O NOVO ENEM E O PAPEL DA ESCOLA NA ATUALIDADE



“ A educação , dever da família e do Estado, inspirado nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” ( LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL – artigo 2º - TÍTULO II – DOS PRINCÍPIOS E FINS DA EDUCAÇÃO NACIONAL - 20 de Dezembro de 1996)



A proposta do novo Exame Nacional do Ensino Médio ( ENEM) coloca para a Escola vários questionamentos e reflexão sobre seu papel e procura redimensionar a dinâmica da sala de aula a partir da cobrança que se dará no processo de referenciais das competências e habilidades cobradas no novo modelo de exame. O grande questionamento do momento é de que forma a Escola ancorada em um modelo de Educação de qualidade irá prepara eficientemente seus alunos para o exame? Tal questionamento serve também para analisarmos e refletirmos sobre o tipo de Escola que está sendo construída na Educação brasileira no momento atual. No momento em que este tipo de exame procura exigir a capacidade de raciocinar vale entendermos que o desenvolvimento do raciocínio se fundamenta em um processo mais trabalhado de conteúdos e idéias que serão desenvolvidas em sala de aula. Não é preparar o aluno para o exame que promoverá eficiência no trabalho docente pois a Escola deve sempre atender as expectativas do aluno em relação ao mundo , aos avanços tecnológicos e ao dilemas que acompanham os jovens no contexto atual.
A escola incentivar a leitura crítica do mundo em que vivemos e acompanhar o ritmo de mudanças da sociedade do conhecimento pois algo está mudando no processo educativo onde o conteúdo excessivo e na maioria das vezes enfadonho e deslocado da realidade do aluno deve dar lugar a experiências viva, discussões eficazes , problematização e preparação adequada aos dilemas da vida moderna. O primeiro passo para isso é compreender a realidade dos jovens, seus dilemas, suas contradições , seus problemas práticos e como eles vêem a vida. O grande desafio do momento é criar uma escola que atenda as expectativas de jovens e adolescentes e esteja afinada com o dia – a – dia da garotada. Para isso é preciso se despojar de muitos egoísmos intelectuais e compreender plenamente a linguagem jovem não procurando banalizar o pensamente e nem cair no reducionismo para fazer com que a educação seja um fator de crescimento, de mudança e de engajamento intelectual na busca da redução de injustiças e dilemas do mundo contemporâneo.
A grande questão que se coloca é o estado da Escola atual , o processo de formação dos educadores e a dinâmica de ação no repasse de idéias, concepções e teorias que são ensinadas e que às vezes não tem referencial com a história de vida dos alunos nem estão adequados ao pensamento moderno e aos conceitos que vão surgindo na dinâmica da história humana. Para o novo ENEM não há necessidade de preparação ou formação desde que a Escola procure verificar seu papel , seu projeto político pedagógico e as diferenças entre o ensino meramente conteudístico do ensino questionador e formador de valores. Talvez a nova proposta do ENEM servirá para mudar o ritmo de aprendizado dos jovens dando – lhes idéias da importância dos educadores na formação de valores éticos , cidadãos e engajados. A escola precisa urgentemente repensar seu papel e fazer com que a sociedade procure reinterpretar o tipo de escola que quer e de que formas a escola cumprirá seu papel de mudança , melhoria e transformação do homem que hoje forma.
A nova proposta de Exame contempla uma nova formação e terá papel decisivo na investigação dos modelos educacionais hoje em vigor para fazer com que a escola cumpra suas finalidades propostas na legislação educacional em vigor hoje procurando sempre dar ao aluno condições de entender o mundo, engajar – se na defesa do ambiente, lutar pela concretização da cidadania e, sobretudo , ser um indivíduo ético, democrático e preocupado com justiça e dignidade para todos.
É fundamental desenvolver um prática educacional que dê aos alunos a oportunidade de entender seu mundo, suas idéias, seu papel social e como o mesmo poderá agir diante dos desafios do mundo moderno em meio a crises econômicas, dilemas da globalização, avanços da comunicação e surgimento de novas temáticas em meio a avalanche de informações que hoje crescem em importância e números e que atingirão frontalmente a Escola e os professores. É preciso repensar neste momento o papel dos professores, o papel dos alunos e o papel dos que administram a Escola desenvolvendo de forma concreta práticas de verificação de conteúdos, de expectativas dos usuários da Escola e , sobretudo , do tipo de aula que hoje temos que não mesmo com tecnologia crescente e extremamente avançada deve mudar na forma de trabalho e na verificação das expectativas do aluno em primeiro lugar e da sociedade de forma geral para o bem da Escola e de todos que participam do processo em questão. O novo ENEM deixa para todos nós uma mensagem e um questionamento: QUE TIPO DE ESCOLA TEMOS E QUE TIPO DE ESCOLA QUEREMOS? Esta é a mensagem passada não só no exame, mas sobretudo nas mudanças que hoje a sociedade vem exigindo da escola, dos professores e dos gestores da educação moderna.

FRANCISCO DJACYR SILVA DE SOUZA – PROFESSOR, MESTRE EM EDUCAÇÃO.
PROFESSOR DA FACULDADE INTEGRADA DO CEARÁ E DA REDE PÚBLICA E PRIVADA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DE FORTALEZA
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Autor: Francisco Djacyr Silva de Souza


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