Fundações começam ano com perda



Assets já gerenciam 42% dos ativos da Previdência de Estado e municípios

O segmento de previdência atrai cada vez mais a atenção dos bancos. As áreas de gestão de ativos (assets) das grandes instituições administram mais de 60% dos recursos dos fundos de pensão, R$ 279,4 bilhões no fim de janeiro, segundo dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid).

A aposta, agora, são os mais de dois mil institutos de previdência de Estados e municípios, entidades que administram a previdência de servidoras públicos, cujo patrimônio total já está na casa dos R$ 30 bilhões e podem até mesmo superar as fundações.

Além dos ganhos com taxas de administração dos fundos, que giram em torno de 0,2% do patrimônio, os bancos faturam ainda com a custódia dos títulos públicos que compõem os ativos garantidores dos institutos.

Os institutos de previdência de Estados e municípios foram criados a partir da reforma previdenciária de 1998. Pela legislação, estados e municípios poderiam criar institutos para administrar as previdências dos servidores dentro do chamado Regime Próprio de Previdência Social, desvinculando-se, assim, do sistema do INSS (Regime Geral de Previdência Social).

Hoje, todos os 26 Estados, o Distrito Federal e quase metade dos mais de 5,5 mil municípios brasileiros já possuem institutos constituídos. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, eles administravam R$ 27,5 bilhões, em agosto de 2007, mas participantes do setor estimam patrimônio próximo de R$ 31 bilhões em janeiro.

Atualmente, a maior parte dos ativos está alocada em títulos públicos, mas uma parcela grande, cerca de 40%, Já está em fundos administrados por bancos.

O Banco do Brasil, líder do setor, possui três fundos exclusivos para o segmento, que somam R$ 5,2 bilhões de patrimônio e prepara dois novos fundos, disse Eduardo Lacerda, gerente da BB DTVM. A Caixa Econômica Federal também tem forte participação. Dois fundos exclusivos para os institutos já acumulam R$ 3,2 bilhões em patrimônio.

Os bancos privados também preparam ofensiva. O Bradesco já tem mais de R$ 500 milhões, com recursos de mais de 300 institutos em 14 fundos, sendo dois exclusivos para o segmento (um de renda fixa e um referenciado DI). “Tem crescido muito a demanda por fundos", diz Marcos Villanova, diretor da Bradesco Asset Management (Bram). Segundo ele, o banco conta com mais de 50 gerentes espalhados pelo país, para facilitar a visita aos institutos e o trabalho de manutenção dos clientes sem ter de deslocar equipes de São Paulo. "Hoje o banco tem cerca de 5% do mercado, mas busca participação entre 15% e 20%".

O HSBC também administra um fundo para o setor, de R$ 50 milhões. Santander, Itaú e Unibanco também atual nesse nicho, além de pequenas assets independentes que já demonstram interesse em oferecer fundos.

"Alguns bancos possuem equipes designadas para atender os institutos temos encontrado estes bancos nos eventos que realizamos em 2007 e agora em 2008", afirma João Carlos Figueiredo, presidente da Associação Brasileira de Instituições de Previdência Estaduais e Municipais (Abipem).

Acostumadas a atender os fundos de pensão, apostam agora nesse novo nicho pois o mercado das fundações é "mais estático enquanto os institutos estão começando agora", afirma Ronaldo de Oliveira, da RiskOffice*.

*A RiskOffice é dirigida também pelo economista Marcelo Rabbat, consultor de investimentos especializado em riscos de crédito e de mercado. Rabbat também é sócio da PR&A.
Autor: Assessoria de Imprensa Web


Artigos Relacionados


Previdência De Servidor Público Ainda é Deficitária

Gestão Profissional Ajuda Fundos De Pensão Em Ano Turbulento

Carteira De Imóveis Volta A Dar Resultado E Rende 7,4%

Fundações Aumentam A Compra De Título Privado

Fundos Multimercados Rendem 80% Em Três Anos

Fundos Precisam De Mais...

Fundos De Pensão Já Têm R$ 7 Bi Em 'private Equity'