Cornaca inova - Xóia renova!



Cornaca inova - Xóia renova!

Mantenha sua mente aberta, mas não exagere a ponto de excretar o próprio cérebro.
(Carl Sagan).

Cornaca é o nome dado ao profissional que dirige o elefante. A Ásia está gorda em Treinamento com Certificações da Escola Preparatória de Cornacas para turistas e profissionais. O mais recente lançamento de Mumbai, Índia, é o Cornaca Eletrônico. Cornaca e bondosos alemães da segunda guerra mundial são temas que produzem “best-sellers” inovadores da literatura. O atual papel da impressora 3D, é gerar objetos de: plástico, alumínio, chocolate, pele humana... Na Índia, os pais continuam a eleger quem será unido em casamento aos seus filhos. Um usuário do MSN inova nesse costume, modernizando, enriquecendo e perenizando a tradição. O momento impõe adequações inovadoras.

Ao regalar o homem com a solução de complexos problemas, a tecnologia o induz a relaxar no cumprimento de simples tarefas desacautelando-o da observância a imprescindíveis obviedades, apatetando-o, com risco de privá-lo da lucidez. Exemplo: uma simples prestação de serviços técnicos informal tende a imprimir prejuízo e inimizade. Tem gente que faz isso e ainda se queixa dos efeitos colaterais.

A atividade de Cornaca remete-nos aos dias de Sargão, Rei da Mesopotâmia, três milênios antes de Jesus Cristo. Justamente nessa época, foi inventada a escrita. As primeiras letras que a história pode testemunhar tinham o nome de cuneiforme (forma de cunha). Tudo se escrevia em 3 D, porque a pedra era a lousa e a picareta que a sulcava, seu pincel giz.

No século XX, quase meio milhão de elefantes foram exterminados do planeta. Essa perda desocupou não menos de cinqüenta mil cornacas (motoristas de elefante), tangendo-os das terras afro-asiáticas para países onde pudessem substituir o funeral embaixador do ócio e da miséria por uma melodia regente de possibilidades e esperança, a rigor, presente em uma profissão lucrativa e aprazível.

O Legado do progresso emparelha a caça predatória dos paquidermes com a consequente escassez de mão de obra, que outrora sobejava. As famílias, antes responsáveis por transmitir o ofício à prole, embraçaram outras atividades. Agora é comum, a multiplicação de uma inumerável quantidade de cursos para cornacas, nos continentes dos elefantes. Muitos negócios têm sido elicitados (extraídos) de vários segmentos. Para não tornar o texto obeso, sem emagrecer a paciência do Ledor, elejamos: Treinamento, Literatura e Eletrônica.

Treinamento
Cornaca
Nunca se viu tanta gente interessada em fazer curso de Cornaca. Os turistas acham sensacional e as mulheres então, amam o Certificado de Cornaca, oferecido pelos diversos centros de formação profissional de vários países da Ásia.

Mahout
Só a IBM, dispôe de várias formas de treinamento desse software.
A “Ciência da Computação”, nas principais instituições de ensino do mundo, teve seu conteúdo programático ampliado incorporando à sua grade curricular o programa de inteligência artificial, chamado Mahout, Cornaca em português.

Literatura
Zé Sal Amargo
Inova na literatura narrando a história de um Elefante de Presente;

Aninha Barro
Em a “Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata”, mostra o lado humano dos alemães na segunda guerra mundial. Romance epistolar e mosaico de correspondência, construtor de uma emocionante narrativa.

Eletrônica
Cornaca eletrônico
Dispositivo composto de controle remoto e tornozeleiras digitais, que permitem monitorar até elefante selvagem.

Impressora 3D
Na verdade é um equipamento que transforma um desenho tridimensional feito no computador, em um objeto, através do processo de extrusão (espulsão) em camadas, utilizando diversos materiais: plástico, alumínio, chocolate e o escambau. Os estudos dos cientistas americanos avançam para que a “impressorinha” possa gerar a pele humana? Tenho três dúvidas: Será que ela imprime sorvete? Ferirá a pedra para a inscrição de caracteres cuneiformes? Terá se divorciado do papel? Os elefantes torcem para que esta máquina produza marfim!

Raro é o dia em que a abordagem da primeira página dos jornais afro-asiáticos, não seja cevada por uma cornucópia (montoeira) de notícias com manchetes assim:

Elefante mata Cornaca;
Cornaca perde controle do animal e este, nervoso, agride uma multidão no evento...;
Cornaca preso por trafegar sem licença (Carteira de Cornaca - Piloto de Elefante);
Cornaca detido pela polícia por conduzir bicho embriagado;
Cornaca fazia parte de uma quadrilha...
Sindicato dos Cornacas...
Cursos de cornaca para turista. Certificações: Vip, Light e Professional;
EPC - Escola Preparatória de Cornacas – Grade curricular aprovada pelo governo federal.

