O trilheiro e o meio ambiente



Num olhar despretensioso, pode parecer desconexo o tema, mas, aprofundaremos no mesmo a fim de trazer à luz a contribuição dessa atividade sob duas rodas a natureza.

Essa apaixonada atividade acontece em diversos lugares, geralmente são locais de difícil acesso mesmo indo de carro ou na onze, porem com as motocas preparadas conseguimos o êxtase de deslocar e contemplar as belezas escondidas neste Brasil adentro.

Surge então uma questão: e essas motos percorrendo esses lugares não provocariam uma degradação ao meio?

Discorreremos sobre o questionamento a posterior, por hora vamos entender a relação do trilheiro com o ambiente.

Se formos buscar a origem da motivação desses aventureiros, o que alavancou essa atividade, que hoje no mundo todo existem grupos expressivos de pilotos, e sempre com uma historia pra contar... Evidenciando o motivo, o pontapé inicial que os levou a fundar esse ou aquele Clube coisa e tal... Certamente encontraremos belíssimos relatos desses grupos. Porem uma coisa chama a atenção; é que todos sem exceção são amantes, apaixonados pela natureza. São pessoas que se “escondem” através de uma agressividade ao pilotar, porém que se rendem facilmente diante de uma simples paisagem. A poesia, o belo, esta sempre a frente do Trilheiro.

Nessa arte em contemplar a beleza, o piloto desenvolve nessa caminhada uma estreita relação com os elementos terrestre encontrados; impossível não sentir o aroma invasor das flores as narinas proporcionando aquele bem estar, como não perceber o cheiro de terra molhada, a brisa, o deslocar dos ventos varrendo a floresta e misturando a nós? Só mesmo estando nesses locais para perceber.
Como vimos a uma interação do homem com o ambiente, há uma leitura observada, uma comunicação entre os seres.

Mas voltando a questão, e a maquina? E a possível degradação da maquina com o ambiente?

Na realidade os locais que pilotamos são estradinhas onde freqüentemente são transitadas por animais, são dunas, corredores de pedras e estradões. Esses locais geralmente são transitáveis porem de difícil acesso.
Dessa forma que pilotamos o impacto é mínimo visando sempre preserva os ambientes encontrados.

Outra coisa bacana que se percebe, é o nível de conscientização dos pilotos, regra básica: nunca deixar nada na natureza, o que se leva traz. Até mesmo o papel que envolve aquele cereal compartilhado é recolhido pelo ultimo beneficiado piloto e é colocado na ponchete. E tem mais, é
f i s c a l i z a d o i m e d i a t a m e n t e pelo grupo, os olhares se cruzam de forma impressionante pra ver o destino do material a ser descartado. Impressionante.

E pra fechar a questão, os pilotos são agentes fiscais da natureza.

Simplesmente pelo fato de transitar por esses locais carregamos a responsabilidade de também preservar o patrimônio publico natural.

Para aqueles que não nos conhecem, e nos avistam de longe, envoltos a uma blindagem de equipamentos de proteção e que faz lembrar uma armadura de guerra, que pensam sermos apenas um bando de sem juízos correndo desvairado no meio do mato! Jamais imaginariam que ali estão passando pessoas de diversas classes sociais: são delegados de policia, policias, médicos, juízes, empresários, promotores, advogados, profissionais liberais, pecuaristas, zootecnistas, agrimensores, escritores, doutores, mestres e especialistas em meio ambiente e muito mais.

Todos estes são trilheiros, porem carregam consigo uma responsabilidade social e que jamais estarão alheios aos problemas e situações que poderão ocorrer no percurso ou mesmo serem encontradas nessas jornadas pelas terras do nosso querido Brasil.

Sendo assim, o piloto a motoca e o ambiente têm uma relação intrínseca.

A todos trilheiros aquele abraço.

Acelerando sempre e nunca perdendo de vista as facetas dessas jornadas.


Salve! Salve! Simpatia!


Aniel Costa Cruz “Ziggy”
Especialista em Meio Ambiente


[email protected]
Autor: Aniel Costa Cruz


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