Celulite - Fibro edema Gelóide

Também conhecido por: celulite, lipodistrofia ginóide, paniculose e fibroedema mucóide.
È um fenômeno degenerativo, não inflamatório, da substância fundamental devido à polimeração intensa do ácido condroitin sulfúrico, levando a um aumento da viscosidade e hidrofilia do meio, tendo como conseqüência o edema, compressão das estruturas da derme e retenção de substâncias tóxicas provenientes do metabolismo celular. Quando se infiltra nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva.
Por debaixo da epiderme e derme existem três camadas de gordura. A celulite desenvolve-se na parte mais superficial das três Camadas. É chamada a hipoderme ou a camada subcutânea de gordura. As células de gordura na hipoderme estão organizadas em câmaras de fios de tecido conjuntivo.

Incidência

 Mais comum em mulheres.
 Tanto magras quanto obesas.
 Afeta aproximadamente 80% das mulheres na pós – puberdade.
 Principalmente nas regiões: dos quadris, nádegas, membros inferiores, abdome e face látero-posterior dos braço.

Causas:

 Sexo: Mais comum em mulheres pois a camada subcutânea de gordura está organizada em câmaras verticais, e portanto permitem acumular mais gordura. Nos homens, as câmaras estão organizadas diagonalmente em pequenas unidades que, para além de acumularem menos gordura, não resultam em celulite.
 Idade: Quanto mais idoso o indivíduo, menor a quantidade e qualidade de reparo na estrutura do tecido conectivo.
 Fatores emocionais – aumento do armazenamento lipídico devido à presença do estresse, pois nas mulheres ocorre um aumento na sensibilidade do receptor adrenérgico (antilipolítico), no tecido adiposo, favorecendo o aumento do depósito de gordura.
 Fatores metabólicos – desequilíbrio energético, por atividade lipolítica diminuída (inatividade física) e aumento da lipogênese (armazenamento de triglicérides por excesso de ingestão calórica).
 Fatores hormonais: Os hormônios femininos (estrógeno, progesterona, folículo-estimulante) são os principais causadores de celulite. Alterações da produção, uso de medicamentos com estes hormônios, desequilíbrio entre estrógeno e progesterona, testosterona, hormônios da tiróide, hormônios das glândulas supra-renais, podem desencadear ou agravar a celulite por vários mecanismos. Eles interferem no metabolismo das gorduras, na circulação linfática e venosa, facilitam a retenção de água e sal e, além disso, coordenam a deposição de gordura no abdome, quadril e coxas, para dar ao corpo o aspecto feminino. Existe uma tendência, na mulher, a haver maior deposição de gorduras nas regiões do corpo onde a celulite é mais freqüente.
 Hipertensão arterial
 Obesidade: A celulite não é exclusivamente relacionada à obesidade, porém ocorre uma exacerbação da mesma quando associada ao ganho ponderal e a correlação com o índice de massa corporal e o grau da celulite, nas mulheres, reflete a expansão do tecido adiposo para a derme, quando o volume de gordura no tecido celular subcutâneo está aumentado.
 Má circulação sanguínea: Os problemas circulatórios (vasos e varizes frágeis, que se rompem com facilidade) deixam as paredes dos vasos mais permeáveis, favorecendo a liberação de diversos nutrientes na substância fundamental da célula, provocando um desequilíbrio que, associado a outros fatores, causa celulite.
 Dietéticos: Dietas ricas em gorduras ou carbohidratos, ou maus hábitos alimentares, como comer muito à noite e pouco durante o dia, aumentam a síntese e o armazenamento de gorduras, favorecendo a celulite. Tomar pouca água e abusar do sal dificulta a troca de líquidos do organismo, favorecendo a retenção de resíduos tóxicos do metabolismo celular (as células funcionam como uma fábrica que produz vários produtos, mas esse trabalho todo produz um lixo -resíduo tóxico- que precisa ser retirado constantemente).
 Vida sedentária: A falta de exercícios físicos diminui muito o consumo de energia pelo corpo o que facilita as sobras alimentares que serão transformadas em gordura. As facilidades modernas tornam obrigatória a realização de alguma atividade física, para evitar o sedentarismo que é muito prejudicial para a saúde como um todo e não só para a harmonia corporal.
 Vestuário: roupas apertadas impedem a boa circulação sanguínea.
 Álcool.
 Tabagismo: que acarreta uma vasoconstricção.
 História Familiar: maior predisposição a celulite
 Consumo Insuficiente de água: O bom funcionamento dos rins na eliminação das toxinas depende da circulação da água.

Tipos:

Grau I
Acontece um aumento de volume das células do tecido gorduroso na região acometida ocasionado por acúmulo de gordura dentro da célula. Não existe alteração circulatória e dos tecidos de sustentação, apenas uma discreta dilatação das pequenas veias do tecido gorduroso. Não há sinais visíveis na pele e nem dor.

