Inteligência Competitiva para Administradores e Educadores



Em reportagem de Clarissa Vasconcellos, de Madri, para a Revista Ensino Superior, denominada “Multinacionais do ensino”, são apresentadas as experiências de grandes grupos espanhóis que tem universidades corporativas.

Já na abertura da reportagem, Clarissa Vasconcelos destaca “com multinacionais nos segmentos financeiro, elétrico e de telecomunicações, a Espanha tem se destacado mundialmente no campo das universidades corporativas, com prêmios e citações em fóruns internacionais.

Bancos como o Santander e o BBVA e empresas como a Iberdrola, Unión Fenosa-Gas Natural e Telefónica figuram entre as cerca de 20 instituições espanholas e internacionais que investem neste tipo de enseñanza no país, algumas delas chegando a oferecer formação a 90% de seus funcionários.”

Depois a reportagem detalha as atividades principais destas universidades corporativas e as razões para sua existência “uma das principais características destas escolas internas é que crescem à medida que as companhias se internacionalizam.”

Futuro

Mas é em outro ponto desta reportagem, que os caminhos seguintes são descritos.

Aqui vale a atenção dos administradores, gestores, profissionais de treinamento, ensino à distância e educadores brasileiros quanto a esta possibilidade. Ou seja, depois de contar com alunos “da empresa”, o próximo passo para as universidades corporativas, é sua extensão a clientes e à sociedade.

Assim, o ensino antes restrito a seus empregados, seguindo o modelo de universidades corporativas do mundo anglo saxão, passa a ser oferecido a todos.

Esta tendência foi apontada nos resultados de um fórum realizado recentemente pela escola de negócios particular espanhola Esade, que previu que a crise potencializará a importância deste tipo de ensino, já que se exigirá um conhecimento cada vez mais especializado.

Os participantes concordaram ao assinalar que, ainda que as universidades corporativas sejam organizações educativas, estes centros vão “além”, pois atuam para melhorar os resultados das companhias e, diferentemente das universidades tradicionais, oferecem não apenas formação, mas também servem para propor soluções para os problemas das empresas.

Assim, uma pergunta já parece ficar no ar: será o fim ou o começo da transformação das escolas de negócios tradicionais?

A resposta não é fácil, tão pouco imediata. Por isso, faz-se necessário estudar, investigar, pesquisar essa tendência para verificar sua aplicabilidade no Brasil.

E é neste ponto que Inteligência Competitiva pode ajudar.

IC ou Inteligência competitiva é um programa sistemático de coleta e análise da informação sobre atividades dos concorrentes e tendências gerais dos negócios, visando atingir as metas da empresa, conforme definição de Larry Kahaner, membro da SCIP – Society of Competitive Intelligence Professionals (www.scip.org).

Leonard Fuld, um dos pioneiros nesse campo e dos fundadores da SCIP, define inteligência competitiva, como a informação analisada sobre concorrentes que tem implicações no processo de tomada de decisão da empresa. Ben Gilard, outro membro da SCIP, define inteligência competitiva como a informação que garante ao tomador de decisão que a empresa ainda é competitiva.

Por que Inteligência Competitiva?

Em “A Estratégia do Oceano Azul”, W.Chan Kim e Renée Mauborgne comentam: “Nossas pesquisas confirmam que não existem empresas excelentes para sempre, da mesma maneira que não há setores excelentes o tempo todo. Conforme constatamos em nossa própria trajetória acidentada, todos nós, como as empresas, fazemos coisas inteligentes e coisas não tão inteligentes."

Por isso, a melhor resposta e o menor risco para as empresas, especialmente universidades privadas brasileiras, é pensar como antever este movimento do mercado, já não tão distante assim.

Afinal, os estudantes que estudam à noite, trabalham para uma empresa e se estes puderem ter alternativas de estudo, que inclusive podem ter custo menor, talvez os competidores para as universidades já sejam as grandes empresas (as grandes multinacionais) e não mais outras universidades.

E na inspiração da Carta de Pero Vaz de Caminha "E nesta maneira, Senhor, dou aqui a Vossa Alteza do que nesta vossa terra vi. E se algum pouco alonguei, Ela me perdoe, ca o desejo que tinha de vos tudo dizer mo fez assim pôr pelo miúdo..." vale dizer: Mudanças à vista.

Fonte: Clarissa Vasconcellos, de Madri, Revista Ensino Superior.
Autor: Alfredo Passos


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