Natural e Carismático



Jerônimo Mendes, Administrador, Professor Universitário e Palestrante
Especialista em Desenvolvimento Pessoal e Profissional
Apaixonado por Empreendedorismo

A palavra carisma tem sua origem no grego antigo e significa favor ou dom especial. Naquela época, acreditava-se que o dom era algo conferido por Deus a determinadas pessoas como um sinal de graça e, originalmente, era exemplificado pelo poder da cura e do talento para idiomas. Segundo o escritor americano Marc Myers, a palavra surgiu pela primeira vez em traduções gregas do Novo Testamento e entrou na língua inglesa em 1641, quando se retomaram os estudos da civilização e do grego antigos.

Sob caráter religioso, a palavra carisma – khárisma – significa crisma ou crismado, ou seja, aquele que recebeu uma graça ou um dom divino. Aliás, o termo carisma é um dos fundamentos do Catolicismo para indicar diversos dons conferidos pelo Espírito Santo para todos os engajados na missão de servir a Deus, portanto, para os católicos, carisma são dons especiais concedidos para o bem dos homens, para as necessidades do mundo e, em particular, para a edificação da Igreja.

Max Weber, o grande sociólogo alemão, foi o primeiro autor a utilizar a palavra carisma, na primeira metade do Século XX, em seus escritos sobre qualidades de liderança que arrebatam a imaginação das massas e inspiram inabalável aliança e devoção. A partir dele, a palavra passou a ser vinculada automaticamente a pessoas que estão expostas às massas ou multidões - líderes, artistas, políticos, empresários, religiosos - e exercem o dom de influência ou fascinação sobre o público.

De fato, a maioria dos seres humanos fica impressionada apenas com a presença das pessoas consideradas carismáticas em razão dos seus poderes mágicos de atração. Pessoas carismáticas gozam de uma personalidade distinta, cativante, capaz de satisfazer todas as necessidades alheias de motivação e reconhecimento embora não admitam tal condição de destaque ou superioridade.

Particularmente, entendo o carisma como o talento natural de influenciar pessoas e também de se promover por meio dele. Pessoas como Silvio Santos, Zilda Arns, Roberto Shinyashiki, Pelé, Oscar Schimidt, Max Gehringer e Hebe Camargo entre outros exprimem seu carisma com extrema naturalidade. As pessoas querem se aproximar delas, conversar com elas, tocá-las, ouvi-las, sentir-se parte integrante do seu universo e do seu apreço.

O poder do carisma é determinado pela capacidade de perpetuação dos indivíduos na face da Terra. Quando você pensa em carisma logo vem à mente Airton Senna, Elvis Presley, John Kennedy, Jesus Cristo, Madre Teresa de Calcutá, Mahatma Gandhi. Todos eles continuam exercendo influência sobre milhares de seguidores e admiradores anos depois do seu desaparecimento terreno. O que faz com que essas pessoas exerçam tanta influência sobre a humanidade?

Você pode atribuir diversos fatores às pessoas carismáticas, porém é necessário responder algumas perguntas muito simples antes de tentar entender os seus segredos: você já cruzou o caminho de algum ser carismático mal-humorado, triste, carrancudo ou que se extasie com a desgraça alheia? Você conhece algum ser carismático adepto da vingança, da fofoca, da lamentação, do pessimismo ou da síndrome do Hardy? Definitivamente, não!

Pessoas carismáticas são pessoas simples, porém iluminadas, dotadas de uma energia positiva e superior. Carregam na mente e na alma o sorriso aberto e cativante, o espírito do altruísmo e da docilidade. Entendem o seu papel como algo determinante para mudanças positivas e transformadoras no meio em que atuam, pois, involuntariamente, exercitam a sua vocação a serviço da humanidade com muita simplicidade.

O carisma está diretamente relacionado com a sorte, a prosperidade e o bem-estar. As pessoas em geral vivem à procura de super-heróis ou referências que possam resolver os seus dilemas ou lhes servir de exemplo. Sua esperança, por vezes equivocada, é a de que, associando-se a pessoas carismáticas, possam aprender os seus segredos ou, no mínimo, ficar parecidas com elas. Por isso, elas são copiadas e admiradas.

Durante muito tempo eu fui uma pessoa carrancuda, amarga e tomada de razão. O meu ponto de vista era sempre superior ao dos demais e, aqui entre nós, isso não me levou a lugar algum, exceto ao aprendizado, pelo qual não temos como escapar, a duras penas, graças à sabedoria divina. Você não faz idéia de quanto um ponto de vista unilateral e equivocado atrasa a sua vida. Você pode até estar certo, mas fazê-lo valer a qualquer custo, sem considerar as ponderações do lado contrário, tem um custo muito alto.

A minha primeira demissão foi uma das boas coisas que aconteceram depois de vinte e cinco anos pensando que a vida era somente trabalho e mais nada. Isso me ajudou muito a mudar a maneira de entender o mundo, de tratar as pessoas e de trabalhar melhor o meu lado carismático. Temos em mente que o carisma é uma qualidade maravilhosa que somente pessoas iluminadas dispõem, mas isso não é verdade.

Qualquer um pode trabalhar para tornar a personalidade mais atraente e carismática. O primeiro passo é tomar consciência de que isso é possível. Não é necessário imitar Ronald Reagan, Silvio Santos ou Jô Soares. Isso, possivelmente, nem combina com a sua experiência, biologia, cultura ou história pessoal. Somos seres únicos, dotados de características especiais, portanto, as qualidades que tanto buscamos (nos outros) estão adormecidas dentro de nós.

Ninguém obriga ninguém a ser carismático. A naturalidade é o que torna determinadas pessoas mais carismáticas que outras. Por experiência própria, quero compartilhar pequenas lições que aplico na minha vida pessoal e profissional e espero que isso o ajude a encontrar o seu lado carismático, afinal, como nunca me canso de repetir, o crescimento pessoal com base na experiência alheia é possível somente através do autoconhecimento, da humildade e da disciplina. Quer se tornar alguém carismático? Os seis pontos a seguir são um ótimo começo:

1) Tenha respeito e consideração pelas pessoas, independentemente do grau de escolaridade, sexo, cor, credo, cultura ou origem; respeito é uma condição universal para a sobrevivência das nações e do diálogo entre os povos;

2) Seja bem-humorado: o humor faz bem, revigora, atrai amigos, repele os inimigos;

3) Seja um otimista de carteirinha: ninguém consegue conviver com pessoas pessimistas, amargas, carrancudas que passam o tempo todo tentando contradizer a beleza do sol e da lua;

4) Torne-se um bom ouvinte: o que as pessoas mais precisam é de alguém que lhes dê ouvido e esperança;

5) Lembre-se dos nomes: o nome de uma pessoa é para ela o som mais doce e importante que existe, afirmava Dale Carnegie. Você pode estar perdido no meio do deserto, mas se alguém aparecer e gritar o seu nome, a esperança renasce e os olhos brilham, pois o seu nome é o seu bem mais precioso;

6) Sorria e humanize o que tem a dizer: trate as pessoas como se elas fossem mais importantes do que você, afinal, todos precisamos nos sentir especiais.

As palavras de Mark Twain, famoso escritor e conferencista, encerram a lição de hoje: “tudo o que você precisa na vida é de ignorância e confiança, e seu sucesso está garantido”. Pense nisso e seja feliz!
Autor: Jeronimo Mendes


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