Riscos Ocultos



DINHEIRO RURAL AGRONEGÓCIO
MAIO DE 2007

Consultoria faz gestão financeira para empresas de agronegócio

Um dia o dólar sobe e, no outro, desce. O preço da commodity entrou em queda livre na Bolsa de Chicago. E os juros continuam sempre um mistério, o que fazer para equilibrar essa bandeja de incógnitas? A consultoria financeira RiskOffice* decidiu criar uma divisão focada na gestão de risco em empresas do agronegócio. Enraizada no setor financeiro, a empresa presta serviços para investidores institucionais, como fundos de previdência e seguradoras. A atenção ao mundo rural é recente, com menos de um ano de operação. Mas a empresa já conquistou clientes de peso como os grupos Caramuru, Coopersucar, Bertin e a cooperativa Cooxupé. Mas essa modalidade de consultoria pode ser estendida aos pequenos. "Vamos a análise dos riscos de empresas que faturam desde R$ 100 mil a R$ 5 bilhões", diz Luiz Fernando Abussamra, um dos sócios da RiskOffice e responsável pela área agro. A gestão de risco se concentra nos aspectos financeiros da operação do negocio. Nesse sentido, há três tipos de variáveis a serem gerenciadas: crédito, liquidez e mercado. No caso do crédito, é analisado, por exemplo, o impacto do financiamento dado aos agricultores - caso comum em uma esmagadora de grãos. Já no quesito liquidez é levado em conta o fluxo de caixa da empresa, que costuma sofrer a influencia da sazonalidade da atividade. Porém, uma das áreas mais árduas de análise é a de riscos de mer­cado. E nesse quesito que se incluem gerenciamento de preços de commodi­ties, variação cambial e de taxas de juros. Ou seja, riscos que fogem ao controle do empreendedor. O trabalho de análise é feito individualmente, uma vez que a composição de riscos tem um impacto diferente para cada empresa. "Analisamos todos esses itens e criamos uma política de riscos em conjunto com executivos e acionistas", explica Abussamra. Uma vez estabelecidos tais parâmetros, é feito um acompanhamento diário do desempenho financeiro da empresa. No caso de grandes corporações, é possível contratar equipes dedicadas que monitoram os números do cliente. Boa parte desse trabalho passa por prevenir sustos na condução das finanças, como a adoção de instrumentos de hedge para proteger a atividade.

Empresas da agroindústria, que envolvem muitas etapas no processo produtivo, recorrem a esse tipo de serviço. As cooperativas também são estruturas organizacionais que, pela quantidade de parceiros, exigem uma administração financeira mais acurada. Segundo Abussamra, no momento, são os setores sucroalcooleiro e cafeeiro os mais interessados no gerenciamento de riscos. "Mas há uma for­te tendência entre as empresas ligadas a grãos e carnes de adotar tais procedimentos", explica o sócio da RiskOffice. De acordo com Abussamra, a gestão terceirizada é mais barata que a criação de uma divisão exclusiva para esse fim. “Além do treinamento de pessoal, há gastos significativos com sistemas de informação". diz ele. Hoje, o custo de gestão de uma empresa de porte pequeno gira em tomo de R$ 20 mil por ano. Já em grandes companhias, esse valor pode chegar a R$ 500 mil. É como um seguro. Um gasto que pode até doer no bolso, mas garante noites bem dormidas ao empresário rural.

*A Risk Office é dirigida por Marcelo Rabbat, consultor de riscos de crédito e de mercado. Rabbat também é um dos sócios da PR&A Consultoria.
Autor: Assessoria de Imprensa Web


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