Um Par



Um par  

Claudia Flores                                         

Um par dança em salão enfeitado de luzes, publicamente apenas uma rua, para eles, estrelas no entorno de um grande espaço onde lhes era permitido dançar.

A música, que invade o extremo das almas, é abafada pelas juras que ambos sussurram em seus ouvidos.Então, desligam-se dos acontecimentos à sua volta e embalam-se na harmonia clássica dos violinos; uma das mãos dele, segura em uma das mãos dela, a outra, envolta à cintura. A mão dela, que aperta forte a dele, e a outra, entrelaçada no pescoço, são parte da coreografia...

Percebem que declaração nenhuma será necessária; lúcidos que são daquilo que os une, por fim não percebem que a música vai acabando, que as luzes já apagadas dão lugar ao cenário do dia clareando.

E continuam, apenas os dois, ali, abraçados, dançando na ausência despercebida da música. No silêncio da troca, a sutileza daquilo que não precisa ser verbalizado mas sentido, ele coloca uma rosa por entre os cabelos dela à espera de outra dança, à luz das estrelas, no silêncio das suas almas.


Autor: claudia flores


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