UM NOIVADO INTERROMPIDO



UM NOIVADO INTERROMPIDO

Fui convidado para ser um dos preletores em um congresso de mocidade na cidade de Arcoverde, sertão de Pernambuco. Junto comigo foram meus dois filhos mais velhos, Héber e André. O André, apesar de mais novo do que o Héber já era pastor e o Héber estava se preparando para o mesmo mister.

Héber estava livre e desimpedido. André estava noivo de uma moça muito boa, membro nominal de uma igreja evangélica. Sua principal atividade era o karatê. Toda a família estava muito preocupada com ele, principalmente pelo fato de ele ser pastor. Orávamos sempre sobre o assunto, sabendo que o Senhor daria uma solução - ou a moça passar por uma gloriosa e genuína transformação ou então o noivado se desfazer. Ela nem quis ir ao congresso, pelo contrário, pegou uma bruta discussão com ele, porque também não queria que ele fosse. Acontece que o André foi convidado para cantar e vender seus discos lá.

No primeiro dia que preguei, confesso que foi uma das mais ungidas mensagens que já preguei em minha vida. Que coisa tremenda! Os jovens glorificavam, choravam, ficavam de pé e batiam palmas. Foi maravilhoso!

Algumas moças do congresso olhavam para meus filhos com aquele interesse normal da mocidade, mas olhavam a mão direita de André e ali viam uma aliança, o que desencorajava a muitas.

Uma delas, (como dizemos no Nordeste) botou o cavalo atrás do Héber e terminou em namoro. Não terminou em casamento porque o namoro acabou dois meses depois do congresso.

Enquanto isto o André, é claro, como ministro e crente e noivo, mantinha uma sábia distância de todas.

No segundo dia do congresso houve uma mímica na praça e uma moça magrinha fazia o papel principal. Não era das mais bonitas do congresso. Era meio esquisita, mas parecia bem interessada na obra do Senhor.

Mais tarde, no momento da reunião no estádio, um grupo de moças e rapazes foi à frente cantar um hino dramatizado, muito bonito. A magrela estava no meio deles.

De repente, Deus me fez uma surpresa. Quando dizemos que Deus fala conosco tem muita gente, até mesmo membros de igrejas evangélicas, que não acredita que isto seja possível hoje. Mas a realidade é que isto é possível e acontece. E naquele dia aconteceu comigo. Deus me falou claramente:

- Estás vendo aquela mocinha magra lá na frente? Ela é tua futura nora.

Pensei no Héber, mas o Senhor corrigiu meu pensamento:

- Não, meu filho, ela é a futura esposa do teu filho André.

Fiquei espantado. Chamei André que estava em outra fila e, quando ele se sentou junto comigo, disse-lhe:

- Meu filho, o Senhor me revelou que tua futura esposa não é a Ninha. Ela está aqui, neste congresso.

- Puxa, papai, também recebi a mesma revelação.

Para confirmar de verdade a coisa toda, virei-me para o grande auditório e disse para André:

- Então se o Senhor te revelou, mostre-me onde ela está.

- Não, pai, ela não está no auditório. Ela está cantando lá na frente. É aquela magrinha, de vestido branco.

Mesmo depois da revelação, por uma questão de ética, o André não se aproximou da moça, não lhe deu atenção e nem falou nada para ninguém.

Quando o congresso terminou, Glauca (que era o nome dela) foi para João Pessoa, sua cidade de origem. Por providência de Deus ela também havia recebido a mesma revelação, mas ficou com dúvidas porque o André era pastor e estava noivo. Não falou nada para ninguém também. Visitando uma tia, uma irmã cheia de dons, ao fazerem uma oração antes do jantar, sua tia foi usada por Deus e disse:

- Diz o Senhor para ti: Aquele que será teu esposo eu o mostrei para ti no congresso.
Glauca ficou estupefata e feliz. Já estava sentindo um amor todo especial pelo André.

Mais tarde foi à igreja. Chegando ali foi abordada pelo pastor, um homem cheio da graça. Ele disse:

- Parabéns, minha filha, teu futuro esposo estava no congresso. O Senhor me revelou e também revelou a ti, não é verdade?

É, pastor, mas eu estou com medo, porque ele está noivo.

Não tem problema. Deus não é menino. O noivado dele não é de Deus. Espera no Senhor.

Quando André chegou ao Recife, foi procurar a noiva. Ela o recebeu com a cara muito feia e foi logo dizendo:

- Olhe, André, este casamento não vai dar certo. Tome sua aliança e não me procure mais.

Na semana seguinte no curso das providências de Deus a Glauca veio cantar com seu grupo exatamente na igreja de André, no Recife. Esta programação já estava agendada há muito tempo. Foi exatamente em nossa casa que eles todos ficaram hospedados para se prepararem para a apresentação da noite. A Glauca viu André sem aliança, mas nada perguntou.

No dia seguinte um missionário convidou-nos para ir a Bezerros para um trabalho especial. Sem saber de nada, convidou o grupo para ir junto. Eles todos tinham compromissos em João Pessoa e não puderam aceitar. A única que não tinha compromisso era a Glauca. O pastor Roberto convidou-a para ir conosco.

Era o dia 5 de janeiro de 1995. No dia seguinte, dia do meu 53º aniversário, André e Glauca começaram a namorar.

E é assim que hoje eles estão casados, felizes, muito ativos na obra do Senhor e já me deram duas netinhas que são duas maravilhas de Deus - a Brenda e a Bianca.
Autor: Paulo de Aragão Lins


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