Ensaio: A Educação Para Além Do Capital - Dentro E Uma Visão Administrativa



RESUMO

Este trabalho tem o objetivo de levantar uma discussão a cerca do tema: A educação para além do capital, um estudo do escritor ISTEVÁN MESZAROS onde faz alusão ao sistema educacional e o modelo capitalista. Vivemos dentro de um mundo sem medida onde pessoas disputam cada centavo de real. A saúde e a educação ao mesmo tempo em que são direito de todos, poucos tem. O artigo 205 da constituição federal diz assim: “A educação, é direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. A educação com qualidade tem se tornada base nas escolas particulares principalmente no ensino fundamental, existe pesquisa que mostra a escola fundamental pública como uma creche “deposito de crianças”, porém nos níveis mais elevados da educação como na universidade, o ensino público é melhor e por ironia da vida para ter direito a uma vaga em universidade pública a grande maioria dos alunos vem de escolas particulares com mensalidades altíssimas. Como viver com base em uma educação voltada ao ensinar e aprender, sem preocupa-se com a remuneração dentro de uma sociedade totalmente corrompida pelo capitalismo. De acordo com o próprio ISTEVÁN MESZAROS “o empregador vê o empregado com um mero instrumento de ganho” essa é a questão fundamental para este trabalho. Como ter uma educação desprendida do capital se ele é base para a existência humana. Esse questionamento e fundamental para esta discussão, não tenho a intenção de respondê-la, mas sim de levantar a procura desta resposta que deve ser coletiva e global. A educação tem uma intenção de formar um determinado tipo de Homem e a finalidade de contribuir para reprodução ou transformação da realidade é esse o papel real da educação seja ela fundamental ou superior.

1INTRODUÇÃO

O tema proposto para este ensaio gira em torno de uma questão fundamental para a docência, diz respeito à influência que o capitalismo provoca no sistema educacional, Assim, faz-se necessário uma proposta educacional que tenha em vista a qualidade de formação para todos os estudantes, considerando os interesses e motivações dos alunos e garantindo as aprendizagens essenciais para a formação de indivíduos autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com competência, dignidade e responsabilidade na sociedade em que vivem. Acredito que isso é pura demagogia, pois a sociedade atual, embora democrática é dominada por um sistema capitalista onde se valoriza apenas o bem de uma minoria e o que parece é que o governo não tem o interesse em desenvolver uma política educacional que garanta uma transformação social, de modo que essa democracia realmente seja praticada e respeitada por todos, inclusive pela elite. Infelizmente, esse discurso vem se perpetuando no decorrer da história e as escolas vêm sofrendo a cada ano uma massificação e uma pressão por parte do sistema que corrói seus interiores e nossa sociedade.

Estamos inseridos dentro de uma sociedade capitalista que é composta por um pequeno grupo detentor do capital, onde o mesmo exerce o poder e dita às regras. Apesar desta influência a responsabilidade é do estado que deve fornecer educação de qualidade para seus alunos.

"O fato de a educação ser suscetível às normas econômicas não significa que ela seja totalmente submissa a elas. O ato de educar Não é neutro, ele é crítico, político e filosófico e de mesma maneira que as diferentes relações de uma sociedade influenciam a educação, por ela é possível 31formar cidadãos políticos, conhecedores do processo

histórico, científico, econômico, cultural e social, capazes de, munidos de conhecimentos universais, transformarem a sociedade de acordo com os seus interesses s suas necessidades." (Queiroz, 2002 p.129)

Estamos atravessando um momento delicado na educação onde pessoas comprometidas com a geração de renda cada vez mais distorcem o verdadeiro significado das instituições de ensino. Empresários investem em estruturas magníficas de escolas e universidades e esquecem que educar é promover o crescimento pessoal e social de cada ser. Esses investidores não conhecem o verdadeiro motivo da existência de escolas sejam elas de primeiro grau ou universidades.