Só não pesquisei quantas patadas são necessárias para cassar a carteira de cornaca.

Se o Amigo Ledor, conhecer de inglês, digite:
www.google.in (Google da Índia)
Tecle a palavra mahout (cornaca em inglês), selecione algumas das tantas reportagens, em periódicos da: Índia, Tailândia, China, ou Zimbábue. Evidentemente a palavra “mahout”, que também é nome de um software “turbinante” da grade curricular da ciência da computação, também será exibida em jornais canadenses, americanos, brasileiros. Aliás, outro dia mesmo, a PUC-MG, fez uma palestra sobre o assunto.

O emigrante Cornaca Zôio, hoje engenheiro de sistemas, fechou um negócio com uma pessoa física, para desenvolvimento de um software (programa de computador) visando controlar pagamentos e despesas de trinta imóveis alugados. Excepcionalmente, concordou também com a digitação. Mal colocou a mão na massa, os apartamentos deram cria, parindo meia dúzia de residências adicionais. Não bastasse esse trabalho extra, a cliente, disse que era necessário conferir toda a transcrição dos dados na frente dela.

Depois de sentir vontade de pegar toda a documentação, fazer uma fogueira, para queimar os papéis e a própria cliente, ou tranformá-la em matéria prima de uma impressora 3D, Zôio respirou mais fundo do que a bactéria que reside na camada entre o óleo e o cloreto de sódio do pré-sal, concordando em atender sem aumento de preço, às “novas necessidades” de Xóia. Esse nome remete à lembrança a Égua de Tróia e rima perfeitamente com Tramóia.

Mesmo atendendo Xóia com prejuízo, o atrevimento da sujeita, já atingia a velocidade da luz, pois optou por revisar o que já tinha sido visto umas cinco vezes.

Durante seis meses Zôio, atuou em um projeto com estimativa que contemplava a metade desse tempo e ainda estava longe de sua conclusão. Suavisou o aborrecimento, lembrando de Vega, sua elefanta. Durante o banho no rio, Vega agradecia ao Cornaca simulando um belo esguicho com sua jeitosa tromba. O inteligente bicho, por ter a plena aprovação do cornaca, brincava de chafariz com seu dono pelo tempo que lhe fosse permitido. Em tecnologia, Vega, ganhava dá Impressora 3D, produzindo alegria na alma de Cornellius Zôio.

É evidente, que Vega não era só doçura. Um dia Zôio precisou transportar um passageiro e como estivesse na hora da gigante dormir, Cornaca e Acompanhante foram arremessados há uma distância de quatro metros. Ou seja: Vega era uma amiga proboscídea (elefanta), mas exigia respeito! Que falta faz o Cornaca Eletrônico!

O serviço oferecido a Xóia, sem proposta, contrato ou recibo, zombava da informalidade e produzia como corolário (resultado) o desequilíbrio financeiro. Falha inaceitável. Haverá algum modo de corrigir?

Zôio aplicou-se em conceber alguns cenários de valores e prazos na planilha Xexel e percebendo que o prejuízo ultrapassava a estratosfera, fundiu a cabeça num calor estelar, recordando o processo de pasteurização do leite UHT (Ultra Hight Temperature). Amante de estrelas denominou sua elefanta, Vega, astro algumas vezes maior do que o sol e proporcionalmente mais aquecido que ele. A cosmologia diz que se alguém viajar na velocidade da luz, verá os corpos celestes parados. Isso levou o cornaca a refletir: A digitação agilizada, certamente motivará Xóia ao habitual refazimento do trabalho, transformando-o em um antivírus de computador, onde as atualizações são previsivelmente infinitas.

-- Xóia, trouxe um contrato para você apor sua assinatura. – disse Zôio – e disparou.

-- Esta será a única maneira de poder continuar a atendê-la. Pois estou precisando retornar a Mumbai para casar e tenho prazo para isso. Lá na Índia, os pais providenciam o matrimônio dos filhos. Papai poetou-me uma noiva. Se você não assinar, prefiro devolver o dinheiro. – Zôio, concluiu, entregando o documento a Xóia, olhando-a com a fúria dos proprietários de terras, personagens da obra, “As Vinhas da Ira, de John Steinbeck”. “Educados e gentis“ fazendeiros, deixaram os pés dos miseráveis arrendatários sem chão, esmigalhando com possantes tratores as frágeis cabanas ocupadas.

