O DIA MAIS PRECIOSO
“Este é o dia que fez o Senhor: regozijemo-nos e alegremo-nos nele”. (Salmos 118.24)
As pessoas gostam muito de falar do passado, das coisas que já se foram.
Gostam muito, também, de planejar o futuro. Povoam seu universo com miríades de sonhos e aspirações.
No entanto, esquecem algo precioso, deslumbrante e magnífico: o dia de hoje.
Que maravilha tremenda é o dia de hoje!
Que bom aproveitar cada momento! Procurar transformar cada incidente diário em uma festa, em um motivo de regozijo, em um momento de louvar ao Deus da criação.
Muitas vezes estudando a Bíblia, paro um pouquinho para observar alguma coisa que me encanta.
Por exemplo, acima de minha mesa de estudos existe uma aranha que insiste em vencer a paciência de Dª Severina, nossa ajudante em casa.
Todos os dias Dª Severina destrói sua teia, mas a teimosa aranha a reconstrói completamente e fica ali faceira, balançando-se em sua rede aérea.
Às vezes penso que a coitada já está neurótica. A aranha, não Dª Severina.
Um destes dias agastou-se tanto, que destruiu sua própria teia.
A luz do banheiro estava acesa. Descobri que uma abelha uruçu estava sendo atraída por ela e estava prestes a queimar suas patinhas e asas, ou talvez o corpo inteiro.
Apaguei rapidamente a luz e fi-la voar para longe, para a segurança do coqueiro que Luci plantou, e que já está dando seus primeiros coquinhos.
Ou do mamoeiro que Samuel cultiva com muito zelo.
Quando vou à cidade, fico observando a expressão das pessoas nas muitas paradas de Ônibus da Avenida Caxangá.
São expressões alegres, tristes, sofredoras, sonhadoras, ávidas, otimistas, marotas, distantes, conflitantes, zangadas, ansiosas…
Observo a arborização da avenida, as diferentes árvores e arbustos, os matizes das folhas, os diferentes carros e as pessoas que vão dentro deles…
Tento imaginar o que pensa cada pessoa…
Será que pensam em Deus?
Quantas vão ser salvas?
Procuro lembrar textos bíblicos ou acontecimentos. Fico pensando:
“Em que área da minha vida posso melhorar neste dia que fez o Senhor?”.
Passo por algum conhecido ou desconhecido, velho, jovem, ou criança e, por algum pretexto qualquer, brindo-lhe com um sorriso. Aprendi isto na distante Califórnia.
Quando é possível, procuro puxar conversa, interesso-me pela pessoa, digo que sou crente.
Muitas delas procuram logo se justificar:
- Olhe eu não sou crente, mais admiro muito os crentes!
Outras, para agradar, ou porque é verdade mesmo, dizem:
- Sabe que eu já pensei em ser crente?
E assim o dia vai se desenrolando, cheio de pequeninas, porém gloriosas aventuras.
Beijo um filho, beijo outro, beijo a esposa, brinco com Sabrina, minha filhinha de três anos… Nós dois brincamos com Xuxa, nossa diminuta pequinês, ou com Tico e Teco, nossos gatos sem pedigree, preguiçosos, comilões e reclamadores.
Schalom, minha filha, não pára. É semelhante a uma lançadeira.
Está preparando sua festa de 15 anos. Ela colocou um papelzinho ao lado do seu guarda-roupa, para contar os dias que faltam.
Agora, já faltam poucos.
Recebo cartas, Ás vezes de alguns irmãos em Cristo que moram muito longe, em diversos pontos do Brasil.
Algumas vezes irmãos dos Estado Unidos, de Portugal, da Colômbia e do Equador também escrevem. Até de Trinidad & Tobago chegou uma carta um dia.
Encontrei-me com Marcos um jovem irmão negociante, com Fábio um de seus funcionários e com Abimael, um piloto.
Eles são três preciosos irmãos em Cristo. São muitos interessados nas coisas de Deus. Gostam muito de conversar sobre a Bíblia. Foram duas horas de maravilhosa conversa.
Mais tarde encontrei-me com Alexandre, Galdino e Valdemir.
Eles já estavam me esperando em casa. Valdemir toca violão muito bem. Antes de converter-se era profissional, acompanhando famosos cantores nordestinos. Cantamos juntos alguns maviosos hinos e conversamos sobre assuntos da igreja.
Converso com Samuel, meu filho de doze anos. Ele me pergunta sobre plantas e insetos. Ele gosta muito das coisas relacionadas à natureza. Depois, mostra-me um texto em Isaias que lhe chamou muito a atenção. Finalmente, vai dormir.
Sento-me à escrivaninha e escrevo uns dois capítulos deste livro. Deleito-me com a riqueza fulgurante da Bíblia.
Aqui mesmo curvo a cabeça e agradeço a Deus.
Que dia maravilhoso, Senhor, como é bom viver o dia de hoje!
Autor: Paulo de Aragão Lins
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