QUEM ERAM OS NETINEUS?



QUEM ERAM OS NETINEUS?

Existem algumas passagens bíblicas que se referem a um grupo especial chamado “Netineus” na RC e “guardas do templo” na RA.

No hebraico, a palavra “Nethinin” parece indicar uma tradução como “aquele que dá” ou “aquele que serve”.

Muito pouco é falado a respeito da história dos Netineus na Bíblia. Números 31:30, 47 afirma que, ao final da campanha contra os midianitas, Moisés tomou, dentre os vencidos, um homem de cada cinqüenta e entregou-os aos levitas para o serviço mais humilde do tabernáculo.

Josué 9:27 relata que os gibeonitas foram punidos de seu engodo feito contra os filhos de Israel (v. todo o cap. 9), tornando-os “rachadores de lenha e tiradores de água para a congregação e PARA O ALTAR DO SENHOR”.

Mais tarde encontramos Ezequiel zangado pelo fato de pagãos estarem no santuário de Deus (Ez. 44:7). Estava, por acaso, referindo-se aos Netineus?

Será que os Netineus tiveram permissão de permanecer incircuncisos? Provavelmente muitos deles, apesar de servirem a Jeová, poderiam ter permanecido privadamente adorando aos seus deuses pagãos. Outros, porém, devem ter se tornado prosélitos e terem servido de todo o coração ao Senhor.

É nos livros de Esdras, Neemias e Crônicas que este tipo de servos do templo ganham proeminência.

Em Esdras 2 encontramos a ordem hierárquica dos servidores do santuário:

1. Sacerdotes. (v. 36).
2. Levitas. (v. 40).
3. Cantores. (v. 41).
4. Netineus. (v. 43).

Os filhos dos servos de Salomão, que tanto na lista de Esdras 2, como na lista de Neemias 7, seguem-se imediatamente aos Netineus (Esdras 2:58 e Neemias 7:57), parece que eram serviçais ainda abaixo dos Netineus, embora suas funções fossem substancialmente as mesmas.

Eles eram mais ou menos numerosos. Havia 392 em meio aos primeiros do exílio que voltaram para Jerusalém e 220 entre os que voltaram oitenta anos depois. (Veja Esdras 2:58 e 8:20).

Os 392 vieram com Zorobabel, em 538 a.C. Quando Esdras iniciou sua tremenda jornada da Pérsia para Jerusalém, ele descobriu que entre seus companheiros de viagem NÃO HAVIA SEQUER UM LEVITA para ministrar na casa de Deus.

Ele mandou, então, 9 chefes e 2 sábios até uma cidade próxima, Casífia, para falar com o prefeito local, a fim de conseguir ministros para o altar. A muito custo conseguiram 38 levitas. No entanto, tiveram êxito ao conseguirem 220 Netineus.

Estavam junto ao rio Aava. Ali Esdras apregoou um jejum e orou, pedindo a direção e a proteção de Deus para o caminho. (Esdras 8:15-21).

Trinta anos depois deste insólito acontecimento, vamos encontrar os Netineus bem estabelecidos, cumprindo seus deveres e, ao que tudo indica, estavam levando uma boa vida. Vejamos:

“Os Netineus habitavam em Ofel, até defronte da porta das águas, para o oriente, e até à torre alta.” (Ne 3:26). No versículo 31 do mesmo capítulo encontramos uma referência bem significativa à “CASA DOS NETINEUS”.

Se os deveres dos Netineus eram os mesmos dos gibeonitas, que rachavam lenha e carregavam água, entende-se porque ficaram ao mesmo tempo perto do templo e “defronte DA PORTA DAS ÁGUAS”.

De acordo com Esdras 2:70, alguns Netineus moravam em outras cidades junto com os sacerdotes e levitas, os cantores e os porteiros, cidades essas especificamente pertencentes aos ministros do santuário.

De acordo com o decreto de Artaxerxes, que encontramos em Esdras 7:24, os Netineus foram liberados, ao lado dos outros servos do templo de mais alta classe, de qualquer imposto ou tributo. Para o rei pagão, todos eram ministros, em igualdade de condições.

Com o passar dos tempos, os Netineus foram se incorporando tanto ao trabalho ministerial, que terminaram confundindo-se com os outros que laboravam no santuário de Deus, tendo os mesmos privilégios e olhados com a mesma consideração e respeito dos outros, segundo referências encontradas nos escritos rabínicos.
Autor: Paulo de Aragão Lins


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