Pobres



Coitados daqueles, os ricos. Coitados daqueles que não se despertam antes de enjoarem da maciez do colchão. Coitados daqueles que não sabem viver se não na futilidade da aquisição sem fim de bens materiais de pouca ou nenhuma utilidade; que não pensam em um final de semana sem associar à idéia, festas e “programas sociais” onde poderão consumir imoderadamente alimentos e drogas que entorpecerão suas mentes, e lhos farão crerem felizes, onde poderão exibir suas jóias, roupas caras e carros novos, sem saberem, coitados, que estarão exibindo sua pobreza espiritual. Coitados desses pobres seres, presos pelos grilhões que lhes acorrentam à adoração do consumo proporcionado pelo dinheiro. Não conseguem entender que a felicidade não está ligada ao padrão de consumo. Esses precisam gritar e saltitar para se mostrarem felizes, por que mostrando o que não são, vivem mais tranqüilos, pois se importam mais com a aparência do que com o conteúdo.

Felizes são aqueles, os pobres. Sim, eles que tem o desafio diário da sobrevivência, e que, o vencendo, fortalecem suas almas. Felizes daqueles que se levantam antes do sol para a labuta cotidiana, da qual não são dispensados antes da completa fadiga. Felizes desses que conseguem passar por essas provas com resignação e reserva moral. Esses serão consolados após a batalha que travaram em favor da sobrevivência, e poderão compreender que seus sofrimentos não são mais do que uma fugaz preparação para a contemplação ativa da infinita obra divina.

É chegada a hora de terminamos com a adoração pela riqueza material. Já não podemos mais conceber que as pessoas possam ser avaliadas pelos bens materiais que possuem, em vez de serem julgadas pelas virtudes que suas almas agregam. Somente com esse novo paradigma é que sairemos dessa sociedade que aliena as pessoas para que sejam seduzidas pelo consumo como forma de solução dos problemas íntimos, afastando-as dos verdadeiros tesouros da vida. É chegada a hora de condenarmos publicamente a ignorância e o irracionalismo. Os homens bons devem parar de se omitir.
Autor: Carlos Henrique Franchin


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