Políticas De Pós Graduação



As Políticas de Pós-graduação em Educação tem sido objeto emergente de discussão. No Brasil encontram-se calcadas na hegemonia do pensamento liberal reflexo do modelo econômico praticado sobre a sociedade.

A interferência de organismos internacionais como o Banco Mundial e o FMI, a evidente subserviência dos dirigentes da nação à economia mundial influi decisivamente nos espaços da educação sistematizada revelando as contradições, os limites do poder dominante.

Ao mesmo tempo em que preconiza a ascensão e democratização de oportunidades amplia o leque da exclusão social característica do descaso.

Todavia, se investigarmos a origem da propositura iremos avistá-la num tempo não muito distante, precisamente no século XX este, permeado por debates, reflexões filosóficas e pesquisas científicas donde se levanta um conjunto de informações sobre seus percalços históricos (Chizzotti, 1996). Destes eventos surgem inúmeras contribuições e produções à Ciência evidenciando que a teoria da prática pedagógica é capaz de transformar a prática social concreta da educação.

Ainda nesse século percebe-se a expansão aleatória de programas sob o impacto das diretrizes dos sistemas gerenciadores diante dos arquétipos de formação disponíveis em âmbito regional difundidos pela acumulação flexível oportunizada pelas políticas neoliberais. Muito embora os gestores do sistema busquem definir um padrão de pós "ideal", políticas que referendem a formação em questão, não tem entre seus objetivos estar orientando os programas regionais.

Torna-se evidente a ausência de um delineamento estrutural no âmbito da gestão política, científica, cultural, tecnológica e educacional enquanto investimento nas forças produtivas, mediadora da existência histórica, neste bojo inclui-se a formação em âmbito regional sempre vista como especificidade absolutamente pontual.

Considera-se que as diretrizes da pós-graduação estavam marcadamente delineadas a partir da dialética, do confronto entre as necessidades das populações envolvidas, das expectativas profissionais, da receptividade de um trabalho desenvolvido, da análise e reflexão das forças geradas pelo embate (Bicudo, 1996).

Não obstante novos tempos tênue são as fronteiras entre os programas uma vez que estes passam a coexistirem na diferença configurando o necessário engendramento de políticas mais arrojadas suportadas pela flexibilidade crescente, amparo e abertura às mudanças e ao intercâmbio de experiências para construírem-se projetos que unifiquem suas metas (Castro, 1996).

As formações foram sendo construídas articuladamente entre as transformações presentes no mundo do trabalho, as políticas públicas e educacionais evidenciando cada vez mais o desordenado processo de construção de propostas. Definitivamente quando se implementaram os Institutos Superiores de Educação – (IES) acabaram por estabelecer modelos de formação que não contemplaram tão pouco incorporaram consensos debatidos ao longo da história.

Perde-se no caminho o propósito maior do funcionamento de programas compromissado com a realidade na dimensão histórica, social e cultural, impregnados das representações sociais e condições de vida humana, à construção de uma cidadania que resulte na emancipação do homem (Severino & Fazenda, 2003).

Por certo a mera existência de um formato que revele uma concepção unificadora por si só não viabiliza a construção e formulação de políticas mínimas diante dos desafios que são a sua implementação.

Tem sido inúmeros os problemas que abarcam o funcionamento dos programas de pós-graduação, pois que estes prescindem além de uma política dinâmica de financiamentos públicos porquanto representam a garantia da independência e qualidade na produção do trabalho científico, de um sistema de avaliação institucional que tenha no fluxo de produções o salto qualitativo necessário ao desenvolvimento no mundo da pesquisa.

Necessário se faz que se construam espaços para reflexão no sentido de levar o Brasil à re-orientação no que diz respeito às Políticas dos Programas de Pós-graduação condizentes com a realidade do país.
Autor: Marco Antonio Amaral


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