Demitiram a copeira



Sabe a "Dona Maria", do cafezinho? Foi demitida hoje!
Um profissional não é custo. Então um profissional não deve ser demitido quando se resolve reduzir custos. Se um administrador é incompetente, não é justo que um profissional pague o preço desta incompetência.
Quando a situação econômica familiar fica "apertada", cortam-se gastos desnecessários até que a tudo se normalize. Ninguém decide cortar o almoço porque a situação ficou desfavorável. Um bom chefe de família faz pequena reserva para os momentos de incerteza, afinal nunca se sabe quando alguém vai ficar doente. Necessidades como comida e remédio têm que ser sanadas de imediato.
Assim como na economia familiar, na administração empresarial os cortes devem ser feitos nos custos corretos. Preocupar-se com os palitos de fósforos enquanto o caminhão de lenha está pegando fogo é ingenuidade. Cortar o cafezinho, limitar o uso de papel toalha, demitir a recepcionista ou a copeira são as primeiras atitudes da economia burra. Por um lado, regula-se o que representa pouco investimento/custo e por outro se gasta uma fortuna em projetos mal elaborados, desperdícios no processo produtivo, etc.
"Vassoura nova varre bem", mas mesmo assim um novo funcionário leva um certo tempo até trazer retorno para a empresa. Então você investe tempo e dinheiro para selecionar e preparar um bom profissional e demite-o no primeiro sinal de crise? Sem falar nos investimentos em treinamento. Com esta demissão vão embora o profissional, o investimento e o conhecimento por ele adquirido.
Fazer economia durante a crise é nadar contra a correnteza, pois se todos estão em crise este é o momento para você investir em marketing, criar novas soluções e crescer no mercado. Aliás, as grandes idéias que você teve foram nos momentos de pressão, ou numa sexta-feira após às 15 horas, enquanto esperava ansiosamente o final do expediente?
O clima organizacional, de uma empresa onde cortes estão acontecendo, é o pior possível. A sensação de incerteza na permanência no emprego abala a todos. Acreditar que se pode ser demitido hoje e que pode acontecer no início ou final do expediente faz o desempenho cair muito. Este clima transcende os limites da empresa e acaba sendo sentido por clientes, fornecedores e parceiros, o que é bem pior.
Lembre-se: o erro é individual, do funcionário desmotivado, mas o preço quem paga é a empresa, pois é a sua imagem que fica denegrida. Na empresa, como em casa, deve-se economizar nos momentos de prosperidade para não ser prejudicado na crise. O sucesso de hoje não garante o almoço de amanhã.
Autor: .Marco Antonio Murara


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