CHOQUE DE VONTADES NAS ORGANIZAÇOES



*Benedicto Ismael C. Dutra
Nas organizações, a energia deve fluir livremente para promover inovações e dinamismo na busca dos resultados esperados. A falta de melhor preparo e a perda de qualidade humana põe em risco o sistema democrático, porque nele a maioria tem o poder de escolha. Com o rebaixamento da qualidade humana, surge a possibilidade de manipulações e escolhas desastrosas. É quando o autoritarismo entra em cena para eliminar o choque de vontades, exigindo obediência cega, sem permitir participação nem compartilhamento das informações. As tarefas se tornam mera rotina, executadas sem uma ação consciente do executante, isto é, sem estar presente a vivacidade individual, decorrendo daí uma situação de apatia e desinteresse.
No choque de vontades, as partes se polarizam e não conseguem encontrar solução comum. A energia se emaranha criando tensão e caos, permanecendo represada nos centros de comando. Cabe ao líder o papel de esclarecer qual é o objetivo a ser alcançado, aglutinando os indivíduos e transformando o querer em ação.
Quando as vontades caminham na mesma direção, a energia flui livremente de alto a baixo, criando um ambiente favorável e sendo canalizada para soluções benéficas para as partes que reduzem a sua rigidez para buscar harmonização. Cada parte deixa de pensar em si e, compreendendo os anseios da outra parte, procura vislumbrar soluções que contemplem ao conjunto. No entanto, atualmente essa é a grande dificuldade que enfrentamos pela falta de confiança mútua e pelos medos que fazem as pessoas se protegerem, umas contra as outras. Nessas condições, o autoritarismo é usado como meio para assegurar o atendimento das tarefas. Ademais, a raiva, a mágoa e o orgulho levam as pessoas a uma rigidez que as impede de buscarem soluções conciliatórias. Quando todos estão juntos no querer há um clima favorável e maior confiança na realização.
Mas se pensarmos “Por que existimos? Para que existimos?”, vamos acabar descobrindo que fazemos parte do povo dos seres humanos, cidadãos do Cosmos, e por isso temos responsabilidades especiais. Que espécie de mundo vamos deixar para nossos filhos e netos? Os líderes devem apontar para os objetivos essenciais dando seu exemplo e agindo com coragem, seja na esfera pública ou empresarial. Necessitamos estar conscientes de que estamos contribuindo para a produção de algo útil que se destina ao atendimento das necessidades humanas. Temos que cultivar a espontaneidade, desenvolver as tarefas com esmero, com vontade própria e não apenas por ser uma obrigação, sempre com responsabilidade, com o presente e com o futuro também.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, articulista colaborador de importantes jornais de São Paulo e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Atualmente, é um dos coordenadores do www.library.com.br, site sem fins lucrativos, e autor dos livros Encontro com o Homem Sábio , Reencontro com o Homem Sábio, A Trajetória do Ser Humano na Terra e Nola – o manuscrito que abalou o mundo, editados pela Editora Nobel com o selo Marco Zero. E-mail: [email protected]
Autor: Vervi


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