Camaradagem Eleitoral



Estamos vivendo um momento de profundas mudanças na estrutura política do país, ao mesmo tempo em que se avizinham-se às eleições. Em meio ao atual cenário político candidatos de várias coligações enchem os horários eleitorais com promessas e projetos na maioria dos casos inviáveis.Inegavelmente a política brasileira carece da falta de vontade política,sendo que as resoluções mais louváveis partem sempre de um político digno e ético (o que tem de mais raro na política brasileira).
Qualquer iniciante das ciências jurídicas e sociais, qualquer cidadão comprometido com uma vivência critica de sua própria realidade sabe que, o voto nem sempre representa o desejo do povo.
Contrariamente às expectativas do cidadão, o processo político em muitos casos é visivelmente burlado pela camaradagem eleitoral-o eleito é escolhido através de doações de cestas básicas ou tão-somente por um celular pré-pago. O voto se limita a um efeito paliativo auferido a um povo que embora, hoje entenda o seu sentido, prefere ser camarada e votar no político corrupto.
O exercício da cidadania ditado pela livre escolha do candidato que mais se aproxima dos ideais do povo, desaparece em meio aos interesses daqueles que utilizam meios ilícitos para se eleger.
A camaradagem eleitoral está além dos bastidores eleitorais, e é produto do despreparo de políticos que enganam o povo. Não é de se estranhar que façam mau-uso da máquina pública para financiar um futuro ao sol. E agindo assim, o candidato utiliza-se das primeiras estratégias como apresentar a imagem de alguém que irá solucionar tudo num passe de mágica.
Penso que para os leitores mais atentos às manchetes do dia-a-dia, as propostas apresentadas são insuficientes para determinar o rumo em direção aos interesses sociais. Lamentavelmente, a camaradagem torna-se momentânea, o político não reconhece mais quem lhe conferiu o poder de governar. Aliás, ao poder cabe a obediência daquele que durante um mandato de quatro anos não fiscaliza, mas aceita passivamente (o povo).
No cenário político, surge outra camaradagem, a por influência, essa abre caminhos para empregar parentes, amigos e conhecidos. E assim vão caminhando pelos meandros da política em busca de vantagens pessoais.
Dentro de um contexto político em que os Estatutos que regem o partido servem de marketing eleitoral, e não como um caminho ético a ser trilhado durante o mandato. Nesse jogo de camaradagem, inúmeras vezes ganham os espertalhões que descumpre a lei, cometendo desta forma crime eleitoral.
Por outro lado, o cidadão que versa pelo cumprimento de seus deveres almeja por um bom governo em que se evidencia a noção de que as superações dos problemas que marcam a realidade do povo merecem uma ação efetiva, tendo a mudança como referencial.
Conclusivamente, é relevante mencionar que a concretização de bons governos requer ética política. E isso cabe ao futuro, ao presente fica apenas o sonho (não de um governo ideal, mas daquele que busca a visão retrospectiva da história como forma de evitar os erros do passado).


Ricardo Damasceno Moura
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Autor: Ricardo Damasceno Moura


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