RASTROS E VESTÍGIOS, UMA FORMA INTERESSANTE DE COMO CONHECER A FAUNA DE UM DETERMINADO LOCAL.



CUNHA, Geremias Dourado da; LIMA, Mônica; OLIVEIRA, Kelly Cristina de Araújo; SILVA, Francieli Corassari da

RESUMO
Avaliar a biodiversidade de uma fauna através de rastros e vestígios tem sido algo extremante importante para a biologia, pois em determinados aspectos só podemos saber da existência de algum espécime através de pistas deixada pelos mesmos. Assim sendo, o objetivo deste trabalho foi fazer um levantamento bibliográfico sobre rastros e vestígios e demonstrar qual sua importância para o conhecimento cientifico. O método utilizado para esta pesquisa foi o levantamento bibliográfico através de livros e artigos que referenciava o assunto. As pegadas de animais silvestres são basicamente as impressões que eles deixam ao se deslocarem numa determinada área. A qualidade dessas impressões vai variar de acordo com o tipo de terreno e também a época do ano. Em geral terrenos mais argilosos e a época de chuvas permitem melhores condições para “marcar” a pegada de um animal. As pegadas são facilmente observadas, até mesmo quando você está realizando outras atividades. Além da simples observação, você também pode preparar um pequeno mostruário das pegadas encontradas na sua propriedade.
Palavras chave: Rastros. Vestígios. Biodiversidade
INTRODUÇÃO

A interpretação de rastros e pegadas deixados pelos animais é algo que vem desde os primórdios, Os índios, por exemplo, sempre detiveram este conhecimento, do qual dependiam para obter os recursos necessários para a sua sobrevivência. É através de rastros e pegadas que podemos notificar se um ambiente tem fauna diversificada ou não. Dentre os diversos sinais indicativos da presença de animais em uma determinada área destacam-se os rastros: pegadas, restos de repasto, abrigos, tocas, ninhos e fezes por serem facilmente encontrados no ambiente (BECKER E DALPONTE, 1991). Atualmente, as pegadas não são utilizadas apenas por caçadores, mas também como informações fundamentais para a elaboração de planos de manejo e de conservação, inclusive em Unidades de Conservação da Natureza (NEVES et al., 2006). Segundo Tomas et al. (2003) os rastros podem ser utilizados para a realização de levantamentos e inventários da fauna local, mesmo estando sujeito ao conhecimento do observador, ao tipo de substrato e as condições ambientais. Já Becker e Dalponte (1991) citam sua utilização para auxiliar estudos de densidade populacional, preferência alimentar, ritmos de atividades, domínio vital e responsabilidade por danos causados a plantas cultivadas. Além
disso, os rastros podem ajudar em estudos ecológicos envolvendo usos de recursos e avaliação
de distribuição de espécies (BORGES E TOMAS, 2004).



Objetivo

Levantar dados bibliográficos sobre rastros e vestígios e demonstrar qual sua importância para o conhecimento cientifico

Materiais e Métodos

O método utilizado para esta pesquisa foi o levantamento bibliográfico através de livros e artigos que referenciava o assunto.

PEGADAS OU RASTROS



As pegadas de animais silvestres são basicamente as impressões que eles deixam ao se deslocarem numa determinada área. A qualidade dessas impressões vai variar de acordo com o tipo de terreno e também a época do ano. Em geral terrenos mais argilosos e a época de chuvas permitem melhores condições para “marcar” a pegada de um animal. As pegadas são facilmente observadas, até mesmo quando você está realizando outras atividades. Além da simples observação, você também pode preparar um pequeno mostruário das pegadas encontradas na sua propriedade. Para isso, vai ser preciso preparar uma mistura de gesso em pó e água, até formar uma solução bem pastosa. Despeje este caldo grosso em cima da pegada e espere até que o gesso endureça, aproximadamente 10 minutos. Aguarde o gesso ficar firme e retire-o com bastante cuidado. Os especialistas chamam essa peça de contramolde. Se você tiver dúvidas sobre a identificação da pegada do animal, o contramolde poderá ser apresentado para especialistas ou mesmo para pessoas com mais experiência. Além dos contramoldes de gesso, você pode também fotografar as pegadas ou desenhar o contorno da pegada. No caso de fotografia é sempre bom você colocar algum objeto que sirva como uma referência de tamanho (régua, pilha, caneta...). Assim uma pessoa que olhar a foto mais tarde, vai ter uma idéia melhor do tamanho da pegada e mesmo do animal que a deixou. Para desenhar, ponha um plástico sobre uma placa de vidro, ambos transparentes. Disponha sobre a pegada e copie a pegada. Deixam pegadas/rastros evidentes ou vestígios da sua presença. Mesmo as espécies de difícil observação, seja por seus hábitos noturnos ou por não serem muitos comuns, podem ser identificadas através do reconhecimento de suas pegadas.