Um dia perguntei a um desses empreendedores: qual o seu objetivo em investi na construção de uma instituição de ensino? E ele me disse: "quero garantir o meu futuro e o da minha família", entretanto a resposta mais adequada seria, vou proporcionar a construção de uma educação sólida aos alunos para garantir um mundo melhor para nós e nossos filhos. Infelizmente estamos um pouco longe dessa ideologia, estamos dentro de um mundo totalmente capitalista e mesmo os que não concordam se obrigam a viver de acordo com o sistema, uns por falta de atitude de ultrapassar os limites impostos por um sistema mais que corrompido, outros pelo comodismo, dentro uma sociedade que a mudança é uma característica permanente.

Mediante tudo isso ainda se tem que conviver com salários contidos, tarifas públicas subindo, impostos em alta. A classe média brasileira tem enfrentado difíceis momentos nos últimos anos. Por outro lado, o país conta com publicitários dos mais competentes cujas criações nos seduzem a cada intervalo comercial entre uma novela e outra. O maior exercício nos tempos atuais é ensinar o quanto antes a todos que economia mesmo familiar é administração de recursos escassos e não falo porque sou administradora é que na vida, estamos sempre diante de escolhas. Seria muito bom que todos logo entendessem que tem que existir uma hierarquia nas contas: pagar a escola em primeiro e depois segue o supermercado e a saúde, a compra de uma bicicleta ou de um novo jogo eletrônico deve estar em um grau de importância menor. Quem já não presenciou uma família que tem a mensalidade da escola em atraso, entretanto tem celular novo, a roupa de marca e carro do ano. A educação e sua valorização devem ser ensinadas dentro de casa e a escola reforçarem em sala de aula. Todavia, para que isso aconteça o educador de hoje tem que plantar esta semente ensinando que educar é importante e necessário não somente porque no futuro eles poderão ganhar "muito dinheiro" com isso, mas também por trazer a humanidade uma melhor educação, voltada para o desenvolvimento pessoal, profissional e em prol de uma sociedade estável e próspera.

2DESENVOLVIMENTO

2.1O Surgimento

Tudo tem um começo, então como falar de educação sem antes indagar o porquê do surgimento da necessidade da existência da educação no mundo todo. "o surgimento da escola se deu quando o ser humano percebeu que era preciso transmitir certos conhecimentos específicos ao maior número possível de pessoas a fim de assegurar a sobrevivência do grupo"(SINEPERJ, 2006).

Pensando nessa afirmação posso dizer que a partir deste momento o capitalismo começou a ser implantado dentro de cada ser, quando a educação começou a ser difundida como um instrumento de sobrevivência grupal.

Dentre este conceito, a escola evoluiu com tamanha velocidade que as renovações do conhecimento hoje são quase impossíveis de serem acompanhadas, os grupos sociais nos dias atuais são cada vez mais distintos entre ricos e pobres, a escola teve a necessidade de criar maneiras para facilitar a tarefa de educar indivíduos de classes sociais tão diferentes com necessidades diversas e com conceitos distintos todos dentro do mesmo sistema educacional, sistema este criado por um governo que não cumpri em totalidade suas metas e tarefas educacionais, contudo foi detectado que a educação tem um ponto fundamental independente da qual classe social que atinja, onde nenhuma proposta pedagógica tem credibilidade se dentro dela não existir este conceito o de "construção do conhecimento".

A educação deve ser construída juntamente com o aluno não se pode simplesmente impor idéias os indivíduos são composto de pré-conceitos já formados no convívio de casa e dentro da sociedade, o professor não pode simplesmente ignorar essa bagagem que é inata.

A idéia de levar o aluno a construir seu próprio conhecimento é fundamental e indispensável na construção de uma sociedade pensante e produtiva capaz de instituir conceitos de acordo com seus princípios, a idéia da construção do conhecimento "hoje é presente até nas diretrizes do MEC, e essas diretrizes tem guiado a prática de educadores ansiosos pela melhoria do ensino público no país" (G1, 2007).

