O PSICOLOGO - ATENDIMENTO HOSPITALAR



Tendo a medicina, a psiquiatria e a psicologia se desenvolvido de forma independente, dentro do contexto hospitalar o atendimento tornou-se setorizado. A psicologia, por sua inserção tardia neste âmbito, acabou por ter sua prática posta em segundo plano. A doença mental ficou com um status secundário à doença física (SPINK, 1992).
A autoria deste artigo recai sobre a Monografia de Psicologia AC
No entanto a demanda por uma visão integradora do processo de adoecer é crescente, uma vez que a doença mental é cada vez mais comum. Existe, atualmente, a necessidade de um esquema teórico-conceitual que explique as interações entre os fenômenos biológicos, psicológicos e sociais, e que leve a uma prática integradora de psicólogos, médicos e psiquiatras.
A saúde mental vem sendo foco de atenção desde a década de 50 quando iniciou-se um processo de transformação da assistência psiquiátrica de forma que não mais se visasse a doença mental mas a saúde mental. Ou seja, a meta passou a ser a prevenção. Com isso a questão da multidisciplinaridade, assim como da interdisciplinaridade, passaram a ser questões presentes no âmbito hospitalar. Uma discussão maior sobre o tema do psicólogo no SUS se encontra na página da Monografias AC - Monografias de psicologia
A equipe de atendimento integrada deveria trabalhar de forma multi ou interdisciplinar. Na equipe multidisciplinar há uma soma dos conhecimentos setorizados de forma que cada profissional possa colaborar igualmente do processo terapêutico, cada um com seu conhecimento específico e separado. Este seria um passo inicial no atendimento integrado. O próximo passo, o ideal, seria, então, a equipe interdisciplinar, aonde os conhecimentos são integrados como um único saber que visa o bem-estar do paciente como um todo, e não de forma setorizada (MEZZOMO, 203).
Existem diversas dificuldades em relação a inserção do psicólogo no âmbito hospitalar, tradicionalmente limitado aos profissionais da área médica. O psicólogo ainda não conseguiu se estabilizar de forma definitiva dentro do hospital. Seus objetivos permanecem indefinidos e não há, ainda, uma explicitação da finalidade de seu atendimento. O psicólogo ainda segue um modelo de atendimento clínico que é inadequado ao atendimento ambulatorial. Dentro do âmbito hospitalar o atendimento deve responder a diversos critérios institucionais aonde é subordinado à instâncias que, não necessariamente, visam o atendimento ideal, mas sim o mais prático e produtivo.
Freqüentemente o psicólogo ambulatorial deve atender diversos pacientes durante um período no qual, na clínica, ele atenderia apenas um. A duração do tratamento é outra questão importante. Na clínica a alta é indefinida e o atendimento pode se prolongar por meses, ou mesmo anos. Já no atendimento ambulatorial, o atendimento deve ter duração limitada, podendo durar apenas o tempo mínimo exigido para a melhora.
Deste modo, uma psicoterapia que visa a reconstrução da personalidade e outros objetivos amplos deve, forçosamente, tornar-se mais rápida, eficiente e decisiva, desde o diagnóstico até a alta. Existe também uma enorme dificuldade na delimitação das responsabilidades que cabem a cada profissional da equipe e na definição das maneiras como estes limites devem ser vistos dentro de uma interdisciplinaridade. A formação do psicólogo torna-se fundamental a partir deste ponto. Tradicionalmente as faculdades de psicologia formam psicólogos clínicos, preparados, modestamente, para o atendimento na clínica particular.
Mas em realidade, a grande maioria dos psicólogos recém-formados acabam iniciando suas carreiras em instituições aonde o atendimento ambulatorial é predominante, e estão pouco preparados para auxiliar na colocação mais definitiva do psicólogo dentro do âmbito ambulatorial (ANGERAMI, 2004).
Deste modo, torna-se essencial trabalhar alternativas que possibilitem a inserção do psicólogo no âmbito hospitalar, pois a saúde, crescentemente, deixa de ser considerada uma questão unicamente biológica ou psicológica. Ela passa a ser uma interação dos aspectos bio-psico-sociais do sujeito. A saúde mental e física, juntamente com o contexto social ganham importância enquanto um todo. Sobressaem-se os métodos que propiciam a integração da equipe de atendimento, como a discussão de casos, a consulta interativa entre médicos e psicólogos, a utilização de novas técnicas que satisfaçam a demanda sem perder a eficácia, o atendimento em grupos, a psicoterapia breve, o uso da psicologia social visando o contexto como essencial à compreensão do caso e atuação terapêutica.
Também seria importante dinamizar a instituição de atendimento de forma que ela deixasse de ser um local de isolamento social que perpetue a conduta tida como desviante e tornando-a um espaço aonde o convívio social extra-asilar é reforçado levando ao paciente a uma ressocialização. Desta forma, o paciente passaria por um processo pedagógico de readaptação ao convívio social para a vida fora do asilo ou instituição hospitalar. A idéia central seria promover a saúde mental, presente, mesmo que apenas como um potencial, no sujeito, ao invés de retaliar a doença mental. Ou seja, prevenir, e não apenas remediar (ANGERAMI, 2004).
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Autor: Monografia AC


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