IDENTIFICANDO AS PEGADAS DOS ANIMAIS


Agora vamos aprender como identificar as pegadas dos animais. No dia a dia da fazenda, você deve observar rastros de animais com bastante freqüência. Muitos deles você deve reconhecer por experiência própria, mas com certeza em muitas ocasiões você fica em dúvida ou até mesmo não consegue identificar o autor, o dono daquela pegada. Ao tentar identificar que animal deixou uma pegada, você deve estar atento a algumas características que vão ajudá-lo nessa tarefa. Uma das marcas mais importantes é a dos dígitos, ou seja, dos dedos dos animais. Preste atenção ao número (quantos são), a forma (redondo, alongado.) e a presença ou não de sinais de unhas. Essas informações facilitarão muito a identificação. Outras marcas importantes são a forma e o tamanho das almofadas, embora elas não estejam presentes nas pegadas de vários animais, por exemplo, nos animais com casco. Para facilitar esse trabalho, vamos apresentar alguns animais que vivem na região das cabeceiras do Rio Xingu. Eles estão agrupados conforme características comuns que possuem. Denominamos esses grupos de Ordem. Por exemplo, o lobinho, o cachorro vinagre e o lobo guará são parentes entre si e são chamados canídeos. No cerrado, o uso de binóculos não é suficiente para a observação de mamíferos. Isso não se deve à sua ausência, já que alguns dos maiores e mais belos animais da fauna brasileira vivem ali, como onças (parda e pintada), tamanduá-bandeira, lobo-guará, veado e anta. Sua observação é difícil porque esses animais têm hábitos solitários, são discretos e geralmente apresentam atividade noturna ou crepuscular. Mas é possível fazer um safári de forma mais sutil, ‘observando’ os mamíferos através dos rastros que eles deixam durante suas ações. Tocas, trilhas, restos alimentares, fezes e pegadas nos permitem conhecer os mamíferos de uma área. Vale lembrar que o estudo da megafauna extinta foi feito com base em vestígios (ossadas, fezes fósseis e pegadas). Até indícios indiretos da existência de animais, como os deixados pelo homem pré-histórico na forma de inscrições rupestres, nos contam sobre os mamíferos do cerrado há milhares de anos.
Para o conhecimento cientifico é de grande satisfação conhecer a identificação de pegadas e rastros de animais, pois mesmo em sua ausência, esses rastros poderão contribuir para comprovação da existência de animais no local onde encontrou seus vestígios.
Alguns dos grandes mamíferos já existentes foram descobertos apenas pelas pegadas deixadas no solo que com o passar do tempo foram fossilizadas, no entanto nunca se teve um espécime real para ser estudado, mas graças aos vestígios deixados na natureza foram possíveis identifica-lo e fazer a datação de sua existência.


CONCLUSÃO


Rastros de animais e a retirada de moldes e contramoldes de pegadas podem complementar ou servem como alternativa para os métodos convencionais de se ensinar/aprender conceitos de ecologia e vida silvestre. É através dessas identificações que podemos definir como os animais desempenham papel muito importante no ambiente em que vivem. Eles são responsáveis pela dispersão de sementes de diversas árvores, pela predação de outras e também pela polinização, ajudando ativamente nos processos que influenciam a dinâmica e a manutenção desses ambientes. E através de algumas evidências ou vestígios deixados por animais, é possível confirmar se estes vivem em uma determinada área.
Deve se ressaltar ainda que muitos dos animais já extintos foram identificados apenas pelos vestígios deixados na natureza, de forma que uma pegada no solo, uma vez petrificado pode determinar qual era o tipo de espécie existente naquela região.



Referencias Bibliográficas


Becker, M.; Dalponte, J. C. Rastros de Mamíferos Silvestres Brasileiros: um Guia de Campo. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 180p. 1991.

Borges, P. A. L.; Tomas, W. M. Guia de Rastros e Outros Vestígios de Mamíferos do
Pantanal. Corumbá: Embrapa Pantanal, 139p. 2004.

Jr, Oswaldo Carvalho; LUZ, Nelton Cavalcante, PEGADAS, Livro 3: Série Boas Práticas, Belém-PA: EDUFPA, 2008. 64p.;il.

Neves, A. C.; Mourão, F.; Krettli, L.; Figueira, J. E.; Barbosa, P. M. No Rastro dos
Mamíferos: um Safári na Savana Brasileira. Revista Ciência Hoje, 38(227): 70-73, 2006.
Autor: GEREMIAS DOURADO DA CUNHA


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