Um ponto que dividi a educação do século XXI dos séculos passados diz respeito ao fato que a educação moderna atualmente extinguiu o conceito que nascemos como uma "folha de papel em branco" e que só aprendemos através de um mestre. Felizmente a descoberta de que a aprendizagem simplesmente acontece e que nascemos capazes de aprender independentemente de professor, com ou sem mediação da escola, tem feito educadores repensarem toda sua prática pedagógica e olharem seus alunos com outros olhos. Dentro da sala de aula não existe simplesmente alunos existe pessoas com suas vidas e problemas e que mesmos com seus problemas do dia-a-dia vão em busca de novos horizontes, de oportunidades para viver melhor. Acredito na teoria que o saber não é algo que se deposita no indivíduo, como numa conta bancária, como dizia Paulo Freire. É algo que se constrói interagindo com o meio onde se pode contribuir para o bem ou para o mal de cada um. Ao chegar à escola a fim de desenvolver habilidades e aumentar seu saber, como já se sabe o aprendiz já traz consigo uma bagagem de conhecimento que foi concebido ao longo de sua vida. Aprendizagem é uma grande aventura na qual criança, jovens ou adultos se lançam com enorme interesse de desvendar novos conceitos e construir o conhecimento, desde que nascem, somos movidos pela curiosidade e descoberta do mundo que nos rodeia.

2.2O professor como produtor de conhecimento

No campo acadêmico ou escolar, a atividade principal está orientada para a socialização e propagação do conhecimento, entretanto, isto não esgota e nem retira da escola e dos profissionais que nela atuam a responsabilidade sobre a produção do conhecimento de forma consciente e participativa. Nesse sentido, as instituições de ensino não podem ser reduzidas à condição passiva de apenas consumidora de algo imposto pela sociedade, também não é possível ou não deveria ser aceito que se imponha uma hierarquia na perspectiva onde o ensino superior seja o produtor do conhecimento e o ensino fundamental e médio serem simples receptor e repassador do conhecimento. Isto implica em afirmar que quem lida com o conhecimento (fruto de pesquisas), nos diferentes níveis do ensino, tem que ser, necessariamente, um pesquisador, acredito quando dizem que o professor é muito mais do que um facilitador ou assistente; ele é o próprio conhecimento que se mostra ao aluno. Esse compromisso é intransferível, insubstituível e impossível de ser subestimado. Quando o professor é colocado nesta perspectiva, não deve almejar defender uma postura habitualmente denominada de "tradicional" na educação, isto é, aquela onde o professor se enquadra dentro do contexto de ser a figura mais importante e o aluno é a "tabula rasa" ou "a folha de papel em branco", continuo a dizer que o individuo vêm com concepções formadas para a sala de aula e lá o conhecimento vai ser construído juntamente com todos e o professor mesmo sendo o centro do saber não pode ser "endeusado" e sim respeitado por ser conhecedor, provavelmente de coisas que nem todos sabem de estar ali sendo pago, neste momento da relação entre professor e o aluno entra a relação capitalista, pois o mesmo só estar naquele momento em sala repassando o seu conhecimento porque se enquadrou dentro do sistema onde o mesmo estar inserido e sendo remunerado para transmitir seu conhecimento.

Outro exemplo diz respeito ao que se espera do professor no ensino de atitudes e valores: (...) Embora muitas vezes o professor não se dê conta estará sempre legitimando determinadas atitudes com seus alunos. Afinal é ele uma referência importante para sua classe. É muito importante que esta dimensão dos conteúdos seja objeto de reflexão e de ensino do professor, para que valores e posturas sejam desenvolvidos tendo em vista o aluno que se tem a intenção de formar (BRASIL. MEC, 1997, v. 4, p. 35).

Em Arte (BRASIL. MEC, 1997, v. 6, p. 110-111), "a prática da aula é resultante da combinação de vários papéis que o professor pode desempenhar antes, durante e depois de cada aula". Antes da aula, o professor deve ser:

(...) um pesquisador de fontes de informação, materiais e técnicas; (...) um apreciador de arte, escolhendo obras e artistas a serem estudados; (...) um criador na preparação e na organização da aula e seu espaço; (...) um estudioso da arte, desenvolvendo seu conhecimento artístico; (...) um profissional que trabalha junto com a equipe da escola.

