QUANDO O LUCRO VIRA PREJUIZO



Saúde e Meio Ambiente

Espécimes exóticos que foram introduzidas no Brasil hoje causam problemas de difícil solução: A Achatina fulica, (caramujo gigante africano) transmissor de patologia meningo-encefálica. Os sintomas são dor de cabeça forte e constante, rigidez da nuca e distúrbios do sistema nervoso.
A intenção seria substituir o escargot, iguaria culinária. Como a experiência não deu certo, os caramujos foram descartados na natureza (erro gravíssimo), pois se reproduziram rapidamente se transformando numa praga de difícil controle nos dias de hoje, pois além de transmitir a doença eles destroem plantações e podem levar moluscos nativos à extinção.
Outros espécimes introduzidos: o Aedes aegypti (vetor da Dengue) e também incriminado com hepatites, chegou ao Brasil dentro dos barris d’água dos navios que aqui aportavam. E o resultado é este que bem conhecemos... Aliás, ainda nos dias de hoje ovos e mosquitos são transportados de uma cidade ou estado para outro: Um projeto que visa recolher velhas geladeiras para substituição por novas, para a redução no consumo elétrico, armazenadas a céu aberto, em plena temporada de chuvas, onde milhares de fêmeas depositam seus ovos, aguardam remoção para Cuiabá e de lá para São Paulo!
O mexilhão dourado Limnoperna fortunei, que causa sérios problemas para o setor elétrico brasileiro, entope tubulações, se incrustando em qualquer superfície submersa (madeira, rochas, plástico, vidros). Além disto, interfere na cadeia alimentar de espécimes nativos, colocando-as em risco de extinção.
O javali (porco do mato) veio sozinho: Da Argentina, para onde havia sido levado, para caça esportiva, passou para o Uruguai e depois para o Brasil, invadiu o Rio Grande do Sul e de lá se espalhou por todo Brasil. Ataca plantações de milho e criações domésticas e pode transmitir doenças para a fauna nativa. O IBAMA, visando controlar o problema autorizou a caça do animal, que é bastante perigoso, se atacar o homem dificilmente este escapa com vida.
A rã-touro devora vorazmente invertebrados e pequenos vertebrados, a lebre européia causa grandes problemas na agricultura brasileira.
Não só a fauna apresenta problemas. Alguns espécimes de plantas hoje representam risco para plantas nativas: Gramíneas como a brachiaria, o capim-gordura, capim-anonni, o Pinus, são impactantes para regiões de savana ou vegetação rasteira.
No Brasil as medidas de controle foram iniciadas em 2006 e foi instalado em 2008 a Câmara Técnica Permanente sobre Espécies Exóticas Invasoras, para a prevenção, controle, monitoramento e erradicação, visando reduzir os impactos provocados. (dados: Planeta. 2009, Nov.)
O equilíbrio do Meio Ambiente: O homem, imediatista e sem medir conseqüências, provoca impactos de dimensões grandiosas, de difícil correção. Alguns importantes projetos, como o que visa a redução no consumo de energia elétrica e também o lado social de famílias de baixa renda, mas não dimensiona o impacto provocado na proliferação do vetor, resolve um problema e aumenta outro!
O Mato Grosso deve seu crescimento à expansão agrícola e pecuária. Fruto deste crescimento (e da mistura de culturas) o surgimento de novas cidades, muitas destas com crescimento desordenado e sem planejamento, tomando Rondonópolis como exemplo, com a implantação de novos bairros distantes uns dos outros, gerando problemas de saneamento básico, destruição da vegetação nativa, minas d’água que são eliminadas.
O forte calor em nossa cidade poderia ser minimizado com o plantio (e replantio) de árvores, derrubadas sem critério, sem controle. A preservação de espécies nativas, o replantio representa qualidade de vida! Com a desculpa vazia de que ‘a árvore poderá cair’ árvores são derrubadas sem um controle mais radical da necessidade real de eliminação...
Vai construir? Deixe a árvore, construa ao redor, preserve! Grande parte das casas o proprietário elimina todas as árvores do quintal, joga cimento por todo terreno e a terra não respira, não escoa as águas das chuvas e o calor aumenta ainda mais, as paredes aquecidas pelo sol só refrescam na madrugada, o consumo de energia é maior para amenizar o calor.
Estudos de impacto ambiental envolvendo ações devem se mensurados criteriosamente antes da liberação de projetos, obras, novos bairros, barragens e hidrelétricas.
Autor: Beatriz Antonieta Lopes


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