A IMPORTÂNCIA DA CARTOGRAFIA TEMÁTICA NAS REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS: UTILIZAÇÃO PRÁTICA



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A IMPORTÂNCIA DA CARTOGRAFIA TEMÁTICA NAS REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS: UTILIZAÇÃO PRÁTICA

Kened Soares de Oliveira
Pós-Graduando em Gestão Ambiental e Biodiversidade/ISEJAN
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RESUMO
Este trabalho objetiva apresentar informações à cerca da cartografia temática e seu desenvolvimento, demonstrar seu uso prático na elaboração de mapas temáticos e sua importância nas representações gráficas.

Palavras chave: Representação Gráfica, Cartografia, Cartografia Temática, Mapas.

ABSTRACT
This work aims at to present information to the about of the thematic cartography and your development, to demonstrate your practical use in the elaboration of thematic maps and your importance in the graphic representations.

Words key: Graphic representation, Cartography, Thematic Cartography, Maps.


INTRODUÇÃO

A Cartografia Temática surgiu entre o fim do século XVIII e início do século XIX, com a evolução da Cartografia Topográfica. Desse modo, a Cartografia Temática desenvolve-se como um novo ramo da Cartografia (MARTINELLI, 2003).
Essa modalidade da cartografia vem de encontro aos próprios interesses imperialistas da época, onde cada potência mundial demandava de um inventário cartográfico que desse suporte à sua expansão (Palsky, 1984 e Salichtchev, 1979).
A cartografia temática propõe a extração de elementos dos mapas e cartas topográficas, para sua representação em diversos aspectos (quantitativos e qualitativos), sobre a mesma referência (vegetação, geologia, solos), (IBGE. 1999, apud CASTRO. 2004). “Tais mapas constituem-se não apenas em meios de registro da informação, mas também como instrumentos de pesquisa e em formas de divulgação dos resultados obtidos” (FRANCISCO, 2003).
De acordo com Barbosa (1967) apud IBGE, 1999, a cartografia temática divide-se em três tipos, sendo: Notação, representa fenômenos na sua distribuição espacial com utilização de cores ou diferentes tonalidades, complementados com sinais gráficos característicos para facilitar a leitura e percepção. Exemplos desses são os mapas geológicos, pedológicos, etnográficos, etc; Estatística, se caracterizam os mapas de densidade, distribuição por pontos, fluxos, pluviométricos e mapas de isolinhas; Síntese, tem finalidade explicativa mediante às relações externas. Expressam “o conjunto dos elementos de diferentes fatos ou fenômenos”. A esse tipo se relacionam os mapas econômicos complexos, áreas homogêneas, geomorfológicos, históricos, etc. (IBGE. 1999, apud CASTRO. 2004).
Para o correto planejamento do mapa temático é preciso o uso de elementos de identificação externa (título, subtítulo, escala, orientação, encarte, legenda, fonte, autor, órgão/instituição, data), para direcionar a crítica do leitor no momento de sua análise. Assim, o título e subtítulo, por exemplo, devem expor informações mínimas que respondam: “O que?”, “Onde?” e “Quando?” (MARTINELLI, 2003).
Os princípios básicos da cartografia, quando relacionados à representação do tema, podem, facilmente, inferir de modo intuitivo à diversidade entre lugares, e seu aspecto qualitativo (≠), respondendo “o quê?” se deseja analisar. Referente à representação temática de lugares e a sua proporcionalidade, aspectos de ordem (O) e quantidade (Q), dão as respostas de: “em que ordem?” e “quanto?” (MARTINELLI, 2003).
Com o avanço tecnológico e meios de comunicação, em especial, com o uso da informática, a cartografia se fortalece. Ao desenvolver softwares específicos da cartografia, o homem é capaz de obter respostas precisas a cerca da localização “onde?”, e vai mais além, consegue resolver e apontar soluções referentes ao “Por que?”, “Quando?”, “Por quem?”, “Para que finalidade?” e “Para quem?” (MARTINELLI, 2003).
Ainda, de acordo com Martinelli (2003), inúmeras são as formas para representação através da cartografia temática, do mesmo modo, são grandes as possibilidades de aplicabilidade pelo homem.
Para interpretar o real por meio de ações, é preciso a leitura e entendimento do mundo real. “A observação, percepção, análise conceitual e a síntese através das representações cartográficas possibilitam pensar significativamente o conhecimento do espaço geográfico. É possível perceber que o estudo da linguagem cartográfica vem, cada vez mais, reafirmando sua importância desde o início da escolaridade” (FRANCISCHETT, 1997).
Os mapas, junto a qualquer cultura, sempre foram, são e serão formas de saber socialmente construído; portanto, uma forma manipulada do saber. São imagens carregadas de julgamentos de valor. Não há nada de inerte e passivo em seus registros (Harley, 1988).
Segundo Harley, 1988, apud Gould e Bailly, 1995, “Como linguagem, os mapas conjugam-se com a prática histórica, podendo revelar diferentes visões de mundo. Carregam, outrossim, um simbolismo que pode estar associado ao conteúdo neles representado. Constituem um saber que é produto social, ficando atrelados ao processo de poder, vinculados ao exercício da propaganda, da vigilância, detendo influência política sobre a sociedade”.
A Representação Gráfica é importante para a comunicação visual através da linguagem monossêmica, que por sua vez, objetiva evidenciar as relações fundamentais entre objetos e dados apresentados, CARACRISTI (2002).
De acordo com ARNHEIM (1997), “Comunicação Visual é todo meio de comunicação expresso com a utilização de componentes visuais, como: signos, imagens, desenhos, gráficos, ou seja, tudo que pode ser visto”.
Na abordagem de Caracristi (2002), “Mapas e gráficos são representações de uma determinada realidade estudada. Toda representação gráfica implica uma forma de ver e conceber a realidade, a qual é tratada cientificamente através da opção pessoal de determinados pressupostos teóricos e metodológicos”.
Salichtchev (1977) define cartografia como “ciência que trata e investiga a distribuição espacial dos fenômenos naturais e culturais, suas relações e suas mudanças através do tempo, por meio da representação cartográfica”.
Exemplos das possibilidades que podem ser alcançadas com a utilização das técnicas, elementos e conhecimentos da cartografia temática, podem ser visualizadas nas representações qualitativas/seletivas e ordenadas apresentadas na obra de CASTRO. (2004).