Entretanto, mesmo eu sendo uma apaixonada pela docência mesmo não a exercendo ainda de forma remunerada, tenho colaborado de forma voluntária na difusão do conhecimento, todavia o que percebo dentro das instituições de ensino e através de estudos é a enorme responsabilidade de que o docente absorve, dentro de uma perspectiva de que a qualidade do processo educativo está essencialmente relacionada à qualidade de formação do professor e à competência deste profissional na sua relação com o conhecimento de que se declarar detentor, e que para isto ocorra o professor tem que investir em sua formação gerando gastos e construindo uma cadeia capitalista, pois, ele terá que reaver este investimento e a forma encontrada é capitalizar para repassá-lo, entretanto essa cobrança não determina a qualidade da educação a ser construída e sim o grupo trabalhado.

São evidentes as dificuldades que o educador tem para construir juntamente com seus alunos o conhecimento e essas dificuldades se agravam ainda mais quando passamos para o campo do capital, esse assunto é delicado, por se tratar de duas vertentes fundamentais para a sobrevivência da espécie humana, a educação que faz com que o aluno aprenda a interagir com os outros e se tornar um ser sociável e o financeiro que atualmente é um divisor de águas na vida de todos. Promover a interação entre a educação o professor e o capitalismo é uma missão complicada.

2.3O capitalismo de casa a escola.

Por mais que não queiramos aceitar ou condescender com o sistema capitalista é impossível nos dias atuais não convivermos dentro dele. Hoje já não se sabe se vivemos dentro do capitalismo ou se já somos capitalista por natureza, os princípios e a moral do ser humano já estão sendo formado dentro do sistema capitalista. Desde os primórdios a educação já é vista como artigo de luxo onde no princípio só os reis e seus filhos homens tinham acesso ao conhecimento. A evolução dos tempos nos transportou ao mundo melhor na área da educação principalmente porque hoje é exigência da sociedade que a educação chegue a todos independente de raça, cor ou sexo. Porém, ainda hoje a educação de qualidade continua sendo restrita, existem algumas exceções, mas a grande maioria é restrita.

Para que os indivíduos tenham acesso a uma educação de qualidade e gratuita no nível superior (universidade) tem que investir "gastar, pagar" muito, na educação dos anos que antecedem a universidade e compõem o ensino médio, hoje mais de 70% dos iniciantes nas universidades públicas são oriundos de escolas particulares com um sistema de alto grau de exigência tanto para com o professor como para o aluno, fato este que não acontece em escolas públicas, hoje em dia os planos de formação do ensino médio do governo para com o aluno se preocupa simplesmente com as estatísticas das instituições. O verdadeiro sentido não é levado em conta, então como não sermos capitalista se até mesmo a classe (docente) que deve contribuir com a construção do conhecimento não capitalista já esta corrompida pelo sistema, ressalto que ainda existem exceções, mestres comprometidos com o verdadeiro significado de ser professor, mas não é motivo de critica até porque em todas as áreas é assim, como por exemplo, vá a uma clinica sem dinheiro e teste se o juramento do médico vai prevalecer.

Hoje em dia cada vez mais ouvimos dizer que a educação procedente de escolas particulares tem mais valor tem mais qualidade mais "saber", pesquisas revelam que mesmo as famílias mais carentes preferem aperta seus orçamentos e pagarem escolas particulares do que matricularem seus entes queridos em escolas públicas. Segundo SINEPERJ Famílias mais pobres investem mais não educação:

O percentual de famílias da classe D e F é quatro vezes maior do que o que investem classes mais ricas. Segundo estudo, educação é o item que mais cresceu nos gastos desde 1998 Muitas famílias pobres brasileiras, descontentes com o ensino público, estão fazendo um esforço financeiro para matricular seus filhos em instituições privadas. Cerca de 1 milhão de famílias das classes D e E comprometem 10% de sua renda pagando mensalidade em escolas particulares

