Gestão profissional ajuda fundos de pensão em ano turbulento
21 DE FEVEREIRO DE 2008
Depois de mais um ano com ganhos acima das metas, os fundos de pensão têm pela frente um ano mais complicado, com as turbulências nos mercado podendo comprometer os ganhos em renda variável. Um dos pontos positivos para os fundos é a crescente profissionalização das entidades de previdência.
Boa parte dos recursos dos fundos, hoje, é administrada por gestoras de recursos (assets) e um número cada vez maior de consultorias cria produtos específicos para o setor.
O Bradesco Asset Management (Bram), por exemplo, administra pouco mais R$ 13 bilhões dos fundos, segundo Adolfo Alviço, diretor da Bram. "Temos um grupo de pessoas dedicadas aos investidores institucionais e mantemos contato constante", afirma. "As entidades vêm passando por um processo de amadurecimento muito grande".
Jorge Simino, diretor de investimentos da Fundação Cesp, ressalta a importância desse trabalho. "Tem um caráter complementar". A fundação tem uma parcela ainda pequena dos ativos administrados por Bradesco, Itaú e Schroder, mas pretende ampliar para até um terço do total.
Outra grande do setor de gestão que entrou no segmento de fundos foi a Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG), para administrar o recém-criado Jusprev, fundo de pensão para magistrados e membros do Ministério Público.
Ettore Marchetti, gestor de renda fixa da CSHG afirma que inicialmente não há planos para administração de novos fundos, mas que a idéia é criar uma boa "bandeira" no setor.
Para Sônia Alencar e Alexandrer Souza, da Mercer, de fato a visão dos fundos de pensão mudou nos últimos anos.
"No passado o sistema ainda estava iniciando e não havia regras muito claras. Os fundos começaram com muitas perdas, porque não havia muito recursos. Mas esse histórico negativo de perdas está eliminado porque cada vez há regras mais abrangentes e penalidades para dirigentes", afirma Souza.
Fernando Lovisotto, da RiskOffice*, afirma que muitos fundos mantêm boas áreas internas de gestão dos ativos, com resultados positivos. Os fundos de pensão costumam manter nas próprias mãos os ativos de renda fixa e terceirizar a gestão de ações.
Além da gestão, consultorias começam a criar produtos específicos, como o relatório de acompanhamento das atividades dos gestores desenvolvido pela LUZ-Engenharia Financeira. Segundo Cecília Harumi, da LUZ, o documento faz uma espécie de "tradução" dos que os dirigentes do fundo querem dos gestores das carteiras de investimentos.
A PrevCummins, dos funcionários da Cummins Brasil, pretende replicar o modelo de relatório em todos os países onde a patrocinadora do fundo atua, em mais de 190 países, afirma Tadashi Yamashita, diretor financeiro do fundo.
Desde o início de 2003, os ativos totais dos fundos de pensão cresceram a uma taxa média de 18% ao ano. Os ativos pularam de R$ 188 bilhões, em dezembro de 2002, para R$ 435,3 bilhões em novembro deste ano. Desse total, 22% estão emoções e 13% em fundos de renda variável, segundo dados da Secretaria de Previdência Complementar (SPC).
*A RiskOffice é dirigida também por Marcelo Rabbat, consultor de investimentos especializado em riscos de mercado e de crédito. Rabbat é sócio ainda da PR&A Consultoria.
Autor: Assessoria de Imprensa Web
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