CONCLUSÃO

A interpretação crítica dos mapas temáticos devem apresentar explicações e produzir informações para o encaminhamento científico, contribuindo com o próprio desenvolvimento do homem e objetivo cartográfico (MARTINELLI, 2003).
De acordo com Martinelli (1996), “Não podemos deixar de lado o inegável papel do mapa no processo de conhecimento, na busca da própria essência, como também, ele em si mesmo, é um momento da própria essência”.
Os métodos utilizados objetivam que o leitor entenda de modo progressivo às sínteses propostas, acompanhando o pensamento do redator gráfico, faz um convite ao aprofundamento da síntese final, LE SANN (2005).


BIBLIOGRAFIA

ARNHEIM, Rudolf. Arte e Percepção Visual, São Paulo: Pioneira/EDUSP, 1997.

BEZERRA DA SILVA, Mozart. Planejamento Financeiro para o Setor da Construção Civil. Texto Técnico 11 (TT/PCC/11). São Paulo: EPUSP, 1995, 47 pág.

CARACRISTI, Isorlanda. Geografia e representações gráficas: uma breve abordagem crítica e os novos desafios técnico-metodológicos perpassando pela climatologia. Revista Brasileira de Cartografia. N.55. 2002.

CASTRO, Frederico do Valle Ferreira. Cartografia Temática. Belo Horizonte, 2004.

FRANCISCHETT, Mafalda Nesi. A Cartografia no Ensino de Geografia: Construindo os Caminhos do Cotidiano. Francisco Beltrão: Grafit, 1997.

HARLEY, J. B. (1988): "Maps, Knowledge and Power". In: D. COSGROOVE e S. DANIELS (eds.). The Iconography of Landscape. Cambridge. University of Cambridge Press.

IBGE. Noções Básicas de Cartografia – Manuais Técnicos de Geociências número 8. Rio de Janeiro, 1999.

LE SANN, J. G. (2005). Thematic cartography in geo-environmental research. Revista do Departamento de Geografia, n. 16, p. 61-69

MARTINELLI, Marcello. Mapas de Geografia e Cartografia Temática. São Paulo: Contexto, 2003b.
Autor: Kened Soares


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