Grau II
As células gordurosas ficam um pouco mais cheias de gordura, e as que ficam na parte mais profunda começam a sofrer o mesmo processo. Já aparece um certo grau de fibrose, que se piorar, induz a formação de micronódulos na fase seguinte. O aumento do volume das células provoca alteração circulatória por provocar a compressão das microveias e vasos linfáticos. O sangue e a linfa ficam represados. Ocorre então um maior “inchaço” das células gordurosas e acúmulo de detritos tóxicos, que deveriam ser eliminados. Na pele já é possível se observar irregularidades à palpação e ainda não existe dor.

Grau III
As células continuam aumentando de volume por causa da contínua aquisição de gordura. Ocorre uma desordenação do tecido e aparecimento dos nódulos que apesar de mais profundos, são vistos como irregularidades na superfície da pele, mesmo sem palpação. Começa a existir uma fibrose, que é o endurecimento do tecido de sustentação (onde estão as fibras) e a circulação fica ainda mais comprometida. Podem aparecer microvarizes. A pele tem o aspecto semelhante a “casca de laranja”. Ocorre a sensação de peso e cansaço nas pernas. A celulite é basicamente um problema circulatório e, nesse estágio, a circulação no tecido gorduroso já está comprometida.

Grau IV
O intumescimento das células gordurosas é acentuado, o tecido de sustentação se torna mais endurecido (fibroesclerose) e a circulação de retorno está muito comprometida. Nesse estágio, a celulite é dura e a pele fica “lustrosa”, cheia de depressões, com aspecto acolchoado. As pernas ficam edemaciadas, doloridas e a sensação de cansaço está freqüentemente presente, mesmo sem esforço.

Tipos de Celulite

 Celulite aquosa ou infiltrada: apresenta volumes excessivos e variáveis em função do clima e dos ciclos hormonais. Há muita retenção de líquido e circulação sangüínea prejudicada.
 Celulite fibrosa: o relevo do tipo capitonê está instalado nas nádegas e coxas. Há enrijecimento das fibras de relevo irregular, sem relação obrigatória com problemas de peso.
 Celulite adiposa: são visíveis os volumes excessivos e o relevo cutâneo irregular com excesso de gordura localizada ou distribuída por todo corpo.
 Celulite mista: este tipo combina a celulite aquosa com a fibrosa.
 Celulite flácida: aparece mais freqüentemente nas mulheres que levam vida sedentária e que emagrecem e engordam rápida e constantemente. Em geral, as portadoras desse tipo de celulite têm a pele flácida na região das coxas. Esse tipo costuma estar associado a varizes e estrias e não é doloroso.
 Celulite dura: pode aparecer em mulheres jovens, que fazem exercícios regularmente. Estas costumam ter músculos bem delineados e tecido firme, e não apresentam sinais de flacidez. A celulite dura não é aparente. Para constatá-la, aperta-se a pele: se surgirem placas compactas, o problema está instalado. E, justamente por estar em um tecido firme, sua pressão interna costuma ser mais forte, fazendo com que doa bastante.
 Celulite edematosa: é o tipo mais grave, por ser muito doloroso. Caracteriza-se por inchaço e nódulos, e geralmente é causado por diabetes e distúrbios de tireóide, de ovários ou do metabolismo. Está num estágio intermediário, entre flacidez e firmeza. Aparece principalmente em mulheres mais velhas e/ou em estágios avançados da celulite.

Diagnóstico

 Inspeção: Paciente em posição ortostática.
 Teste da casca de laranja: durante a aplicação do teste a pele apresenta-se rugosa, evidenciando a infiltração do tecido.
 Teste de preensão: Para detectar o grau da alteração de sensibilidade dolorosa e espessura do tecido afetado.
 bioimpedância, um exame baseado na condutividade elétrica corporal que determina a composição do corpo em gordura e a massa corporal magra;
 exame fotográfico seriado das áreas acometidas para posterior acompanhamento, são alguns dos instrumentos que podem ser utilizados na avaliação da celulite•
 termografia, que determina precisamente o grau de celulite;

Tratamento

Quanto ao tratamento, evidentemente, quanto mais cedo for iniciado, melhor será o resultado. Em todos os estágios existem tratamentos, mas nos graus mais leves a recuperação é geralmente total, enquanto nos graus mais avançados, apenas parcial. Entretanto, mesmo nestes casos é importante tratar, caso contrário, poderá ocorrer uma piora.

 Drenagem linfática
È uma massagem poderosa, porém feita com movimentos manuais suaves. As compressões e os rolamentos têm a intenção de estimular o trajeto da linfa no corpo, facilitando a eliminação de toxinas e líquidos, melhorando a circulação e reduzindo o inchaço.
iros resultados: o inchaço já melhora na primeira sessão.
Dia seguinte: não há dor ou formação de hematomas.

