Qualidades de uma Empresa Eficaz



No mundo em que vivemos, mundo em constante transformação, um mundo onde as inovações tecnológicas e científicas de hoje se tornam automaticamente obsoletas amanhã, onde as mudanças são constantes, ocorrem a todo instante, é necessário também que as corporações se tornem cada vez mais adaptáveis, transformadoras e inovadoras, ou seja, organizações que rompem com paradigmas, com os modelos antigos.

Enquanto pensarmos nos modelos antigos como exemplos para resolver os problemas atuais, também nós, seres humanos, nos tornaremos obsoletos. Isso quer dizer que quando alguém diz “no meu tempo se fazia assim”, seu pensamento se mostra retrógrado, olha somente para trás e ainda não tem vislumbre do futuro.

O capital humano é o principal ativo de uma empresa, mas, ainda hoje, há muitas organizações que se preocupam apenas em administrar os processos, ou seja, o modo de fazer as coisas, sem se preocuparem muito em administrar pessoas, esquecendo-se de que quem realiza os processos são justamente as pessoas e não as máquinas.

É por este motivo que existe a necessidade de as empresas investirem nas pessoas para, através delas, atingirem o máximo na realização de seus processos, superar as metas, otimizar recursos, crescer e manter sua participação no mercado.

O investimento no capital humano começa com a escolha de lideranças eficazes que assumam a responsabilidade por suas equipes, que trabalhem de forma a liderar pela influência pessoal e não através do poder, pois o poder é uma função delegada por um superior, mas liderança é um traço de nobreza de caráter, onde o líder convence as pessoas a fazerem as coisas apenas por sua influência pessoal sem o uso da coerção.

Assim, os líderes devem criar o ambiente necessário para a realização das atividades, motivar as pessoas, de maneira que tenham satisfação no desempenho de suas funções, acompanhar os processos, saber o momento certo e o jeito certo para estabelecer objetivos, repreender e elogiar os membros da equipe.

É importante também que os líderes saibam que há um jeito certo e um momento certo para resolver problemas em cada situação, pois, por exemplo, repreender funcionários na frente dos outros, em tom de voz elevado, ofendendo a dignidade e os valores pessoais são métodos contraproducentes, porque criam ambientes críticos e insatisfacientes, gerando desgastes nas relações e desmotivação entre os membros da equipe.

Além disso, também é importante entender que trabalhar em grupo é diferente de trabalhar em equipe. Grupos existem em todos lugares e em todos momentos, mas equipes são mais profundas, pois todos os membros, inclusive e principalmente os líderes, têm objetivos em comum, atuam de modo a compartilhar suas atividades, apoiando um ao outro e até mesmo realizando as atividades uns dos outros, dependendo da situação. Isso quer dizer que o papel do líder não é apenas ser chefe, delegar tarefas, dar ordens e exigir, mas também de ir adiante, assumir os riscos, assumir a responsabilidade por toda a equipe, onde se um erra, todos erram, e se um acerta, todos acertam.

Atualmente se fala muito em downsizing e empowerment, o que gera enriquecimento do cargo e cada colaborador pode se aproximar mais dos objetivos da empresa, se comprometer mais, assumir mais responsabilidades e riscos, se sentir parte integrante da empresa e não apenas um funcionário que faz o que tem de fazer.

Outro aspecto importante para a liderança é o desenvolvimento e o uso da inteligência emocional, que envolve tanto a inteligência intrapessoal quanto a interpessoal. Inteligência emocional é o uso inteligente das emoções, de maneira a perceber sentimentos, controlá-los e utilizá-los para resolver problemas. Isso envolve inteligência intrapessoal, no sentido de cada pessoa se conhecer, e também inteligência interpessoal, isto é, a capacidade de conhecer os outros, de maneira a utilizar as emoções, próprias e alheias, de maneira inteligente para se chegar à solução de problemas.

A eficácia de uma empresa começa com a realização de um recrutamento de forma inteligente, baseado num desenho do cargo que determine, de forma coerente, as qualidades e o perfil necessário, e as atividades que serão desempenhadas. Dessa forma, é possível selecionar os profissionais com diferencial competitivo, capazes de oferecer além do feijão com arroz.

O próximo passo consiste em treinar os novos profissionais, de maneira a habituá-los aos métodos, à cultura e ao clima organizacionais. Treinamentos periódicos são de profunda importância para reciclagem e aprendizado constante, principalmente num mundo altamente mutável como o mundo contemporâneo.

