É mais difícil vender para o cliente ou para o patrão?



Dia desses escrevi aqui sobre a responsabilidade do gestor em delegar tarefas. E defendi a idéia de que delegar é preciso, mas sem perder o controle das questões. Afinal, no final, sempre recairá sobre o gestor a cobrança pelo cumprimento das ações acordadas. O acionista quer o resultado e pronto. Se o gestor for o próprio acionista, aí então é que o controle deverá ser mais apurado.

Refiro-me a controle. Controle é acompanhamento, é cientificar-se de que os projetos e prazos estão sendo cumpridos sem ficar “apurrinhando” a equipe e o responsável a quem se delegou. É sugerir alternativas e apontar caminhos. Não a marcação cerrada ou cobrança exagerada dos executivos e executores em pleno período de desenvolvimento da tarefa. Isso não é controle, é perseguição!

Hoje quero inverter a questão e lançar uma pergunta: É mais difícil vender para o cliente ou para o patrão?

Nas palestras que faço pelo Brasil afora, sempre me deparo com essa questão e instigo os interlocutores a falarem sobre o assunto. Aprendo com eles. Parece que da cortina pra dentro das empresas existem dois interesses se digladiando em tempo integral: O interesse do patrão e o interesse dos colaboradores.

Ouvi de um alto executivo de uma grande empresa o seguinte desabafo: – Tenho que encontrar o momento exato para falar com o patrão, porque o não já é certo!

O executivo referia-se ao momento certo para falar sobre coisas de vital importância para a empresa, e se envolvesse investimento então, aí o desespero era maior. Investimento que implicaria em benefício para a empresa de quem mesmo?

Também trabalhei em uma empresa assim. Ficávamos todos escolhendo o momento certo para falar com chefe. A pobre da secretária era a nossa sparing.
- Como é que o "home" ta hoje?
E dependendo do humor, saia mais barato perder um negócio do que pedir mais meio por cento de desconto ou um benefício a mais para o cliente. Na primeira oportunidade fui procurar meu caminho.

Confesso! Fico sem entender esse tipo de gente e esse tipo de atitude. Se na empresa todos trabalham em prol do mesmo objetivo: O lucro. Então por que ficar temendo o chefe e viver em função do seu estado de humor. No caso, mau humor?

Fiz essa pergunta a um amigo que trabalha com um desses pseudogestores e a resposta, apesar de jocosa, foi óbvia, vinda de alguém que apesar da enorme e comprovada competência, depende do emprego para criar os barrigudinhos.
- Nelsão, eu amarro o burro aonde o burro do dono manda! Não me estresso mais.

Quem sou eu para criticar o meu amigo se concordo com ele!?

Bem, mas e aí, como é que fica a vida do profissional que trabalha em empresas onde é mais difícil vender para o chefe que para o cliente? Que precisa ser mais psicólogo que executivo? O que fazer com a formação acadêmica e a expertise no negócio?

Confesso que não sei! Talvez esquecer propositadamente esse artigo sobre a mesa do chefe. Seguir a cartilha do meu amigo! O que amarra... Agora se você não tem sangue de barata o melhor caminho é procurar servir em uma empresa onde o profissionalismo esteja acima do humor do chefe.

Ah! Se você é chefe e os seus funcionários só lhe procuram quando você está de bom humor, reveja seu comportamento. Contrate um coach, procure um psicólogo, abra sua mente antes que o seu negócio vá pro brejo sem que você saiba o porque.

Bom humor e respeito. Sempre!

Abração,

Nelson Gonçalves é Palestrante profissional.
www.nelsongoncalves.net
Autor: Nelson Gonçalves


Artigos Relacionados


Zé Iscritório Em: O Homem Do Tempo

Você Tem Emprego

Saiba O Que É GestÃo De Pessoas

Medidas Para Saída De Um Crise Financeira

Empreendedorismo E Liderança Nas Empresas

Relação Crítica Com Seu Superior, Como Lhe Dar Com Ela?

Você Sabe Trabalhar Em Equipe?