UMA LINDA CONVERSÃO



UMA LINDA CONVERSÃO

Trabalhei nos sertões do Rio Grande do Norte com um pastor muito abençoado da Igreja Congregacional.

Certa vez fomos evangelizar em uma cidadezinha onde não havia sequer uma congregação. Havia apenas uma irmã em Cristo na cidade e esta ficava calada com medo de alguma rebordosa por parte dos católicos fanáticos daquela localidade.

Viajávamos com uma kombi nova com dois bons alto falantes e um disco de Luiz de Carvalho, "Obra Santa".

Chegando em um local, colocávamos a música para tocar e, em seguida, quando juntava um grupo de pessoas, começávamos a pregar. Alias, ele começava a pregar, porque eu estava somente auxiliando seu trabalho abençoado.

Naquele lugar o padre era meio esquentado. Ele parou a missa e mandou que um grupo viesse nos botar prá correr. Por uma providência de Deus eu estava com a blusa do colégio, do segundo ano científico. A blusa era de cáqui e tinha duas dragonas com uma estrela, para dizer que era curso científico, e duas fitas para dizer que era o segundo ano.

Como o povo não sabia que uniforme era aquele, apesar de minha pouca idade, (18 anos), pensaram que eu era alguma patente da polícia. Mesmo assim eles se aproximaram com pedras nas mãos e o sacristão vinha com um enorme crucifixo, maior do que ele e ficou com aquilo na frente da multidão, apontando-o para nós. Éramos somente nos dois: o Rev. Pedro e eu.

Naquele momento o pastor começou a falar umas palavras que fizeram meu sangue gelar. Pensei com meus botões: é desta vez que vamos levar uma surra. Eis o que ele falava:

- Vocês podem conhecer a cruz de Cristo, mas não conhecem o Cristo da cruz. Vocês conhecem o Natal de Cristo, mas não conhecem o Cristo do Natal. Vocês conhecem a Paixão de Cristo, mas não conhecem o Cristo da Paixão. Vocês confessam a Cristo com os lábios, mas o coração de vocês está afastado dele. Vocês não sentem no coração a alegria da salvação. Vocês não tem a convicção, a certeza de que vão morar no céu.

A pregação continuou neste nível. Fiquei realmente preocupado. Qual seria a reação daqueles fanáticos?

Para surpresa de todos (inclusive minha), o sacristão entregou o crucifixo para outra pessoa, dirigiu-se para a calçada alta em que estávamos e disse:

- Eu quero entregar meu coração a Cristo. Eu quero ser crente.

Se você acha que isto foi algo fácil, quero informar-lhe que isto aconteceu no ano de 1960. Neste tempo Frei Damião derrubava e queimava igrejas e mandava o povo apedrejar os crentes.

Daquele dia em diante uma igreja começou a surgir naquela pequena cidade e hoje muitas existem louvando a Deus e proclamando seu bendito Evangelho.
Autor: Paulo de Aragão Lins


Artigos Relacionados


O Cristo Crucificado

Biologia Da EmoÇÃo

Rol Da Fama

Aos Proletários

Jesus Cristo.

Hoje é O Dia Do Senhor – Salmo 2.7

A Campanha Militar