ENTENDENDO OS SISTEMAS: ESQUELÉTICO, ARTICULAR E MUSCULAR



Andar, correr, se arrastar, saltar, nadar, voar, são ações conferidas á espécie animal. Sendo assim, o magnífico mundo dos movimentos nos impõe que conheçamos melhor o aparelho locomotor. Este contexto revela um estudo que diz dos músculos, dos ossos, e das articulações do esqueleto, o chamado Sistema Músculo-Esquelético. Todavia, não se poderia deixar de mencionar aqui, a coordenação existente entre os sistemas muscular e o sistema nervoso, que capta as sensações do mundo exterior e então, ordena os movimentos que serão realizados precisamente por um grupo de músculos, ossos e articulações.

Segundo Tomita (1995, p.1), o corpo humano possui dois sistemas que são responsáveis pelos movimentos, sendo eles: o sistema esquelético que dá sustentação e o sistema muscular que permite os movimentos. Um depende do outro. E, a função de suporte e sustentação é executada por mais de 200 diferentes tipos de ossos que compõe o esqueleto. Já o movimento é característico do sistema muscular formado por 650 músculos.

“[...] –Você quebrou a quinta vértebra cervical e comprimiu a medula.
-Medula?
Medula é um negócio que liga o cérebro aos músculos por estímulos nervosos: enfim, o cabo que liga o telefone de uma casa à central telefônica. O que aconteceu foi que caiu o poste no meio da rua e todos os telefones de um bairro ficaram sem funcionar, apesar da central telefônica estar inteirinha.” (PAIVA, 1988, p.20)


Eis que, a história de Marcelo Rubens Paiva nos coloca diante de uma realidade que diz da importância de cada osso que compõe um corpo da espécie animal e, neste caso o do ser humano. A história parece caótica, mas nos faz perceber o verdadeiro valor de cada peça óssea, para que o ser humano e/ou qualquer outro mamífero possa ficar em porte ereto. Marcelo, fraturou apenas uma vértebra da sua coluna, após ter dado um mergulho e batido com a cabeça em uma pedra no fundo de um rio, o suficiente para danificar a quinta vértebra e ficar condenado a viver o resto de sua vida em uma cadeira de rodas.

Minuciosos estudos sobre o Sistema Músculo-Esquelético revelam que os mamíferos e entre eles o homem, possuem um esqueleto interno formado por ossos e, que suporta todos os demais órgãos. Já os caranguejos, insetos e outros pequenos animais possuem um esqueleto exterior que lhes dá um aspecto de couraça. Ainda, presenciamos na natureza e em registros científicos que muitos animais não possuem esqueleto, como por exemplo, os vermes e os caracóis, porém, estes realizam movimentos e carecem de extremidades que lhes permitam deslocar-se e/ou defender-se de forma eficaz, além de que, lhes é restrito a ultrapassagem de certas dimensões por faltar-lhes a estrutura ou o esqueleto que dá suporte aos músculos e órgãos de determinado tamanho.

Conforme explica Tomita (1995, p.2), o esqueleto humano é uma delicada estrutura de ossos e cartilagens, com a importante função de proporcionar aos músculos alavancas para os movimentos do corpo, bem como apoio aos tecidos subjacentes. Além disso, os ossos protegem órgãos do cérebro, a caixa torácica, a pélvis, envolve a medula que forma determinadas células sangüíneas. Ainda os ossos servem como depósito de íons, cálcio e fosfatos que o organismo pode dispor.

Quanto às articulações, Tomita (1995, p.3), nos coloca que, são conexões existentes no esqueleto, entre os componentes rígidos, ossos ou cartilagens. Apresentam-se com estruturas e disposições variadas, de acordo com as funções e se classificam em três tipos sendo: - as fibrosas, que estão unidas por um tecido fibroso e efetuam pouco ou nenhum movimento, como por exemplo, as saturas do osso do crânio; - as cartilaginosas, que estão unidas por fibrocartilagens, realizam movimentos limitados e para as quais pode-se exemplificar com as articulações do pulso, com a pélvis e com os corpos vertebrais; - e as sinoviais, que poder realizar amplos movimentos. Nestas articulações, as superfícies ósseas são cobertas por cartilagens e unidas por uma cápsula articular e por ligamentos. A sua superfície interna se encontra forrada pelo tecido conetivo que se chama membrana sinovial. Um exemplo claro deste tipo de articulações, é o joelho e/ou o quadril.