Diante disso, pode-se dizer que educação e o capitalismo estão entrelaçados e o ato de educar estar diretamente ligado ao setor financeiro de cada um seja ele o educando ou o educador. Muito além de expor matéria em sala de aula, educar é produzir conceitos e colaborar com cada indivíduo a formar sua estrutura educacional e social e como promover essa mudança se o aluno ou professor não estiverem motivados para com seus objetivos sejam eles ensinar ou aprender algo específico. Existe estudo que mostra o quanto é importante que a educação conviva em harmonia com o capitalismo, não estou dizendo que a educação deve se corromper as diretrizes capitalistas, mas sim preparar seus alunos e profissionais para viver de forma harmônica dentro dela. O mundo é totalmente capitalista, os pais educam seus filhos dentro deste conceito, as crianças vêm para a sala de aula com conceitos já formados de um mundo dirigido por dinheiro.

Vivemos em uma sociedade capitalista; se você discorda do regime e não gostaria que seu filho fosse mais um financista, lembre-se de que os capitalistas já devem estar preparando seus baixinhos para aproveitar oportunidades criadas pelos que não tiveram aulas básicas sobre finanças. Penso que ficar para trás nesse tema não será bom nem para seu filho, nem para a futura sociedade que gostaríamos de construir. (G1, 2007)

Concordo com a idéia de que devemos viver em um mundo menos direcionado ao dinheiro, mas infelizmente pessoas que pensam com eu são forçadas a se dobrar e entrar no sistema, por mais que façamos e dissermos (digamos) que trabalhamos porque gostamos e exercemos a profissão por amor se não houver uma recompensa financeira uma motivação sustentável é impossível realizar os planos e metas. Segundo SINEPERJ.ORG.

a educação é justamente o item que mais cresceu nas despesas do orçamento das famílias brasileiras desde 1998. Esse investimento representa também o segundo item de maior desigualdade entre ricos e pobres no País: as famílias com mais dinheiro investem 30 vezes mais na formação de seus filhos do que as mais carentes. "É comum encontrarmos entre pessoas de renda muito baixa um esforço grande para conseguir oferecer um ensino diferente aos filhos. E, com a idéia geral de que a escola pública está muito ruim, a particular aparece como o melhor investimento para poderem oferecer uma expectativa de vida diferente aos filhos

E tudo isso gera mudanças e neste mundo aonde à globalização vem trazendo modelo de produção que influenciam o sistema educacional, através da avaliação e currículo é impossível viver fora do capitalismo por mais que os mais tradicionalistas insistam em dizer que além do capital estar o prazer, concordo em parte, mas como ter prazer em fazer algo que não me dar condições de sentir esta sensação de felicidade. Infelizmente essas mudanças apenas contribuem para perpetuar essa sociedade dividida em classes, na qual as relações sociais são de exploração da mão de obra de forma capitalista.

3CONSIDERAÇÕES FINAIS

Segundo Cunha (1980) o estado apresenta uma política educacional que objetiva uma sociedade aberta. Deslocando para a educação as demandas da economia e da política que ficam ilesas de contestação aumentando sua eficácia. Esse mesmo estado que dirige e regulamenta a educação, é o mesmo estado que dirige e regulamenta a economia. Portanto, à educação cabe o papel de equalização de oportunidades, pois muitas vezes ela dissimula as diferenças de classes sociais produzidas pela ordem capitalista. Esse autor acrescenta que o papel social da educação é estar a serviço do indivíduo, do homem total, liberado e pleno. A escola deve estar preocupada com o homem, independente da família, classe ou religião a que pertença devendo revelar em cada um seus dotes inatos, seus valores intrínsecos, suas aptidões e vocações. De acordo com estas vocações e talentos o indivíduo ocupará uma posição na sociedade, determinantes de estrutura ocupacional. Assim, a educação contribuíra para a justiça social onde não haja uma sociedade hierarquizada com base no mérito individual, pois a ascensão ou descensão social depende da instrução, da educação e não do nascimento ou fortuna. Portanto, cabe ao professor saber discernir em sala de aula e transmitir um conhecimento desvelado para que o aluno utilize-o na sua luta social.