Planos de desenvolvimento de carreiras que envolvem sistemas de coaching e mentoring, onde os colaboradores são acompanhados de forma mais profunda e até mesmo de forma mais individual, promovem as condições para o crescimento profissional individual e, consequentemente, da própria empresa.

Reuniões periódicas para a realização de feedback e avaliação de desempenho são o caminho ideal para contribuir para o crescimento de cada colaborador, inclusive dos próprios superiores, que também podem se auto-avaliar e receber o feedback necessário de seus subordinados. Atualmente se fala muito em Avaliação 360º, onde todos os envolvidos avaliam cada colaborador, e também Avaliação de Baixo para Cima, onde os subordinados avaliam seus superiores e lhes fornecem feedback sobre seu desempenho e comportamentos.

É importante também entender que o feedback tem como objetivo o crescimento constante, então se um líder não cresce, ele não tem condições de contribuir para o crescimento de alguém. O líder deve ser o primeiro a ler e indicar bons livros e artigos, deve ser o primeiro a assistir e indicar bons filmes e vídeos institucionais, deve ser o primeiro a participar de cursos, treinamentos e palestras e indicá-los, deve ser o primeiro a se graduar e estimular seus colaboradores a seguir seus passos. O apóstolo Paulo disse aos Coríntios “sede meus imitadores como eu sou de Cristo”. Isto significa que o líder sempre deve ser o primeiro a fazer e a dar o exemplo, deve ser um modelo a ser seguido pelos demais.

A humildade deve ser um traço peculiar no líder, pois ele deve estar sempre preparado para aprender com seus subordinados, tanto quanto orientar e ensinar seus colaboradores de nível hierárquico mais baixo.

Ao assumir uma nova equipe, o líder deve se preocupar em se apresentar à coletividade, se impondo com autoridade, mas não com arrogância. O líder deve se comportar como headhunter e olhar para cada membro da equipe com o intuito de encontrar o potencial individual e descobrir a melhor maneira de desenvolvê-lo. Isso quer dizer que o líder precisa conhecer os talentos individuais e criar situações em que cada membro da equipe possa desenvolver suas habilidades e eliminar suas fraquezas.

Dessa forma, investindo no capital humano, é possível explorar as potencialidades de cada colaborador e eliminar suas debilidades, de maneira que as organizações venham a atingir o máximo em seus resultados. O psicólogo americano Abraham Maslow estabeleceu que as pessoas têm necessidades a serem satisfeitas numa hierarquia que varia de acordo com o grau em que cada tipo de necessidade é satisfeita. O grau mais alto dessa hierarquia é a necessidade de auto-realização, onde as pessoas se satisfazem ao desenvolver seu potencial ao máximo, usar sua criatividade, sua iniciativa e ter seus esforços sendo reconhecidos e recompensados.

O mundo corporativo de hoje é marcado pela chamada gestão por competências, onde o colaborador é remunerado não apenas pelo salário que o cargo lhe confere, mas também pelos resultados que atinge, ou seja, suas metas não permanecem apenas no nível do cargo, pois existe a possibilidade de cada colaborador encontrar a satisfação pessoal no desempenho de suas atividades profissionais.

É claro que não se pode esquecer das demais funções da empresa como a financeira, compras, vendas, marketing, logística, OSM, auditoria, tecnologia da informação, atendimento ao cliente e outras, mas é necessário entender que são as pessoas que desempenham as atividades relativas a essas funções e quanto mais capacitadas, melhores serão os resultados.

Tudo isso significa que o potencial humano das organizações deve ser desenvolvido constantemente, principalmente suas lideranças, que devem assumir um papel preponderante no crescimento de cada colaborador, de cada equipe, em seu próprio crescimento e no crescimento, inclusive, dos superiores. Reuniões periódicas para realizar feedback e avaliação de desempenho são importantes para desenvolver as potencialidades e eliminar os pontos débeis. Dessa forma, as lideranças se fundamentam sobre a influência pessoal e não sobre o status do poder que o cargo confere, produzindo ambientes propícios à execução das tarefas, oferecendo incentivos que levem as pessoas à motivação e à plena satisfação pessoal e profissional.
Autor: Michael Jullier Gama Alves


Artigos Relacionados


Equipes De Alto Desempenho

Saiba O Que É GestÃo De Pessoas

Treinamento E Desenvolvimento De Pessoas

De Vendedor A Líder De Equipe

Líderes, Onde Estão?

Líderes, Onde Estão?

Equipe: Reflexo Do Líder