POR UMA DOCÊNCIA FASCINANTE



Por uma docência fascinante, é um artigo fundamentado qualitativamente, que tem por objetivo maior, instigar os leitores a ver na profissão docente aquele ‘algo a mais’ para aquém da obrigação de ensinar e/ou ter uma profissão.Com base nas mudanças advindas dos avanços técnico-científicos do presente século XXI, não basta que as instituições escolares disponham de um quadro docente metódico e/ou bem fundamentado teoricamente.É preciso que seus docentes estejam aptos a conhecer o psicológico dos seus alunos, que eles tenham uma sensibilidade aguçada e que eduquem também pela emoção não só pela razão. Para o docente deste tempo, não basta apenas ser bom, é preciso que ele consiga fascinar seus discentes de modo a se tornar inesquecível na vida deles.


Falar sobre educação, com certeza, é sempre algo que fascina e instiga. Mas, tentar desenvolver uma fórmula para aulas fascinantes, se torna um pouco mais complicado.

Mediados pelas inúmeras transformações do atual momento histórico que estamos vivenciando, somos cada vez mais instigados a promover a ousadia e a flexibilidade. Porém, sabe-se que para se chegar neste momento, que hoje vivenciamos, foi preciso milhões de anos de muito estudo, novas metodologias aplicadas à mão de obra e, avanços tecnológicos.

Mediante ao fato, acredita-se que o ser humano, vislumbrou e adentrou de corpo e alma nessa evolução, o que fez com que ele se tornasse mais rude e incorporasse em sua personalidade um alto grau de incompatibilidade entre o Ter e o Ser.

Sendo assim, entra aí o papel fundamental do profissional em educação. Passa a ser tarefa de fundamental importância do docente, o resgate e o aprimoramento dos princípios éticos, espirituais e psicológicos do seu corpo discente.

Sabe-se que adentrar em uma sala de aula munidos de uma boa bagagem metodológica e de conhecimentos pré-elaborados e adquiridos, é hoje, uma tarefa não muito difícil, pois tanta tecnologia, veio favorecer a suplência da carência de informações que se vivia no passado. No entanto, o ser humano está atualmente vivendo momentos de intensos conflitos de equilíbrio psicológico.

Quase tão numerosos os casos, em que se houve falar, de stress, depressão e conflitos pessoais quantos os índices de avanços da tecnologia e ciência.

A sociedade humana indaga saídas para a problemática. E, vê-se na figura do professor, a saída para o problema, tornando-se um elemento indispensável na reconstrução da integridade ética moral e psicológica em prol de uma sociedade melhor e mais saudável.


CONTRIBUIÇÕES EM PROL DE UMA DOCENCIA FASCINANTE

Estamos vivenciando uma era de muitas transformações, indagações e adaptações. O século XXI, evidencia a exigência de profissionais com um maior grau de competências e predispostos a maiores habilidades. Que sejam, ativos e voltados à modernidade, à competitividade e que acompanhem o evento da Globalização e das NTICs .

Na Instituição Educacional, não se faz diferente o caso. Buscam-se profissionais em educação, que sejam capazes de por em prática, de uma maneira bastante criativa e dinâmica, a legislação vigente para uma educação de maior qualidade, disposta na Lei nº 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases para a educação brasileira – LDB, e nas propostas dos PCNs.

As escolas e seus docentes, assistem o viés das transformações da esfera social, mediados pela necessidade de um posicionamento mais profissionalista, fundamentado em um maior comprometimento, maior domínio dos conteúdos das disciplinas e, uma maior autonomia e tempo, para que o seu trabalho possa abranger com maior eficiência e eficácia a realidade dos seus discentes.

O docente deste novo tempo, deverá ter como meta durante sua estada nesta área profissional, a capacidade de gerenciar suas práticas pedagógicas, voltadas ao desenvolvimento do Ser, no ser humano.

A docência, até então, preocupou-se, basicamente, em ensinar sobre o universo físico e deixou a desejar, no que se refere à formação interior e subjetiva dos seus discentes.

Mediante ao fato, me coloco em concordância com Cury (2003, p.57), quando diz que os bons professores são apenas eloqüentes e que os professores fascinantes, devem conhecer o funcionamento da mente, pois tal hábito, contribui para desenvolver em seus alunos a capacidade de gerenciar os pensamentos, de administrar as suas emoções e ser líder de si mesmo, de trabalhar suas perdas e frustrações e ainda, superar conflitos.

