O que é melhor para a política, sabedoria ou inteligência?



Eles querem mesmo é serem inteligentes, mas não sejam desses que tem a capacidade de resolver uma equação de álgebra em um minuto, e acham que o mau do mundo é o ser humano. Inteligentes e persuasivos. Mas não daqueles que vendem bilhete da mega sena supostamente premiado para velhinhos aposentados na saída do banco em dia de pagamento. Muito menos os que sobem em palanques para contar mentiras de dois em dois anos, fazendo crer que são bons homens, mas no fundo só querem tirar vantagem da boa fé alheia. Sejam persuasivos falando com os olhos, sejam compreendidos pelos seus gestos. A satisfação de uma criança é reconhecida através de seu sorriso, a insatisfação e a dor por suas lágrimas, mas o alento vem com um gesto de carinho. Os gestos são muito mais eficientes do que as palavras. Ah! Desistam de quererem ser inteligentes e persuasivos, sejam sábios! Sabedoria engloba todas as características positivas do ser humano. Para ser sábio não é preciso auto-afirmação, indispensável para o inteligente. Os sábios ficam conhecidos eternamente por suas frases curtas e eficientes para a vida. Os inteligentes por seus discursos prolongados que não chegam a lugar nenhum, baseado em suposições e hipóteses, e ainda usam a verdade da forma que lhes convém. Os sábios aliviam seus estresses refletindo sobre como fazer algo melhor para o mundo e para as pessoas, os inteligentes fumando um cigarrinho. Acho que é mais saudável ser sábio!

Para ser sábio é preciso passar pela escola da inteligência, visto que um sábio é uma pessoa acima da inteligência. Os sábios usam seus recursos intelectuais de forma adequada e criteriosa, e tem uma conduta orientada de acordo com o conhecimento daquilo que é verdadeiro e justo. Fazem uso da justiça em sua essência. É muito fácil encontrar pessoas denominadas inteligentes por terem uma vasta gama de conhecimentos. Um exemplo básico é a grande parte dos nossos políticos que são portadores de grande inteligência. No entanto, alguns, usam de forma escusa e degradante para conchavos que beneficiam poucos em detrimento da maioria. Acredito que existem políticos sábios no Brasil, porém penso que a quantidade não deva ser maior que os dedos das mãos do Lula (presidente do Brasil), e tendem a diminuir. De acordo com os dados que eu mesmo constatei a partir de observação, existem três tipos de classe política em Brasília: os sábios (minoria), os inteligentes (grande parte), e aqueles que não são nenhuma coisa nem outra (esmagadora maioria). Os primeiros tentam usar sua sabedoria para tomar decisões lógicas e justas. Mas acabam percebendo que lugar de sábio não é na política, e sim num mosteiro no cume de alguma montanha no Tibet. Cedo ou tarde eles acabam desistindo da política, ou de serem sábios. A segunda classe é esperta o suficiente para perceber que na atual conjuntura, querer ser sábio na política é o mesmo que dar “murro em ponta de faca.” E a terceira classe por sua falta de massa cinzenta, acaba sempre virando massa de manobra dos inteligentes.

Sendo assim, o espaço para os sábios atualmente na política é muito restrito. Para ser sábio é preciso passar pela escola da inteligência. Para ser político, no quadro que se desenhou na política atual, é preciso sofrer o processo inverso do crescimento intelectual, abrindo mão da sabedoria e estagnando na inteligência. Não entendo este fato como uma atitude negativa de pessoas mal intencionadas. Muito pelo contrário, acredito na boa intenção de muitos políticos que estão no poder em nosso país. Tenho plena consciência das limitações e barreiras na qual são submetidos. Mas ao menos esperamos dos inteligentes que tenham gestos de boa conduta para quem os elegeu. Em contra partida, quero tornar pública minha teoria de que não é possível ser sábio dentro da política atual. Simplesmente pelo fato de que sabedoria é sinônimo de justiça. Enquanto existirem pessoas passando fome e outras fartam de luxo dentro de uma mesma sociedade, a idéia de sabedoria política será utópica. Qualquer forma de política publica por parte dos Governos que não venha a atingir a todos os necessitados, não pode ser chamada de justa. No entanto, ainda nos resta usarmos a sabedoria domiciliar. Dentro de nossas casas é possível implantar a idéia de justiça, igualdade e fraternidade. Formando cidadãos de princípios dentro de suas atitudes individuais usando a persuasão, inteligência e sabedoria para o bem universal. Lapidando assim uma sociedade mais justa, pessoas mais justas, e quem sabe um dia políticos justos.

Deixo claro que acho extremamente importante a existência da política e dos políticos. Eles exercem a função de pilares estruturais da nação, sem eles não existe sociedade organizada. Mas acredito que com o crescente aumento do nível cultural da população, cresce também o nível de exigência na escolha de nossos representantes. Das três classes políticas que citei, somente sobrará espaço para duas. Os despreparados intelectualmente serão extintos pelo povo através do voto. Os inteligentes têm e sempre terão seu espaço garantido. E os sábios que atualmente rastejam como serpentes por não terem pernas, somente voltarão a caminhar quando a sabedoria domiciliar fizer efeito na sociedade.

Portanto, hoje não é possível termos a maioria de políticos sábios em virtude do quadro que se desenhou através de décadas, Porém, podemos começa hoje um processo de renovação com a nova geração. Para isso é necessário que façamos nossa parte educando com sabedoria nossas crianças, e os frutos se formarão naturalmente. De imediato, como medida paliativa resta apenas exercer nossos direitos de cidadão com sabedoria, votando com renovação e naqueles que melhor se enquadram num sistema justo. Somente desta forma conseguiremos um dia ao menos mesclar justiça com inteligência. Além de despertar o desejo de políticos estagnados na inteligência, a evoluírem para a sabedoria.
Autor: Maciel Brognoli


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