Pesquisas



Alguém aí já se perguntou se as pesquisas eleitorais merecem, realmente, o valor dado a elas?

Eu não pergunto o valor monetário, pois esse sim, merecem e valem cada centavo. E nem poderia ser diferente, uma vez que elas, após serem publicadas, decretam os rumos de qualquer eleição.

Tem candidatos que após a divulgação da pesquisa, mesmo dois anos antes da eleição, já está até assinando Decreto.

A teoria dominante, que, aliás, é de quem sempre se beneficia delas, é de que já está provado matematicamente que elas tem fundamentos científicos (quem vai discutir com uns caras que te apresentam médias ponderadas, médias xeométricas e médias harmônicas - é mole ou quer mais­) e até porque os resultados nunca fogem muito do que foi publicado pela pesquisa.

Os resultados nunca fogem porque ela é científica ou porque ela induz?

Eu confesso para vocês que me sinto constrangido até, por abordar esse assunto, pois todo mundo que eu converso, considera ponto pacífico de que ela é um retrato fiel da realidade naquele momento.

As pessoas tem tanta certeza do óbvio que é esse assunto, que se mostram até solidárias com a minha burrice em relação a ele, dando um sorriso, quase angelical para mim (como querendo dizer "ele duvida da única lei do universo que é imutável).

Eu, às vezes, tento me lembrar dos tempos em que não havia pesquisas, ou, não eram tão acintosas assim, como agora, para fazer um paralelo das duas épocas (mas para isso eu preciso fazer uma pesquisa. Daí é dose!).

Imaginem uma eleição sem pesquisa.

Cada candidato com aquela cara de "eu é que sei" por fora, mas por dentro mais cagado que bebê de creche, e ninguém com vaga garantida até o último voto, até o último minuto. O jogo seria um pouco mais interessante. Mas a pesquisa teria de ser totalmente proibida, de qualquer tipo e de qualquer tamanho.

O problema seria combater as pesquisas piratas que os camelôs teriam para vender, que com a tecnologia de hoje, seria ao gosto do freguês, com o candidato que comprasse já eleito presidente, senador, etc., com o vídeo da posse como extra, e o adversário direto, em último lugar, só para lavar a égua.

Para tirar essa dúvida que só eu tenho, vou lançar uma pesquisa no mercado para saber se as pessoas acreditam em pesquisas.

Caso a maioria afirme que não acredita em pesquisa, os interessados vão ter que colocar o candidato que eles querem que ganhe, em último lugar, até o último minuto da eleição.

Já é alguma coisa.

Sérgio Lisboa.


Autor: Sérgio Lisboa


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