Assim, os professores precisam começar a explicitar todos os discursos que estão inseridos em nossas escolas dando continuidade à sua formação e especialização, como também lutar para obter uma formação de qualidade e condizente com a realidade.

É muito importante que a educação proporcione aos alunos uma aprendizagem que dê condições de mudança e ascensão social e não que reproduza interesse políticos e da classe alta. Acredito que com atitudes diferentes e inovadoras os problemas podem ser amenizados, ao menos por enquanto, pois futuramente tudo será transformado a globalização do mundo é algo inesgotável. A luta contra este sistema é injusta e desleal, mas acredito na força da capacidade que o indivíduo de forma coletiva pode exercer sobre o sistema, não será fácil, porém com responsabilidade, perseverança, persistência, comprometimento e acima de tudo com muito prazer em fazer o trabalho, não só eu, mais todos os professores terão condições de oferecer oportunidades aos alunos de obterem uma formação de qualidade e que o auxiliem nesse processo de transformação social.

De acordo com Paulo Freire o comprometimento com a transformação social é a premissa da educação libertadora. Libertação que não é só individual, mas principalmente coletiva social e política. Para isso, é necessária a colaboração entre os sujeitos ainda que tenham níveis distintos de função; a união solidária entre os indivíduos da classe popular, numa consciência de classe.

Atualmente com esse mundo globalizado fica difícil ter atitudes voltadas ao social sem ter base financeira. Hoje é difícil encontrar pessoas disposta a colaborar voluntariamente para com a educação ou qualquer outra área se não existir uma base fortalecida na vida desse indivíduo. Viver fora do capital é coisa para nômades que abita em um mundo paralelo, atualmente não existe esse mundo onde é prazeroso dar aula e nada receber por isso, o ser humano precisa saciar suas necessidades básicas tais como: comer, morar, vestir, ter segurança e saúde, como suprir essas necessidades sem estar financeiramente capaz. E é por isso que defendo a valorização do professor seja ele de uma instituição pública ou privada, direitos e deveres de forma unificada.

Portanto, as escolas precisam preparar-se para receber os indivíduos dessa sociedade proporcionando-lhes uma educação que garanta o acesso ao maior número de informações possíveis e que o prepare para o mercado capitalista, desde que o instrua e conscientize quanto a esse mundo individualista, hierárquico, competitivo e injusto dando instrumentos e possibilitando momentos de discussões para que ele possa enfrentá-lo dignamente. "(...) todos os seres humanos, independente de cor, religião, raça, etnia, ou sexo, possam ser gente. Gente que leia e escreva entendendo a palavra, lendo o mundo".

Enfim, posso dizer que estamos diante de uma sociedade diferente que ao mesmo tempo em que mudou muito, o passado continua sendo parte do presente. Diante disso tudo é muito importante continuar buscando conhecimentos e estratégias que dêem resultados positivos na formação dos alunos e na transformação da educação tornando a escola pública uma escola de qualidade. Torço para a chegada do dia em que o respeito faça parte do cotidiano de todos. a confiança e o apoio de toda a sociedade massificada e dominada por um sistema capitalista é necessário, vivemos em um sistema injusto e desumano.

Desse modo continua o desafio para a complementação, o aprofundamento e a continuidade da discussão sobre o tema. Essa reflexão, não deve ser considera como definitiva e acabada, este tema é rico e polêmico, embora, essa é particularmente uma visão de uma administradora com profundo amor pela docência, com experiência na área administrativa e no mundo totalmente capitalista. Agora só nos resta viver dentro desse mundo capitalista e não ficar defendendo conceitos longe de ser atingidos.


Autor: Celina Olivindo


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