Asma



INTRODUÇÃO

A asma é uma doença pulmonar frequente e que está aumentando em todo o mundo.
A doença é caracteriza da pela inflamação crônica das vias aéreas, o que determina o seu estreitamento, causando dificuldade respiratória. A inflamação torna as vias aéreas sensíveis a estímulos tais como alérgenos, irritantes químicos, fumaça de cigarro, ar frio ou exercícios. Quando expostos a estes estímulos, as vias aéreas ficam edemaciadas, estreitas, cheias de muco e excessivamente sensíveis aos estímulos.
Antigamente, a asma era chamada de bronquite, bronquite alérgica ou bronquite asmática. O nome asma estava vinculado aos casos mais graves. O nome correto é simplesmente ASMA.
Se não for tratada, a asma pode ter um impacto significativo na qualidade de vida de uma pessoa. No entanto, se controlada, é possível levar uma vida produtiva e ativa.

DEFINIÇÃO

“ Distúrbio caracterizado pelo aumento da reatividade da traquéia e do brônquios a vários estímulos, resultando na constrição difusa das vias aéreas. Tais alterações são reversíveis, seja espontaneamente ou em conseqüência do tratamento”.
Cecil – Tratado de medicina interna 18º Ed.

FISIOPATOGENIA

A inflamação brônquica é o principal fator envolvido na fisiopatogenia da asma, estando presente nos pacientes asmáticos independente da gravidade da doença. Caracteristicamente, a inflamação na asma é resultado de uma série de eventos em que estão incluídos a ativação dos mastócitos com liberação de mediadores inflamatórios, resposta alérgica imediata, resposta alérgica tardia e recrutamento de células inflamatórias.

EPIDEMIOLOGIA

Anualmente ocorrem cerca de 330.000 internações por asma no Brasil, constituindo-se na quinta causa de hospitalização pelo SUS e sendo a terceira causa entre crianças e adolescentes. Há indícios de que a prevalência da asma esteja aumentando em todo o mundo, inclusive no Brasil.
Estudo realizado em 56 paises mostrou uma variabilidade ativa de 1,6% a 36,8% estando o Brasil em 8º lugar. Resultados desse estudo no Brasil apontam para prevalências de asma variando de 4,8% a 21,8% em crianças de 6 a 7 anos. Em adolescentes, a prevalências é de 27%. Em adultos, os trabalhos epidemiológicos são mais raros.
A mortalidade por asma, embora baixa, tem demonstrado aumento crescente em diversos paises e regiões.

Sintomas da Asma

Nesta doença,os sintomas aparecem de forma cíclica, com períodos de piora. Dentre sinais e sintomas principais, estão:
▪ Falta de ar
▪ Chiado no peito (sibilância)
▪ Sensação de aperto no peito
▪ Tosse
Os sintomas podem aparecer em qualquer momento do dia, mas tendem a predominar pela manhã ou a noite.

► Classificação da intensidade da Asma

▪ Asma intermitente: As crises ocorrem poucas vezes ao ano, e tem duração limitada. Nos intervalos entre as crises, o paciente permanece muito bem, sem sintomas. A maioria das crianças estão incluídas nesse grupo.
▪ Asma frequente: As crises são praticamente mensais,mas ocorre recuperação da função pulmonar com o controle do quadro.
▪ Asma crônica: Uma minoria de pacientes pertence ao grupo de doentes que, além de apresentarem crises de asma freqüentes, mantêm-se permanentemente sintomáticos.

DIAGNÓSTICO CLINICO

Caracteristicamente, os sintomas ocorrem de forma episódica e recorrente, e são mais intenso durante a noite ou nas primeiras horas dia. É comum a detecção de fatores precipitantes ou agravantes: infecção respiratória viral, exposição a alérgenos ambientais ou ocupacionais (fungos,ácaros), exposição a irritantes (fumo, poluição do ar), drogas (aspirina, beta-bloqueadores), alterações climáticas ao frio, alterações emocionais (riso, ansiedade), exercícios. Os sintomas costumam melhorar espontaneamente ou pelo uso de medicamentos específicos como broncodilatadores e antiinflamatórios hormonais. Durante o período intercrise o paciente geralmente permanece assintomático.
Os pacientes asmáticos geralmente tem história familiar de asma ou de outra doença atópica.
O exame físico geralmente é normal nos pacientes fora da crise.