De praxe, os professores chegam à sala de aula, munidos por uma vasta bagagem de teorias e conceitos formados e, outros pré-formados, que adquirem durante os longos anos da sua estada nas cadeiras acadêmicas das Instituições de Ensino Superior e, após a tão sonhada formatura, passam a se sentirem aptos (a) a guiarem uma atuação docente de qualidade. Porém, ao chegarem frente ao corpo discente, muitas vezes, se frustram de cara. Isso, geralmente ocorre, devido à adoção, durante a caminhada da vida acadêmica, de uma postura muito ingênua e carente de um melhor e maior embasamento crítico-teórico, voltado a uma formação menos metódica e mais sensitiva, o que colaboraria para aguçar a auto-estima, a paz interior e a socialização.

Cury (2003, p.64), nos coloca que os bons professores possuem metodologias, mas que os professores que fascinam, são aqueles que por ter maior sensibilidade, passam a contribuir com mais eficácia para o desenvolvimento do corpo discente, nos seguintes fatores: - auto-estima; estabilidade; tranqüilidade; capacidade de contemplação do belo, de perdoar; de fazer amigos e de socializar.

Isso significa, que o professor necessita pautar em sua atuação docente profissional, os valores e demais conhecimentos que o permita uma visão mais abrangente do meio sócio-cultural, familiar e histórico-geográfico de cada um dos seus discentes, pois, cada ser humano que chega a sala de aula, já vem munido de conhecimentos e valores pessoais.

Recai na figura do profissional docente, o papel de encantar, de seduzir, de fascinar em sua jornada e a exigência de que este seja um sujeito ativo, criativo, que possua a capacidade de superar os preconceitos e as dificuldades da profissão. E, que esteja apto a discutir com firmeza e profundidade merecida, a função do professor na atuação docente, sempre voltado à democratização do conhecimento adquirido e por adquirir em defesa da coletividade no partilhar as informações e, buscando sempre agir com maior segurança e repúdio frente aos interesses particulares e vantagens individualistas.

O embasamento tecnológico e científico, é de fato, o alicerce que garante a qualidade do ensino. Mas, de que adianta um alicerce firme e forte, se quando a obra começa a subir não forem amarradas as vigas?

Parece bobagem, mas se compararmos esta situação com a questão da formação do ser humano sem um embasamento psíquico-valorativo, estaria negligenciando a real e talvez única barra de ferro que teríamos nas mãos para as amarras que dariam suporte firme à obra da formação de seres humanos para uma vida social mais equilibrada e feliz.


Penso que o indivíduo que optar pela profissão docente, deverá fazê-la com intuito de fascínio. Isso requer que este profissional possua a capacidade de liderança munida de competências e habilidades. E, que possua igualmente a capacidade de domínio de visão, ou seja, este, deverá pensar grande e instigar seu alunado a ir sempre aquém das expectativas.

Deverá este profissional, ter um bom conhecimento da realidade e que esteja consciente e que perceba o mundo real como de fato é, sem ilusões.

É preciso que este profissional possua muita capacidade psicológica e ética, que ele seja um mediador entre a metodologia e a formação de valores necessários à boa integridade do ser humano. Que este promova a capacidade de o aluno refletir sobre seus atos mediados pela terceira Lei de Newton, a Lei da ação e Reação, ou seja, como nos diz o dito popular, “cada um irá colher aquilo que plantar”.

E, que tenha sempre a coragem para resolver os conflitos e para fazer com que as coisas aconteçam de fato, por meio de práticas pedagógicas mais dinâmicas, com a finalidade de envolver o seu corpo discente e se tornar para eles, um dia, inesquecível. Assim, o docente deste tempo de Globalização, de NTICs, de LDB e PCNs, enfim, não pode se contentar em ser um mero bom professor. Ele deverá superar seus limites e ir além. Ele deverá ter dinamismo e fascinar em suas aulas, só então, estará promovendo em seu alunado, uma educação em prol da preparação para a vida!

REFERÊNCIA
CURY, A. J. Pais brilhantes, professores fascinantes. – Rio de Janeiro: Sextante, 2003.
Autor: Gladenice T. da Silva


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