Onde a arte e a ciência se encontram
Estudamos que as leis de Newton são universais, funcionam para partículas de poeira se deslocando no ar assim como também para veículos em movimento, pontes estáticas, para o movimento de astros no espaço e até mesmo para bêbados tentando se equilibrar para andar em linha reta. Enfim, para todo e qualquer corpo material e imaterial que se possa conceber.
A música é uma arte, quando bem tocada, teoricamente deve ter ritmo, harmonia e melodia. Músicos não precisam saber física para cantar e tocar um instrumento, contudo eles sabem que sensíveis mudanças, como uma oitava de diferença entre um instrumento e outro, poderá resultar em perda de qualidade musical. Notas musicais combinadas formam seqüências, escalas e arranjos que resultam em belos e cativantes sons harmoniosos. Físicos também não precisam sair solando uma guitarra como o Angus Young (guitarrista da banda AC/DC), para conhecer e aplicar as leis físicas que regem o som.
O que seriam estes sons senão resultado da combinação entre técnica, arte e ciência. Para emitir som o musico precisa de um instrumento que é o resultado de técnicas de produção muitas vezes bem sofisticadas. Poderíamos questionar: - E quanto aos instrumentos artesanais? Mesmo estes são resultados de certa técnica de fabricação. O artesão simplesmente confecciona o instrumento da mesma forma que aprendeu, é um conhecimento empírico, mas que dependendo de sua habilidade pode resultar em um ótimo trabalho. Na produção está implícita acústica, materiais, resinas, tintas e uma porção de outras variáveis que influenciarão na arte de tocar.
Quando o músico produz um som, seja qual for o instrumento musical, ele está produzindo freqüências, timbres e intensidades que pertencem ao campo de estudo da física. Uma musica tocando é a combinação de diversas leis universais, e essas leis são imutáveis. Notas musicais são sempre as mesmas, o que difere, são as infinitas combinações obtidas de acordo com a criatividade musical do artista.
As leis físicas são também musica. Quando um astro se movimenta no espaço, é como se estivesse dançando em um ritmo perfeito. Sem errar nenhum passo a Terra fica dançando em torno do Sol e impecavelmente ela completa seu percurso rotineiro.
Por este ângulo pode parecer que a analogia não faz sentido, porque num grupo musical existem vários músicos que tocam instrumentos em notas diferentes. Entretanto os astros também se movimentam em velocidades distintas, se atraem e se repelem com intensidades diferentes conforme sua massa e distância, de maneira que o resultado de todos os movimentos gere uma música tão equilibrada quanto possível. A mesma analogia poderia ser feita para o eletromagnetismo, termodinâmica ou qualquer lei física.
Seria então a encruzilhada ciência/arte nas notas musicais e no movimento dos astros? Talvez nas diminutas notas musicais e também no macrocosmo, nas interações de astros, estrelas e galáxias no espaço sideral.
Autor: Wiliam Jeremias dos Santos
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