Mediante várias leituras realizadas em prol deste contexto, entende-se que os ossos de nosso corpo unem-se entre si por meio de articulações e, se viermos a apalparmos um de nossos dedos da mão, por exemplo, iremos perceber que eles são formados por três ossos que denominamos falanges, as quais, possuem extremidades que se denominam epífises, que por sua vez são pouco mais grossas e arredondadas para então, formar a articulação.

Ao observarmos cuidadosamente os Atlas de Anatomia, quanto às articulações, observaremos que se retirássemos a pele que cobre uma articulação, enxergaríamos as epífises e estas estariam unidas por ligamentos que unem os ossos como se eles fossem cordas flexíveis, evitando assim, a desarticulação. Logo, se retirados os ligamentos, para uma visualização mais próxima da articulação, percebe-se que existe uma espécie de capa rodeando os dois extremos do osso, é a chamada cápsula sinovial, que por sua vez, fecha completamente a articulação e mantém dentro dela um líquido viscoso denominado líquido sinovial. Visualizamos também, as cartilagens articulares, que são como se fossem pequeninas almofadas que protegem os lugares de contato entre os dois ossos. Para uma proteção ainda maior, se acrescentam nestas cartilagens dois anéis para o reforço, aos quais os Atlas denominam de meniscos.
Se visualizarmos radiografias de joelhos normais, por exemplo, não iremos enxergar a cartilagem articular e, aquele ‘buraco vazio’ que aparece, é a articulação.

Mediante leitura em Tomita (1995, p.10-15) quanto aos músculos, entendeu-se que a característica mais específica do reino animal é a do movimento. Por este ser realizado graças às fibras musculares, cuja energia é regida pelo sistema nervoso. Segundo ela, os extremos de um músculo se fixam no tecido conectivo que pode ser um tendão, um ligamento uma aponeurose ou ainda uma fascia no osso, na cartilagem, e em um órgão da pele. Assim, um músculo se contrai e puxa o osso a que seu tendão se pretende e age sobre os ossos atuando aos pares.

Outras leituras diversas realizadas em vários registros bibliográficos, visando um maior aprofundamento deste conteúdo tão complexo, me permitiram o entendimento de que, os músculos são formados por células, assim como os demais tecidos do organismo. Que as células musculares se chamam fibras musculares por causa da sua forma alongada e que um feixe dessas células ou fibras musculares formam um músculo. E, que os músculos por sua vez, estão muito bem distribuídos por todos os órgãos do nosso corpo, que movem os ossos, formam o coração e o útero, que fecham ou abrem a boca, que fazem piscar o olho, que movimentam os demais orifícios, que se fazem presentes nas paredes do estômago, dos intestinos e nas paredes dos vasos sangüíneos.

Assim sendo, este estudo permite a conclusão de que é graças ao esqueleto que encontramos na vida animal as mais variadas formas, podendo sobretudo, desenvolverem prolongações ou extremidades articuladas, de grandiosa utilidade, a fim de movimentarem-se rapidamente e eficazmente. Além disso, se o esqueleto é interno, melhora a relação deste ser com o meio exterior. Que as articulações permitem maior ou menor mobilidade aos ossos que unem e algumas, são completamente fixas como as do crânio, outras podendo ser móveis como as do joelho. Que o tecido muscular pode ser liso, estriado esquelético ou estriado cardíaco e, que a contração muscular voluntária é controlada pelo sistema nervoso, pois, cada célula muscular está conectada com um nervo e se o nervo envia um sinal, a fibra se contrai e depois se relaxa e ainda, se este nervo envia dois sinais seguidos, a fibra muscular mantém-se contraída, sem relaxar-se até que produza fadiga.

REFERÊNCIAS

PAIVA, M. R. Feliz ano velho. 69ª edição. São Paulo: Brasiliense, 1988. (Col. Cantadas Literárias)

TOMITA, R. Y. Atlas visual do corpo humano. São Paulo: Rideel, 1995.
Autor: Gladenice T. da Silva


Artigos Relacionados


Sistema Articular Humano, E Suas Situações De Importância Clínica

MÚsculos: ComposiÇÕes E FunÇÕes

Cartilagem E Articulação

A RelaÇÃo Dos MÚsculos Com Os Sentimentos

Lesões Por Sobrecarga

Quais Os Principais Beneficios Do Colageno Hidrolisado?

A ImportÂncia Dos ExercÍcios De Alongamento No Aumento Da Flexibilidade Muscular E Por ConsequÊncia Melhor Qualidade De Vida