Amor: Um bem necessário
Se fosse tão maravilhoso como nos contos de fadas, não existiriam pessoas amando tão mal e outras tão mal amadas.
Mas viver sem amor é destrutível para qualquer alma. Sem esse sentimento é como se só o vazio existisse, chegando a não sentir o que te rodeia, mesmo com tantas pessoas ao teu redor, sentindo-se sozinho, pois, muitas vezes, é como você também não estivesse neste mundo.
E viver só no amor, ou melhor, viver numa ilusão chamada fantasia, também destrói, e quem sabe seja pior do que não amar, mas cresce quando se levanta de sua queda, porque você sempre cai e se machuca muito em ilusões, esperanças que sabemos ser impossíveis. A cicatriz continuará sempre e sua vida muda.
O amor não é somente um sentimento, é muito mais do que isso, é atitude, é se doar. Quem mata dizendo que foi por ter amor demais, esta equivocado, isso não é amor, poderia ser considerado como paixão, desejo, e milhares de outros nomes. Paixões também duram anos. Então a dúvida: o que é amor e paixão, se não uma combinação? O amor pode ser paixão, mas a paixão nunca será amor. Isso significa que quando se ama de verdade, se tem paixão, mas quando é paixão, não se tem amor, porque é passageiro, por mais que durem três anos, acabará um dia, totalmente diferente do que realmente é o amor.
Mas não existe somente o amor de um relacionamento amoroso, também o de uma amizade verdadeira. Alguns não conseguem entender, por exemplo, quando Jesus disse que deveríamos amar até nossos inimigos. Mas como amar alguém que nos quer fazer tão mal?
Will Goya falou uma vez “O mais absurdo foi me dar conta, algum tempo mais tarde, que o auto conhecimento não viria só de um olhar-se para dentro, mas de muitos outros ângulos. Precisaria observar como os outros me viam, portanto, antes, de saber vê-los com seus próprios olhos. Haveria depois que achar a possibilidade de algum entendimento entre as nossas diferenças”.
O importante é descobrir que o mundo sempre será maior que todas as verdades do pensamento.
Muitas vezes a vida nos traz surpresas e uma delas pode se encontrar num sorriso perdido ou num olhar distante, já esquecido. A vida nos pede mais do que nós damos todos os dias para buscar caminhos perdidos.
Dizer “te amo” é tão vago. Podemos falar para qualquer pessoa que se encontre em nossa vida, em alguma circunstância que acreditamos ser o real, mas se será verdadeiro ou não, isso não é garantido. Depois que se fala o primeiro “te amo” sem sentir verdadeiramente, o segundo vai ser mais fácil e o terceiro virá e assim em diante nunca mais parará.
Ninguém pode citar qual é a maneira melhor de se apaixonar ou de amar, seja como homem e mulher ou uma amizade. É algo individual para que cada um pense e aja conforme sua consciência mandar. Não existe fórmula de como devemos amar ou viver nossa vida.
“A arte é fonte da vida, vivemos a arte de amar.” Alguns podem achar que o amor é a expressão máxima de nossos sentimentos, mas o máximo ainda está para se conhecer sobre nós e do que habita dentro de cada um.
Falar sobre amor ainda continuará sendo para poucos, pois fazer amor é mais fácil do que encara-lo realmente como é.
Nietzsche, grande filósofo alemão do século XIX, escreveu que “a maior parte da filosofia foi inventada para acomodar nossos sentimentos às circunstâncias adversas, mas tanto as circunstâncias adversas como nossos pensamentos são efêmeros”,
E mesmo sabendo de tantas coisas sobre o amor, ainda será a vontade de estar com a pessoa amada, seja correspondido ou não que prevalecera, se tornando uma pessoa dependente de seu próprio “amor”, se proibindo de viver, pois sua obsessão é cega e é o que prevalece entre a maioria, quando não sabem separar amor de seu próprio amor interno.
Nunca foi difícil pensar, difícil é querer pensar.
2008
Autor: Aryane Evaristo
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