 Endermologia
Como funciona: massagem mecânica (feita com aparelho) que associa os movimentos da drenagem linfática e a emissão de ultrassom. Ambos atuam sobre a eliminação de toxinas, líquidos retidos e gordura acumulada.
Número indicado de sessões: a partir de dez.
Primeiros resultados: a partir da 5ª sessão.
Dia seguinte: a sessão é indolor e não deixa marcas, vermelhidão ou hematomas.

 Manthus
Como funciona: trata-se de um aparelho de ultrassom que, ao ser passado sobre a pele, emite vibrações profundas, capazes de atingir a camada de gordura, rompendo a membrana das células adiposas (eliminadas naturalmente pelo organismo). O esvaziamento das células melhora o aspecto acolchoado da pele e promove uma melhor eliminação das toxinas e líquidos - já que a circulação sangüínea fica menos comprimida na região.
Número indicado de sessões: de 10 a 20 sessões, feitas de duas a três vezes por semana.
Primeiros resultados: a partir da 5ª sessão.
Dia seguinte: a sessão não é dolorida e não deixa marcas ou hematomas.

 Mesoterapia :
È a aplicação de uma injeção com substâncias que dissolvem que dissolvem as gorduras.

• Laser
A aplicação produz efeitos nas células gordurosas causando um aumentoem seu metabolismo e eliminando-as.

• Massagem:
A massagem produz analgesia e incremento da circulação sanguínea.
As manobras de amassamento podem ser executadas visando o relaxamento da musculatura que se localiza abaixo do tecido afetado e incremento da circulação.
Outras ações da massagem na alteração tecidual são: auxílio na penetração de produtos com princípios ativos específicos, diminuição da resistência da pele ás correntes, aumento da maleabilidade tecidual.

 Corrente Russa: Atua sobre a musculatura profunda e superficial, diminuindo a flacidez, que ajuda a combater a celulite, melhorar a circulação sanguínea e o trabalho dos intestinos e tonificar a pele. Os objetivos da terapia incluem:
- Manter a qualidade e a quantidade do tecido muscular;
- Recuperar a sensação da tensão muscular (tônus);
- Aumentar e manter a força muscular;
- Estimular o fluxo sanguíneo nos músculos ou mantê-los num nível ótimo.

 Ultra-som: O uso do ultra-som no tratamento do fibro edema gelóide esta vinculado aos seus efeitos fisiológicos associados á sua capacidade de veiculação de substâncias através da pele (fonoforese).
Dentre seus efeitos, pode-se destacar a neovascularização com conseqüente aumento de fibras colágenas, e melhora das propriedades mecânicas do tecido.

 Crioterapia

Terapia do frio com a utilização do gel crioterápico no propósito de utilizar as reservas energéticas (gordura) para equilíbrio e reaquecimento da temperatura corporal. Sua formulação contém mentol e cânfora que promovem, naturalmente, o resfriamento desejado para a queima de gordura localizada.

 Termoterapia

Utilização do calor com bandagens de crepom embebidas em água, submetendo-se a manta térmica (45ºC), uma vez por semana e nas demais sessões a oclusão das bandagens com lençol mayler (aluminío), para aquecer, oxigenar, nutrir, desintoxicar, estimular a sudorese e a diurese.

 Cremes
os cremes anticelulite são coadjuvantes no tratamento, ou seja, se utilizados conforme as instruções dos fabricantes, têm efeito de 10 a 15% no combate ao problema. Em números absolutos, a porcentagem pode parecer desanimadora. Mas, somado aos resultados obtidos com dieta equilibrada, prática de exercícios físicos, aplicação de técnicas estéticas, controle do estresse e acompanhamento de problemas circulatórios e hormonais, o uso de cremes pode ser o acréscimo que faltava para uma melhora próxima dos desejados 100%.

A fitoterapia é uma ajuda no tratamento da celulite. O tratamento à base de ervas, geralmente, contém uma complexa mistura de extratos botânicos que são conhecidos por agirem melhorando o fluxo sanguíneo, pelo aumento da atividade venotônica.•

Dicas

 Crie uma rotina de cuidados com o corpo. 'Investir em alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos regularmente são as principais armas para evitar que a celulite se instale ou se agrave',
 administrar o estresse.
 controle as taxas hormonais com exames clínicos regulares e trate as alterações com acompanhamento médico.
 siga uma dieta com um mínimo de substâncias tóxicas (corantes e conservantes), que retenham líquidos (sal) ou que contribuam para o acúmulo de gordura (açúcares, produtos feitos com farinha branca). Inclua no cardápio alimentos que favoreçam os processos de eliminação (frutas, grãos e cereais integrais, fontes de fibras).
 O bom funcionamento dos rins na eliminação das toxinas depende da circulação da água.
 As células funcionam como uma fábrica que produz os elementos necessários para o corpo. Esse trabalho gera resíduos que precisam ser retirados constantemente do nosso sangue. Por isso, é fundamental consumir cerca de 2 litros de água por dia.

Contato:
Monique Coviello
[email protected]
Autor: Monique Coviello

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