A Calatonia e a Psicologia



O que é a psicoterapia? É um processo pelo qual a pessoa que a pratica, objetiva encontrar a expansão de seu eu, de sua consciência. É um erro pensarmos que a psicoterapia é um método aplicado apenas a quem apresenta algum tipo de distúrbio psicológico diagnosticado. A psicoterapia é um recurso de equilíbrio pessoal, de auto-conhecimento, portanto todos deveriam praticá-la.

Na cultura ocidental, estamos habituados a separar o sentimento da razão, o corpo da mente, a energia da matéria, embora, somos indissociáveis. Formamos um todo único, constituído pelo conjunto formado através da co-existência de cada uma de nossas particularidades indissoluvelmente opostas. Essas particularidades apresentam-se correspondentemente no corpo físico e psíquico, ou seja, o corpo apresenta indícios do nosso estado mental e vice-versa.

É nesse momento que a atuação da calatonia encontra a sua validade. A calatonia, é um método de toques desenvolvido por um médico húngaro, radicado no Brasil a partir de 1949, cuja história de vida é interessantíssima, regada de princípios e valores, dores e alegrias, que o ajudaram a fazer a diferença e construir o que hoje, significa muito, tanto para o conhecimento do corpo quanto para o conhecimento psicológico. É uma técnica de massagem que tem como principal objetivo restaurar o equilíbrio físico e psíquico do paciente através da reorganização do organismo com a psiquê. Essa reorganização ocorre através da tonificação muscular e da energização através dos movimentos que produzem o efeito de conscientizar o corpo. Sándor, desenvolveu essa técnica a partir do atendimento a pessoas feridas em guerra e a refugiados. Foi dessa forma que posteriormente ele descobriu a utilidade da junção entre esses dois saberes.

Através dos toques, alcançamos o registro psicológico encontrado no corpo físico. É assim que a calatonia e a psicologia cruzam seus caminhos. A base desses conceitos englobam a psicologia de Jung, que por interesse pessoal, estudou a cultura oriental e acrescentou vários conhecimentos holísticos em sua obra. Felizmente, a nossa cultura está aderindo aos poucos esses conhecimentos que tanto têm a melhorar o nosso dia-a-dia.

O preceito fundamental que Jung utiliza em seu trabalho clínico, é não apegar-se a qualquer idéia ou processo pré-estabelecido, ele tenta manter-se aberto para entender e compreender seus pacientes de forma íntegra e fiel diante da sua totalidade. A única certeza que Jung possuía era que o corpo e a psique são os dois aspectos do ser vivo, o que reforça e resume a sua psicologia.

O fato é que o toque provoca verdadeiramente uma reação, demonstrando claramente a receptividade da pessoa a ser tocada, mostrando facilmente os seus bloqueios, a sua aceitação do outro e a forma com que ela lida consigo mesma perante o mundo ao qual pertence. Uma pessoa que não está acostumada com o toque, não está acostumada a receber carinho e acalento, mostrando-se um tanto fria nas relações inter-pessoais e prejudica o seu projeto de ser humano. Esse comportamento pode ser considerado um resultado da insegurança de posicionar-se diante dos outros e assumir quem de fato ela é. Por outro lado, as pessoas que demonstram abertura ao toque, que se sentem à vontade ao serem tocadas, permitem que a interação entre elas e o mundo externo aconteça com mais propriedade. Ela se sente melhor e se expressa melhor.

Jung não trabalhou com manipulação física de seus pacientes, mas seus conceitos foram fundamentais para que Sándor, o criador da calatonia, pudesse observar e perceber as particularidades psicológicas das pessoas que atendia. O corpo expressa uma linguagem simbólica que pode ser traduzida no momento da massagem através de seus efeitos sub-conscientes ou até mesmo inconscientes, e então o paciente encontra o seu re-equilíbrio interno e físico.

É importante que o paciente identifique-se com o método terapêutico; esse processo produz um ótimo resultado quando atrelamos uma possibilidade a mais de interação, que cuidará do estímulo da mudança, seja essa mudança externa ou interna, física ou mental.

De alguma forma a calatonia associada à psicoterapia oferece um tipo de tratamento diferenciado, visto que atualmente não nos contentamos apenas com o básico, a nossa rotina de cobranças profissionais, pessoais, familiares e estudantis, exigem que as formas de re-equilíbrio interno explorem outros campos. Nossos corpos e nossas mentes necessitam muito mais do que o convencional para sobreviver em um mundo tão competitivo. Precisamos de uma chave que abra com maior facilidade a porta para o nosso mundo interior. E nos desperte a nossa consciência física de forma a valorizarmos a atenção com o nosso próprio corpo.
Autor: Elaine Nabeth


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