Pequenos Deslizes



Em nosso cotidiano cometemos alguns "pecadinhos", que ao nosso entender são irrelevantes, sem nos apercebermos do quão nocivos e terríveis são.

Temos ciência de que "quem não é fiel no pouco, também não o é no muito", assim como não existe meia gravidez, ou é ou não é.

Em algumas situações do nosso dia-a-dia somos mentirosos, egoístas, hipócritas, sem caráter e sem escrúpulos (mesmo sem o perceber) entretanto, se refletíssemos nelas haveríamos de mudar.

Vejamos algumas delas que eu faço (estou me esforçando para mudar) e certamente você também o faz, mas peço-lhe que não se engane ao ler e pense consigo mesmo: eu não!

Temos mania de aumentar um "bocadinho" aquele episódio que o colega presenciou no qual o chefe passou o maior vexame... quando passamos adiante para outro exageramos um ou dois pontos a mais que o chefe levou no pronto socorro. Pensa consigo mesmo: bem feito, ele bem que merecia....

Quando queremos assistir nosso programa favorito e o filho nos pede com insistência para montarmos a barraca da Mônica para ele brincar, acabamos permitindo que ele vá para o quarto a fim de entreter-se com o videogame, quando havíamos proibido esse tipo de brinquedo...Pensa consigo mesmo: mas, um bocadinho só não fará mau.

Final de tarde, a garoa fina, nosso carro parado...congestionamento danado e vemos um amigo que sabemos ter mandado o carro na oficina, disfarçamos e fingimos pegar algo no porta-luvas...Pensa consigo mesmo: - Também pudera, quem mandou o infeliz morar lá onde o Judas perdeu as botas? Justo hoje que a esposa deixou as crianças na casa da sogra...Um dia só pegar o coletivo...

Aquela amiga que vive deprimida telefona e tem por hábito passar um tempo enorme falando das mazelas e tormentos que a aflige e você ao atender e reconhece a voz, de imediato, mentindo, pergunta se ela importaria de telefonar outra hora porque está saindo para levar o filho no dentista...Pensa consigo mesma, coitada...mas ela vai encontrar outra menos ocupada e com paciência para ouvir sempre a mesma história...bem que ela devia procurar um terapeuta e não ficar "alugando" quem tem mais o que fazer...

Estacionamento lotado, você girando para encontrar uma vaga, está saindo um carro e tanto você quanto outro carro, no sentido oposto estão cobiçando aquela vaga, simplesmente você acelera e entra na vaga do carro que acabou de sair...Pensa consigo mesmo: sinto muito, mas faz hora e meia que estou rodando e já estava espreitando a dita cuja vaga...

Alguém está cometendo uma injustiça e você mesmo ciente da mesma, ao invés de tomar partido acaba se acovardando e se omitindo para não se indispor por com todos. Pensa consigo mesmo: afinal porque ele tinha que ser tão taxativo? Bem que poderia deixar isso de lado, não teria sido melhor para ele?

Você pegou uma receita de um programa de televisão e ao fazer algumas ocasiões acrescentou um pouco a mais de algum ingrediente e a receita melhorou considerávelmente. Uma amiga comeu, gostou e pediu a receita. Você passa como foi dada e não com sua correção...Pensa consigo mesma: - Eu dei, quanto ao meu "pulo do gato" ela que descubra, não é ela a toda metida a entendida? Que descubra!

O faxineiro está passando por uma situação financeira difícil e ainda por cima o filho está doente, precisando de um medicamento caríssimo e o pessoal decide fazer uma listinha para ajudar. O chefe assinou, mais alguns e você quando vê alguém passar com a lista, entra até no sanitário feminino....Pensa consigo mesmo... vou esperar mais um pouco, assim outros assinam e abaixam o valor, a coisa "tá brava", justo esse mês tenho que pagar o seguro do carro e o aparelho das crianças...

Então? Nunca fez nada semelhante?

Devemos deixar de lado nossos pequenos deslizes, até mesmo aqueles que julgamos serem irrelevantes e deixarmos também de pensar em nós mesmo, vendo cada pessoa como um irmão estaremos galgando mais um degrau na nossa evolução.

Não vamos pensar só e deixar isso para amanhã uma vez que amanhã para colocar em prática visto que poderemos amanhã, já estarmos mortos e daí?

Autor: Maria Cristina Galvão de Moura Lacerda


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