Zona Franca de Manaus e do seu Distrito Industrial, entre outras iniciativas. No que se refere à população, é um dos momentos em que ocorre a chamada “expansão das fronteiras”. A intensidade destes fluxos foi declinando concomitantemente com o fracasso de várias das políticas de desenvolvimento implementadas, como é o caso, atualmente, da Zona Franca de Manaus (Moura et alii, 2000:6). O projeto Zona Franca de Manaus tem origem no início dos governos militares em 1964 e despontou em 28.02.1967, no decreto-lei 288/67. Esta lei foi revogada pelo decreto-lei 288/67.), ao final do governo Castello Branco como resultado de um pacto tripartite entre governo federal, o governo do Amazonas e a prefeitura de Manaus. A ZFM desponta como uma área de livre comércio de importação, exportação e de incentivos fiscais especiais, com a finalidade de criar no interior da Amazônia um centro industrial, comercial e agropecuário. Os novos incentivos fiscais serviriam para compensar as desvantagens da sua localização em relação aos mercados, permitindo, desta forma, produção industrial competitiva.
Japiim II
No desenrolar desse contexto em 1970 também surgiu o Japiim 2, com inauguração da segunda etapa do conjunto, que passou a ser conhecido também por Japiim porque no local onde se desenvolveu o bairro havia grande número de pássaros dessa espécie, que acabaram batizando o novo espaço habitacional. A primeira igreja do bairro funcionou no barracão da Cohabam, cedido para serem realizados os rituais religiosos. Devido ao conjunto ter sido entregue sem rede de distribuição de água, os primeiros moradores utilizavam o igarapé do Rodrigues, um pequeno afluente da calha do 40, que hoje cruza a avenida Tefé, para lavar roupa e louça e para o banho diário.
O Japiim II tem hoje uma função estratégica na ligação com o Distrito Industrial, um bairro pacato, tranquilo cujo moradores na grande maioria se conhecem, com um cotidiano tranquilo, salvo a avenida Penetração II ou Fabio Lucena, que na hora do rush fica tomada por ônibus que conduzem os operários de varias fábricas vizinhas ao bairro.
O Pássaro que da nome ao bairro
A grande quantidade de pássaros de cor Preto e amarelada fizeram com que antigos moradores sempre se referissem ao bairro dizendo "há vou la no bairro dos japiins" ficando o bairro batizado por esse nome e sendo importante atualmente para Manaus, entretanto, atualmente, salvo raras exceções podemos ter o prazer de ver um japiim com seu belo canto no bairro que leva seu nome.
Locais importantes
O Japiim está localizado na Zona Sul da cidade de Manaus e faz limites com os bairros do Coroado, Petrópolis, Raiz, São Francisco e Distrito Industrial. Sua população estimada é de aproximadamente 58.616 habitantes, que vivem numa área de 420.00 hectares.
No bairro do Japiim encontra-se diversos lugares importantes para o desenvolvimento da capital amazonense, entre elas podemos destacar a SEDUC secretaria de estado e educação,há atividades econômicas desenvolvidas, como oficinas de consertos de carros, borracharias, locadoras de veículos, panificadoras e confeitarias, sorveterias, lanchonetes, locadoras de fitas e DVD´s, bazares, drogarias, academia de ginástica, lojas de materiais de construção, feira coberta, igrejas católicas e evangélicas, pet shop e clínica veterinária, Associação de Alcoólicos Anônimos, jornal, indústrias, fábricas, cinemas, postos de gasolina e estação de rádio, as delicias da Padaria Bitar, a lanchonete Amazônia e seus deliciosos cachorros quente, as diversas drogarias que fazem do comércio algo bem agradável para os moradores, a feira e o Mercadinho Almeida também completa a gama de atrativos comerciais no bairro do Japiim.
Ligação com outros bairros
Durante a década de 1970, os moradores do bairro tinham suas atividades de lazer em torno do igarapé do Rodrigues, mas este foi perdendo seus atrativos depois que ocorreram as primeiras invasões onde hoje se formou a Japiinlândia, uma das três localidades que se juntam para formar o bairro do Japiim, comprometendo a qualidade da água do igarapé. Neste período, o bairro experimentou forte crescimento demográfico, dividindo-se em Japiim I, Japiim II e Japiinlândia. Esta última se desenvolveu a partir de uma invasão e se estende até a área chamada de Pantanal, cujo limite vai até o igarapé do 40 e engloba também a comunidade de nome Santa Clara. As inúmeras invasões ocorridas em torno do bairro comprometeram seu desenvolvimento urbanístico, social e econômico, trazendo degradação ambiental e insegurança pública.
Além de fazer uma ponte de acesso do centro a outras localidades de Manaus, Japiim ainda é vizinho de uma das mais importantes universidades do Brasil, reconhecida como primeira - Universidade Federal do Amazonas UFAM - suas terras confundem-se ao do bairro do Japiim.
Desenvolvimento
A aproximação do bairro Japiim com o Distrito Industrial fizera com que o bairro desenvolve-se muito nos últimos anos. No começo de 1971, o Japiim, apesar de ser um bairro planejado, era isolado dos demais bairros e considerado um bairro de baixa renda. Atualmente, a Prefeitura de Manaus destaca o Japiim como o principal e mais populoso bairro da Zona Sul e de grande importância para a economia da capital amazonense, pois no bairro localizam-se grandes áreas comerciais e prédios importantes, como a SEDUC, o Shopping Studio 5 Festival Mall Manaus e e o Makro.
Considerações Finais
Esse artigo visa uma valorização dos bairros de Manaus, e busca criar um interesse maior dos jovens pelas histórias de seus bairros para serem eles também construtores dessa história, a construção da história e da preservação de fatos e construções históricas só depende de cada um de nós, por isso, quero que meus alunos busquem saber mais sobre os seus bairros e que construam também eles as histórias das localidades que moram. Amar e falar sobre onde moramos é algo importante para as gerações futuras, mesmo que nossos bairros precisem melhorar, isso é um fato, nós devemos fazer nossa parte, preservar os locais e a História, para que nossos filhos e netos saibam e tenham acesso a histórias bonitas e de superação que passaram os bravos que brigaram e reivindicaram melhoras para os bairros importantes para a capital amazonense, no qual o japiim se enquadra, eu Rodrigo Froés como morador e Históriador busco essa valorização, agradeço minha mãe Zilda Froés que de tanto contar-me histórias sobre o bairro e ao mostrar-me fotos que aguçaram minha curiosidade, fizera criar uma inquietação para a importância do Japiim, o que impulsionou esse trabalho, mas que hoje quero que todos tenham acesso, que melhorem, enriqueçam para que nosso bairro assim como a cidade de Manaus cresça e produza bons frutos para a história de tão rica e linda cidade....
Valorizem a História......
História é vida....
Fontes
Fonte: Jornal do Commércio
Portal Amazônia - NR
Bairros de Manaus - Japiim e suas Histórias - Por Rodrigo Froés ( Graduado em História pelo do Centro Universitário do Norte - Uninorte)
MELO, Mário Lacerda de. 1ª Parte: Estudo Geo-Sócio-Econômico. In: MELO, Mário Lacerda de;MOURA, Hélio A. de (Coord). Migrações para Manaus. Recife: FUNDAJ, Editora Massangana, 1990.
Autor: Rodrigo Froes
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