TRATAMENTO

▪ Antiinflamatórios: Os corticóides inalatórios são, atualmente, a melhor conduta para combater a inflamação, Só não são usados pelos pacientes com asma leve intermitente. Tais medicamentos são utilizados com o intuito de prevenir as exacerbações da doença ou, pelo menos, minimizá-las e aumentar o tempo livre da doença entre uma crise. Tanto os broncodilatadores quanto os antiinflamatórios podem ser usados de várias formas: por nebulização, nebulímetro ("spray" ou "bombinha"), inaladores de pó seco (através de turbohaler, rotahaler, diskhaler ou cápsulas para inalação) – são diferentes (e práticos) dispositivos para inalação, comprimido, xarope

AVALIAÇÃO FISIOTERÁPÊUTICA

Consiste em:
▪ Anamnese;
▪ Ausculta Pulmonar;
▪ Inspeção ( Torax, Abdômen e Coluna);
▪ Tipo respiratório e freqüência respiratória;
▪ Força muscular respiratória
▪ ADM de caixa torácica, coluna e cintura escapular;
▪ Cirtometria de tórax;
▪ Medida do Pef ou Peak Flow

OBJETIVOS DA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA NA ASMA

▪ Conscientização do padrão de respiração diafragmática;
▪ Uso adequado da musculatura respiratória;
▪ Controle e espaçamento das crises;
▪ Reequilíbrio tórax- abdomên;
▪ Correção postural;
▪ Correção e prevenção de deformidades;
▪ Apoio a técnicas de desinsulflação e desobstrução pulmonar;
▪ Readaptação ao esforço.

PRINCIPAIS TÉCNICAS

▪ Alongamento e relaxamento muscular respiratório – ênfase nas musculatura acessória
▪ Correção postural
▪ Cinesioterapia associada a exercícios respiratórios e treino de AVDs

MEDIDAS PARA O CONTROLE DA ASMA

De acordo com a GINA ( Global initiative for Asthma – Organização mundial de saúde dirigida ao diagnóstico e tratamento da asma), as medidas que são mais destacadas são aquelas que objetivam reduzir a exposição a poeira e ácaros, principalmente no dormitório do paciente.
DORMITÓRIO DEMAIS LOCAIS DA RESIDÊNCIA
Encapar colchões e travesseiros. As capas devem ter poros suficientemente pequenos que não permitam a passagem dos ácaros e seus alérgenos, mas permitam a ventilação. Devem ser retiradas para lavagem a cada 2 ou 3 semanas. Aspirar os carpetes e estofados freqüentemente. Os estofados ideais são de material sintético ou couro, para limpeza com pano umedecido.
Lavar semanalmente roupas de cama a temperaturas >55ºC. Os cobertores e acolchoados devem ser lavados com freqüência e expostos ao sol. Retirar cortinas pesadas.
Manter as superfícies livres de objetos que acumulem poeiras (livros, revistas, brinquedos de pelúcia e etc.), que devem ser guardados em armários fechados. Remoção de animais domésticos e quando não possível reduzir o número de animais; mantê-los fora da residência, especialmente do dormitório do asmático.
As cortinas devem ser de tecidos leves, passives de lavagens freqüentes. Como alternativa, a utilização de persianas para a vedação de janelas. Em relação ao controle dos alérgenos de barata, deve-se acondicionar bem os alimentos e manter as lixeiras tampadas. Os ralos devem ser tampados. Iscas devem ser usadas em postos estratégicos da cozinha e área externa da casa.
Retirar carpetes e tapetes e substituí-los por assoalhos de madeira, pisos de cerâmica ou vinílicos. Os carpetes e tapetes são impossíveis reservatórios de ácaros. Quando não for possível de imediato, aspirar os carpetes freqüentemente, de preferência com o asmático fora do ambiente. Em relação aos alérgenos de fungos, deve-se provocar uma redução na umidade relativa dos domicílios, através de boa ventilação ou do uso de desumidificadores de ar. Manter lâmpadas acesas em armários ou “closets”. Evitar coleções de água e plantas nas casas. Ventilar áreas com chuveiros, cozinhas e áreas de secagem de roupas.

REFERÊNCIAS BICLIOGRÁFICAS

- Asma- liberdade para respirar. José Miguel chatkin e Sérgio menna Barreto,1996
- doenças pulmoranes, tarantino 5º ed.2002
-http://www.pneumoatual.com.br/downloads/35-p.pdf
▪http://dtr2004.saude.gov.br/dab/caadab/documentos/segunda%20mostra/tratamento_fisioterapico_asma_pmca_meiry.pdf
- http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/777.pdf
Autor: Monique Coviello


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