Problemática Dos Arquivos Brasileiros



Os principais problemas que encontramos nos arquivos brasileiros quase sempre estão relacionados com a não preparação do profissional responsável pela conservação, seleção, classificação e registro de documentos e também com a falta de infra-estrutura para a armazenagem dos mesmos. Outro fator que influência para o crescimento dos problemas dos arquivos é a falta de uma Legislação competente e rígida.

No Brasil, principalmente em se tratando de arquivos públicos, existe a má preparação de profissionais que deveriam ter a responsabilidade no tratamento documental, mas que infelizmente não ocorre, pois os mesmos na sua grande maioria são pessoas designadas a realizar uma função a qual elas não tem o mínimo de conhecimento. Nesses tipos de arquivo, os únicos que deveriam ser responsáveis pela preservação dos documentos, seriam os arquivistas que estudam para isso e não técnicos que em fim de carreira são designados a exercerem esse tipo de trabalho. Além disso, para que a situação dos arquivos possam melhorar no Brasil é necessário que os arquivistas estejam sempre interagindo e mantendo-se atualizados para que ocorra uma padronização de normas capazes de satisfazer as necessidades dos arquivos. A classificação de documentos é outro método que pode ajudar os arquivistas na melhoria dos arquivos, porque uniformemente utilizada por eles, facilitaria o trabalho tanto das instituições públicas ou privadas quanto as pessoas interessadas em ter acesso a documentos. A tabela de temporalidade é outro aspecto positivo que auxilia o arquivista em seu trabalho, já que ela tem como objetivo principal padronizar o tempo estimado para diferentes tipos de documentos e assim, estabelecer critérios minudentes para a disposição de documentos em distintos lugares e locais. Por isso, que o grande desfalque dos arquivos no Brasil é a falta de um profissional competente e eficaz, capaz de saber utilizar diferentes meios para suprir as necessidades dos arquivos.

Outro problema que encontramos nos arquivos Brasileiros é a precariedade de infra-estrutura que é fornecida para o arquivista trabalhar, na grande maioria são meros depósitos de documentos, com iluminação deplorável, muita umidade e móveis que não condizem com o mais apropriado para manter a conservação de documentos. No setor público por exemplo, a falta de infra-estrutura torna o trabalho do arquivista mais complicado, pois além dele ter que selecionar, preparar, organizar e classificar o os documentos ele terá que adaptar seu serviço as condições que lhe são concedidas. Então do que adianta um arquivista realizar todos os processos de seu trabalho se o local onde será armazenado os documentos possui muita umidade e as estantes são de madeira, prejudicando assim a conservação documental.

Outro aspecto proeminente que está sub-reptício nas realidades dos arquivos Brasileiros, é em relação a falta de uma Legislação competente e rígida, capaz de fiscalizar e padronizar os arquivos Brasileiros, para que não aconteça a remoção imprópria de documentos, o descontrole de entrada e saída de documentos, a eliminação de documentos e a contratação de pessoas desqualificadas para exercerem a função de arquivista. Têm que existir uma lei que puna severamente todas as instituições que permitem pessoas não formadas em Arquivologia de exercerem tal função, uma lei que obrigue a implantação de medidas cabíveis para a utilização de uma infra-estrutura favorável a conservação da massa documental.

Portanto, os grandes vilões dos arquivos Brasileiros são a contratação de pessoas despreparadas para o serviço de arquivista, a precariedade da infra-estrutura dos arquivos e a falta de uma legislação que apoiasse os arquivistas em seus serviços. Por isso, cabe aos arquivistas lutarem por seus direitos e buscarem soluções para minimizar a situação dos arquivos Brasileiros, para que assim possam ter condições de trabalho e possam ser valorizados como profissionais indispensáveis para o desenvolvimento do país.

Referências

JAMENSON, Samuel Haig. Administração de arquivos e documentação. Rio de Janeiro: Ed. da Universidade Getúlio Vargas, 1964. 318 p. (Série textos selecionados de administração pública, v. 7)

SCHELLENBERG, T. R. Arquivos modernos: princípios e técnicas. Rio de Janeiro: Ed. da Universidade Getúlio Vargas, 1974. 345 p.


Autor: Vitor Dias


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