O contrato contemplava a remuneração das horas trabalhadas na conferência dos dados, as inserções de novos imóveis a serem digitados e entre outro monte de detalhes, o prazo pétreo (obrigatório) de seis meses para a conclusão do serviço.

Sendo obrigada a pagar pelas repetições, teimosias e rabugices, Xóia, em sessenta dias, agradeceu a Zóio pela iniciativa do contrato, assim como, sua finalização.

-- Zôio. Sou muito grata a você. Na verdade, cheguei a rascunhar uma ação litigiosa, quando sua soberba, maior do que a minha, impôs o contrato. Conversando com um advogado que se formou comigo, ele disse, que sua idéia era a única maneira de terminar o projeto. – E Xóia, continuou:
-- Professor, Zôio, você assina este documento?

-- Sem problemas, disse o indiano-canadense. Era uma autorização para Xóia, usar o contrato de Zôio como modelo para seus próximos negócios.

-- Veja essa reportagem, Zôio. Você sabia que uma firma em Mumbai está fabricando um controle remoto para elefante, tipo um cornaca robô? Que tal nós entrarmos nesse mercado? Você atua na tecnologia e eu cuido da legalização e das eventuais demandas jurídicas.

-- Sabe, Zôio. Hoje que nosso serviço terminou, estou sentindo uma saudade muito grande de você. Tentei fingir que não conseguia aprender para retê-lo, mas você me deu o xeque-mate, formalizando o contrato. Desculpe se o amei, pois também sou indiana e já estou prometida em casamento, embora não conheça meu noivo. Papai ficou de mandar a passagem por esses dias. Seu programa continuará comigo, pois apesar de trabalhar no Canadá, os imóveis que administro estão todos fisicamente em Mumbai.

Zôio misturou suas lágrimas às de sua agora, tão amiga, Xóia. Descobrira nessa advogada, o fascínio pela perfeição, não se sentiria nem um pouco aborrecido, se um dia pudesse aprofundar o relacionamento com essa jovem. Perfumada com a essência indiana Shalimar e trajada com uma roupa de Mumbai, tornava-a mais bonita do que qualquer moça do país de Zôio. Renunciou a manter o pensamento de um futuro com Xóia, pois não queria trair a noiva que seu pai lhe daria a conhecer após a “Conferência do Clima de Blablablagen”, antes do final do ano. O aperto comercial de mão deu lugar desta vez a um beijo no rosto e um abraço com um torque que levou o casal até à constelação de Lira.

Meses depois...

-- Vamos dançar? – perguntou determinando, o muitíssimo alegre e quase rarípilo (careca) pai de Zôio.

Embora não conhecesse a noiva, Zôio sabia que seu pai tinha bom gosto – a mãe de Zôio era linda -- e certamente conseguiria no mínimo, uma princesa para o filho, que agora tinha dupla nacionalidade.

O pai do cornaca prosseguiu:

-- Gente, durante seis meses, conversei com uma jovem muito bonita. Mesmo com a tez preocupada, minha esposa, manteve profundo silêncio e por se recusar até em sonho a desconfiar de mim, jamais falou sobre o assunto. Com a sabedoria de minha bela mulher, conseguimos uma formidável e lindíssima pessoa para nosso filho. – e com empolgante expressão corporal completou:

-- Xóia, venha conhecer seu noivo.

Xóia, perfumada de mirra, como quando se despediram em Toronto, Canadá, tremia juntamente com Zôio de felicidade. Agora poderia configurar melhor o abraço e o beijo de Xóia, que lhe promovera da condição de escafandrista a astronauta.

A estrela Vega cintilava um fulgor extraordinário, provavelmente pra iluminar sua xará aqui na terra, que com seus quatro mil quilos, mesmerizada (magnetizada) olhava pela janela o noivado do cornaca Zôio.

Um condutor de elefante convive com constantes desafios. É comum a prática em reverter situações. Satisfazendo uma vontade encubada por três quartos de ano, Zôio convidou a noiva para tomar ar fresco.

A noite em Mumbai, estava bonita, a brisa gostosa visitava o olfato do casal fundindo suas fragrâncias. Sob os pés do casal não parecia haver força de gravidade e ambos orbitavam o giro do amor.

Beijada com vigor, com voz semelhante a gorjeio de ave, a moça olhou o amado e disse:
-- Cornaca inova.

Zôio, havia até esquecido da Conferência do Clima de Blablablagen. E, re-oferecendo os lábios à noiva completou:

-- Xóia renova!


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Escrito por:
Gilberto Landim

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Autor: Gilberto Landim


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