MODO CICLOVIÁRIO DE TRANSPORTE: USO DA BICICLETA EM SALVADOR
defasados meios de transporte público, sendo bastante eficiente, para pessoas que buscam
fugir dos ônibus lotados, preços altos e congestionamentos característicos de um sistema de
transporte que, ao menos no Brasil, e, especificamente Salvador, não possui níveis
operacionais que ofereçam uma plena satisfação ao usuário.
A bicicleta, desta forma, representa para o ciclista, um meio de transporte: econômico, por
não utilizar combustível; saudável, pois a prática do ciclismo é uma atividade altamente
recomendada pelos profissionais da área de saúde e educação física; sustentável, pois além de
não usar combustível, não polui; porém, perigosa, devido à falta de uma visão do ciclismo,
pelo município, como meio de transporte ao invés de tratar o ciclismo apenas, como atividade
voltada ao lazer.
Num momento em que, no mundo todo, as pessoas passam a se preocupar com o meio
ambiente, pois a degradação do planeta torna-se evidente, a importância de modelos de
transporte não-motorizados, que não degradam o meio ambiente e nem poluam o ar. Desta
forma o modo cicloviário de transportes torna-se fundamental para uma melhor qualidade de
vida da população.
Por ser um modo de transporte que não utiliza combustível, o modo cicloviário possui
mínimos índices de degradação ambiental, ficando restrita a degradação causada pela
implantação de ciclovias e ciclofaixas, ainda que estas, comumente estão associadas a lugares
arejados, incentivando a plantação de árvores ornamentais e incentivando a prática do
paisagismo urbano, além de estar, normalmente, implantados, onde já há intervenção urbana,
sendo uma extensão das ruas e calçadas.
Este modo de transporte tem sido implantado também em cidades onde o tráfego de veículos,
bastante intenso, dificulta a locomoção para pequenas e médias distâncias, justificando
viagens de bicicleta. Cidades litorâneas também são localidades onde a prática do ciclismo de
lazer, garante uma mínima infraestrutura que justifica a complementação do sistema e o
incentivo a prática do ciclismo para cobrir viagens curtas com outros propósitos, como o
estudo e o trabalho, caracterizando o transporte cicloviário.
O presente trabalho pretende analisar a importância do ciclismo como meio de transporte,
demonstrando experiências bem sucedidas em outras cidades do Brasil e do mundo,
identificando as vias exclusivamente destinadas à sua prática em Salvador, e, verificando, a
sua utilização como elemento do sistema de transporte urbano na área da orla atlântica.
O método monográfico será o método de procedimento adotado neste trabalho, através da
observação da temática, para definir padrões, quanto a estrutura cicloviária do município de
Salvador, e, particularmente, de sua orla atlântica. O método de procedimento estatístico
também será empregado na construção deste trabalho, como meio de entender a dinâmica do
transporte urbano, através de estatísticas referentes ao uso da bicicleta como meio de
locomoção e comparações entre o modo cicloviário de transporte e os demais modos
existentes.
O método hipotético-dedutivo foi o método de abordagem na construção do projeto,
constituindo-se de observação da hipótese de que, a bicicleta é tratada como meio de
transporte por milhares de trabalhadores soteropolitanos, mas é tratada como objeto de
recreação pelos órgãos ligados a gestão do transporte urbano. A partir da hipótese da
existência de um modo cicloviário de transporte em Salvador, possibilitar uma comparação do
modelo cicloviário com a atividade ciclística de recreação, para, enfim, gerar um padrão
conceitual da atividade cicloviária de transporte em Salvador e na área da ciclovia localizada
na sua orla atlântica.
Este trabalho segue estruturado em três capítulos. O primeiro trata da construção de um
conceito consistente sobre o tema, modo cicloviário de transportes, definindo e analisando
seus componentes, primeiramente abarcando a temática da mobilidade urbana não
motorizada, passando pela construção de um conceito de bicicleta que utilize a sua
funcionalidade na área do transporte urbano, chegando a análise dos termos ciclovias,
ciclofaixas e faixas compartilhadas, para enfim, analisar a legislação específica sobre o uso da
bicicleta no meio urbano.
No segundo capítulo serão apresentados os parâmetros climáticos, geomorfológicos,
ambientais e de infraestrutura necessários à adoção de um modo de transporte cicloviário, a
relação da bicicleta com o espaço urbano e os padrões de dimensionamento da estrutura viária
voltada à atividade ciclística de transporte.
O terceiro capítulo se aprofundará no modo cicloviário local, analisando o modo cicloviário
de Salvador, primeiramente, identificando a infraestrutura específica existente no município.
Analisando ainda, o uso da bicicleta em locais sem infraestrutura adequada a prática de
atividade ciclística. Chegando ao caso específico da orla atlântica de Salvador, este trabalho
pretende analisar as condições físicas da estrutura viária cicloviária da orla e sua
funcionalidade.
Ao final, serão feitas as considerações finais sobre a temática discutida, a fim de refletir sobre
o uso da bicicleta com meio de transporte e o modo cicloviário de Salvador, e,
especificamente, do uso da bicicleta como meio de locomoção na orla atlântica e a
contribuição deste modelo de transporte ao sistema de transporte municipal.
Autor: EDSON GOMES MENEZES FILHO
Artigos Relacionados
Transpote Coletivo Em São Luis:-ma: O Papel Do Poder Público Frente As Necessidades Da População
A Nova Política Nacional De Mobilidade Urbana
Bicicleta
Ferrovia Transnordestina
O Ciclismo Na Escola
Transporte Aéreo Internacional De Cargas Para O Brasil
Segurança No Transporte Público (o Problema Não é (só) Da Polícia!)